sábado, julho 24, 2010

monólogo dos encontros infortuitos

a gente não sabe nunca nem pode saber o que se passa como funciona a cabeça das pessoas um dia ela o abraça e ele sorri mas talvez ela não goste de kant nem de skank e é possível que ela goste de outro jeito não como você porque ela e ele são dois e superfície e apertá-la junto e dizer que a ama pode existir só porque apertar junto é querer dizer amor mesmo que não haja amor é dizer porque o momento diz que deve ser dito mas só mas nada mais nada mas ou então o sorriso dela e tanta ternura em abraços a todos só que o que há nela o que há nele ela é vazia como uma abóbora ele se sente cheio como um toureiro cheio de si enquanto ela você é família enquanto ele é balada enquanto ela é balada enquanto numa noite é claro que eles se queiram um pouquinho mas o quê

sexta-feira, julho 02, 2010

Que foi?

nada, mãe, não tem nada de errado comigo
dorme, que tá tudo bem
que eu tô vestido e rico
e sorrindo e com uma puta mulher fantástica

com o horizonte todo meu
sem problema nem nada, nenhum
descansa por mim
brava e impávida com a louça
fazendo tintim
na sala, com o pessoal, a família
ou mesmo Swann, se quiser,

mas dorme
e me dá boa noite.