sábado, julho 29, 2006

Brindemos!

- Há motivo!

Há tempos que brindamos assim, o único brinde egocêntrico o suficiente para ser realmente válido. "Há motivo para eu estar brindando, assim como há motivo para você e para ele, e se for o mesmo motivo o de todos, tanto melhor".

- Quem dera houvesse motivo.

Mas hoje a Jô não está legal, não mesmo, mesmo assim brindamos novamente. Sempre há alguma coisa a se comemorar, a se torcer por, ou qualquer coisa do tipo. Tentamos:

- Há motivo sim, sua besta!

Ela olha como se quisesse "suicidar a todos nós", e realmente é esse o olhar, já que ela logo repete com palavras o que demonstra com a expressão facial.

- Eu se fosse vocês me matava. Vocês estão todos afundados na merda e ficam brindando aqui, nesse bar ridículo, com esses chopes gelados nesse frio também ridículo. Vão à merda, que não há merda de motivo algum!

A Jô levanta-se revoltada e vai-se, como se não soubéssemos das coisas ruins da vida e de como tudo vive caindo pro lado da bosta para se sujar um pouco. Não obstante, erguemos nossos chopes cheios de suor gotejante, sorrimos uns para os outros e, bem, é óbvio o que fizemos:

- Há motivo!

terça-feira, julho 18, 2006

- Boa viagem, Cidadão.

segunda-feira, julho 10, 2006

AQUILO.

No dia em que descobri AQUILO já era tarde demais, ao menos eu achava, tanto tempo se passara sem que eu me desse conta de que era simples pra caramba tudo nessa vida. Mas eu perdi um monte de oportunidades antes disso, não pude enxergar que DEUS existe e está logo aqui, é cada uma das pessoas que descobrem aquele quê especial da vida.

Eu busquei tanto tempo, fora de mim, mas estava dentro. É só uma fagulhinha, é a diferença entre os que são e os que estão. E só descobri naquela hora. Era AQUILO, mas já era ISSO e até ISTO. Era tudo.

Peguei minhas coisas e ia sair de casa, mas a culpa de não ter feito nada do que podia ter feito começou a me tomar completamente. Afinal, eu já sabia antes, eu sempre soube. Nunca aproveitara por pura ignorância. Imbecil, imbecil, não parava de repetir na minha cabeça.

Tanta coisa pra aproveitar! Tantas coisas que deixei passar, sem nem perceber. Ignorante, estúpido e mais um monte de coisa. Joguei-me ao chão, agonizante. Batia a cabeça.

Até que percebi que estava desperdiçando tudo que finalmente descobri e saí de casa.