domingo, fevereiro 28, 2010

Aquecimento: Rebeca e Gustavo.

"Não sei, não, acho que é só frio."
"Toma a minha blusa..."
"Obrigada."
beira-de-praia em recife, julho
"Passou?"
"Acho que sim, mas tem um apertado aqui."
"Pelo menos ainda é cedo, né?"
"Por enquanto, é."
o horizonte não diz muita coisa, mas dizem que ele diz e fica assim o dito pelo não dito.
"O que você pretende fazer?"
"Com a música?"
"É..."
"Mais rock, acho, e mais um pouco de MPB, não sei."
"Só?"
"E vocês vêm pra frente do palco, comigo."
"E fica só com seus cachorros?"
" (ri, leve, bem leve) Sim, essa é a ideia."
boba, bobagem, isso não dura nada e adeus, tchau-tchau, passei e não deixei nada.
"Pode ser."

domingo, fevereiro 21, 2010

Show'er song!

I'm half japanese
that's why I half speak
japanese
japanese

I'm half portuguese
that's why I do speak
brazilian portuguese
brazilian portuguese

I'm totally globalized
I'm totally globalized
that's why I speak americanese
that's why I speak americanese

| but my love                   |
| o my love                     | x2
| she speaks with her tongue    |
| she kills with her tongue     |

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

sexto autoconhecimento.

Falando com uma amiga sobre como eu me sinto quando sinto o vácuo criativo, disse que minhas crises eram cíclicas, isto é...

Caramba, como fico enfadado só de começar a escrever. Imagino se alguém tentar ler. Canso, de forma que só vou falar sobre a fase atual:

- Chega então o momento em que minha vontade é de fazer coisas (textos vídeos etc) muito ruins e sem levar a sério absolutamente, então jogo toda a merda no ventilador e pronto, e essa fase é seguida por outra em que eu olho isso tudo e falo:

"Uau, bela merda".

egomanias (acaba aqui a série.)

terça-feira, fevereiro 16, 2010

autocon(strange)hecimento, 5:

Você diz que não gosta de meu autoconhecimento. É certo que pode haver duas (e mais) interpretações de sua afirmação, isto é:

- você, de fato, literalmente, não gosta de meu autoconhecimento, ou seja, o fato de eu conhecer minhas limitações e minhas potências e meus credos etc;

(contrargumento: é impossível afirmar isso, já que posso estar mentindo ou estar enganado; não me conheço muito bem e esta tentativa obviamente é a prova disso)

- você não gosta de minha série intitulada "autoconhecimento", provavelmente por parecer falsa ou por ser sinceramente constrangedora e assassina de qualquer forma de literatura.

(contrargumento:)

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

autoconhecimento quarto:












Meus estudos em fotografia
dão passos tímidos em
direção a não sei bem o quê.
Vejo as fotos de muitos
contemporâneos meus, de
minha idade, de minha
cidade e acho coisas bonitas,
mas...
É engraçado notar os vícios
de estilo, as repetições
características da década.
O contraste, por exemplo,
gritando "eu-sou-digital!";
a distorção das cores das
sombras, o white balance
ligeiramente errado, para
tentar ser postiçamente
polaroide. Ou algo assim. E,
claro, os autorretratos. Esse
aí acima sou eu e minha
janela da sala, ambos nós
2 refletidos em minha tele-
visão.

Atrás está São Paulo.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

autoconhecimento 3:


meu dedim
fica assim
levantadim
por ser mais fraquim
que seus irmãozim.

autoconhecimento dois:

Estava tentando escrever sobre o que acredito (falo sobre Deus ou deus ou deuses ou qualquer coisa assim), buscando uma ajudinha na wikipédia. Me enfadei com sua taxonomia típica, com os milhares de agnosticismos possíveis e sua separação imbecil (embora divertida).

Desisti logo de me encaixar em um deles, embora tenha me divertido os textinhos que tentam exemplificar cada um dos tipos de agnósticos. Pois bem, acho que eu diria assim:

"Não sei se Deus ou deus ou deuses existem e escolhi cedo em minha vida que não me importaria com isso. Confesso que meus princípios ético-morais (sem polemizar sobre o uso da palavra, por favor) são fortemente influenciados por valores cristãos (óbvio), misturado com esses ares modernos e com toda forma de liberalidade. Não havendo Deus ou deus ou deuses, viver ignorando-os não me fará mal, a não ser pela falta de amparo e de esperança que podem vir daí; havendo Deus, espero que não seja essa criatura mesquinha e com crenças tão diferentes das minhas que está desenhado na Bíblia; havendo deus, não tenho a menor intenção de saber o que eles desejariam de mim, de forma que é indiferente; havendo deuses, a confusão só aumenta.

Desconfio do Homem e tenho quase certeza que é mentira, que se houver algo (e não acho que haja, a bem da verdade) é intangível para mim e totalmente distinto de Deus. Não me importa".

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

autoconhecimento 1:

Gritei para a cozinha: já vorto!

Ora só, como assim já vorto? de onde veio esse érre aí, que não tem razão de ser?

Percebi algumas vezes nesses dias: principalmente falando com meu pai, adiciono esses deslizes interioranos à minha fala. É difícil exemplificar, porque é muito pouco consciente, mas há o sempre presente "uai" e o feio "pobrema", que me peguei dizendo à minha mãe anteontem.

Foi só anteontem que notei o quanto meu pai deixa transparecer Penápolis no jeito que fala, em algumas expressões e mesmo num certo sotaque. Ele disse, no carro, alguma coisa que terminou com "sô!". Poderia ser, mas não foi, "comida salgada, sô!". Certamente, está aí também a origem desse meu falar

(embora "uai" tenha surgido de forma postiça, vindo primeiro da escrita (em comunicadores instantâneos) para enfim chegar à fala. É o caso, também, do "arre" e de mais uma pancada de coisas).

Em janeiro do ano passado, em Córrego Fundo - MG, uma moça que também participava da Jornada Científica (fui lá apenas para gravar cenas do trabalho voluntário do pessoal da turma de Farmácia) perguntou a mim:

"De onde você vem? Seu sotaque é engraçado, esquisito, nunca ouvi nada assim. Você é do interior?".

Ri, achei esquisito e devo ter desconversado logo. Meus pés nasceram fincados em São Paulo - São Paulo, de forma que...

Acho que tenho uma resposta. Sempre fui pessoa bastante esponjosa e influenciável pela maneira que os outros dizem o que tem pra falar. Na minha fala, há o interior, sim, mas também há os cacoetes que roubo de meus amigos (e que me roubam de volta), há a influência absurda dos livros e do modo como escrevem os autores verdadeiros e eu, há meus narizes sempre entupidos, há o próprio interlocutor.

Suspiro.

Algumas influências duram muito pouco tempo.

Queria ter ficado mais recifense.

terça-feira, fevereiro 02, 2010

presente é: foi.

presente é: foi

sono        foi
xixi        foi
café        é
jornal      é
pão         foi
café        é
jornal      é
sono        é
chave       é
porta       foi
carro       é
dia         é
rua         é
rua         foi
rua         é
rua         foi
rua         foi
rua         foi
carro       foi
mesa        é
dia         foi
chave       foi
carro       foi
            foi
sono        foi
sono        foi
sono        foi