segunda-feira, agosto 28, 2006

Aquele que eu escolheria.

Devo deixar claro a todos vocês que eu não sou exatamente um político político, já que nunca tive interesse algum em comandar uma nação, nem mesmo a minha.

Pois é, vocês perguntam a mim "Então por que diabos?" e eu respondo que não dá mais, eu não agüento: já tentei votar por legenda, por candidato, branco, nulo, etc. E nada, nenhuma mudança, nenhum resultado, satisfação zero.

Então veio meu companheiro com o seguinte papo: "Se quer que as coisas sejam diferentes, mude tudo, ora! Crie seu partido!".

Eu acabei criando, cá estou eu, enfim. Não pretendo roubar, não pretendo sacanear com vocês e nem nada do tipo, mas não garanto total honestidade minha, já que certamente serei constantemente ameaçado por todo tipo de empresas, pessoas e animais, e só vale ser presidente enquanto vivo.

Mas garanto que tentarei fazer algo, que defenderei os interesses gerais da nação, até porque meu partido ainda não tem uma identidade tão forte que ofusca qualquer idéia fora dela. Mas creio que também posso prometer-lhes que não rastejarei pelo voto de vocês e que espero apenas a colaboração de quem me entende verdadeiramente.

Ah, tinha mais coisa em pauta, mas o tempo pra partido pequeno é foda. Boa noite, eu sou Chico Abreu, zero zero.

sábado, agosto 26, 2006

Eis que sendo.

Peguei o papel, rápido, e comecei a rabiscar, rabiscar e rabiscar, como se escrevesse todos os livros já pelos homens.

Era uma história - estória, nos termos antigos - muito interessante, claro, mas fundamentalmente impactante, e era esse que eu passava para o papel, quase o rasgando com a voracidade inimaginável com que eu fazia minha tarefa.

Entretanto seca estava a caneta e tudo não valeu de nada.

Sentei para me acalmar, mas pulsava em minha cabeça e vivia, incrível. Deixei de lado e apenas pensei e imaginei, criei realmente toda e um universo.

Após doze horas, abri uma gaveta e achei outra caneta, desta vez com tinta.

Segurei ambos em minha mão e tentei retratar o que vi e senti.

Eis que quando foi, foi e não voltou mais.

Fiquei na mão.

Eis que si.

terça-feira, agosto 22, 2006

Uma presência, uma ciência e uma potência.

Pouca gente tem o privilégio de perceber que pode ser Deus com extrema facilidade e baraticidade.

Isso porque o requerido para tal transmutação positivadora é pura e simplesmente a tal da folha, o tal do papel ou, como bom raitéqui corporativo, o tal do computador pessoal.

O ato de se escrevinhar é, fundamentalmente, potente e tudo mais. Chego a concluir que todo narrador é onisciente e onipresente, apesar da crença insentida dos professores de redação e literatura e de estudiosos das tais narrativas de que os narradores podem ou não serem oni-eujádisse.

Pois bem, amplio minha raciocinação: toda pessoa que narra, que conta, é onisciente e onipresente, porque o revelado pelas palavras só mostra exatamente o que ela pode e quer mostrar, sendo tudo que há para se saber no universo criado por algum tempo graças aos esforços narradores da supracitada.

Sendo assim, finalmente, toda a forma do que é escrito vem do escrivinhador e ele é, por conseguinte, o mais alto senhor Onipotente da hestória que conta ou inventa.

Logo e não obstante, isso pode se aplicar para todos os textos proscritos por qualquer um, mas é óbvio que nem todos podem ser aplicados ao posterior à realidade sentidora das outras pessoas.

Além disso tudo, tudo é completo em qualquer produção de qualquer ser, já que se justif

terça-feira, agosto 15, 2006

- Ah, lembrei o que eu ia perguntar!

Faz quanto tempo você publicou aquele livro, mesmo?
- Qual?
- O Elevado a Três.
- Ah... Um ano e pouco, suponho. Chutaria três.
- Três?
- É, é. Um ano e três dias.
- Ainda ganha com o livro?
- Uai, conhecimento, experiências, essas coisas.
- Mas como? Relendo...?
- Não, sua besta. É óbvio que tudo que eu escrevi naquela época ainda me influencia, sendo verdade ou não atualmente. Ou até na época.
- Ah... E o dinheiro?
- Que tem?
- Ainda ganha algo?
- Eu já falei que eu ainda...
- De dinheiro!
- Como assim ainda?
- Se você...
- Cara, eu nunca ganhei dinheiro algum com esse livro.
- Por quê!?
- Minha mãe. Todo dinheiro ia e vai para ela, coitada, com um câncer absurdo. Mas como há esperanças, já viu, não consigo arredar o pé.
- E por que nunca me contou isso?
- É que... Sei lá, isso de ser altruísta não combina comigo...
- Putz, cara... Ah, legal que você use seu talento pr'uma coisa boa assim.
- Pois é.
- É.
- Bom...
- Sim...?
- Na verdade, a Editora só me paga se vender mais do que mil cópias, e... ahn, nunca vendi tanto assim.
- Nossa! Mas e como fica sua mãe, então?
- ...
- Nossa, deve ser duro...
- Cara, eu só estava brincando um pouquinho com você. Minha mãe morreu quando eu era bebê. Eu não ganho dinheiro algum e nunca ganhei simplesmente porque meu livro não vende, só isso.
- Cê tava me mentindo?
- É, mais ou menos.
- Viado.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Estrela, sobe estrela!

Essa é a história real minha de quando eu acabei com toda a população do planeta Marte de uma maneira muito maneira mesmo. Pode parecer mentira, mas eu ainda tenho o meu revólver aqui e ele tem até umas gotas prateadas adornando todo ele, muito legal mesmo.

É claro que essas gotas são o sangue do último marciano que eu matei com um tiro à queima-roupa, mesmo ele não tendo roupa pra queimar. Ele nem era cabeçudo, tinha mesmo uma cabeça pequenita menor que a minha e que realmente tinha um cérebro hiper-desenvolvido e que entendera que a Paz é a coisa mais suprema do universo e por isso deviam pregar isso por aí.

Pois preguei uma bala na cabeça dele pra provar que poder de fogo é melhor que o poder das palavras. Além disso, a voz dele era irritante. Mas eu já tinha arranjado os códigos pra usar a máquina de teletransporte antes com outro marciano amigo desse que eu matei, mas eu matei esse também. Claro que depois de arranjar os códigos, e ele era um alienígena bem bacana e divertido e zeloso, sempre pensando no meu bem-estar.

A verdade é que ele tinha que morrer também, mas esse eu joguei d’uma espécie de penhasco que escondia as fábricas de energia magmática do lugar, ou qualquer coisa do tipo. Eu tenho certeza que ele só me tratava tão bem porque ele me achava inferior que nem um animalzinho de estimação, e eu provei pra ele que era bobagem isso.

Mas minhas matanças foram só essa, porque pelo que eles me disseram era só isso de marciano que existia, e agora é zero zero zero nada. Se houvesse mais algum também esse algum estaria morto logo logo, porque quando eu joguei o cabecita no buraco fez um boom muito maneiro também que parece que ia explodir tudo e logo que eu saí eu ouvi um boooom maior ainda e pelo que vi no noticiário o planeta Marte explodiu todinho.

Eles que vieram me encher também lá em casa, aparecendo do nada no meu banheiro enquanto eu soltava o que devia ser solto, desgraçados tiveram o que mereceram já que aquele brilho nojento da teletransportação atrapalhou toda a minha concentração e me deixou cego por um tempo, tanto que como compensação eu obriguei os dois a me levarem pra casa deles pra eu conhecer, porque parece que eles vieram parar na minha casa sem querer e não queriam nada comigo.

Foi tudo muito divertido e eu queria dizer obrigado aos marcianos pela experiência única que eles me deram.

Observação 1: contato com alienígenas é prejudicial à saúde mental.
Observação 2:
http://sobrestrelas.blogspot.com/
http://sobestrelas.blogspot.com/