terça-feira, agosto 31, 2010

Henrique IV, filho do neto do imperador da Vila Leopoldina.

H. IV sorriu-se à pretendente, feliz da vida com a perspectiva de lhe lamber o pescocinho e de lhe cheirar a nuca, de lhe foder um pouco a vida (de um jeito bom e agradável, claro); far-lhe-ia imperatriz de seu coração, cargo imaginário que lhe renderia beijinhos mil de paga mensal, certamente, e mais todo o terreno vasto compreendido pelas extremidades do corpo de H. IV. Sussurrou-lhe ele:
 "Minha mão, meus pés, minha barriga e meu pênis e também todo o resto: tudo teu! Só precisas me aceitar como sou. Cederás teu ventre à minha patriarquia?", riram-se de seus trejeitos, ela. Nuvem indesmistificável, aliás, aqueles cabelos louros que lhe cobriam o pescoço e, às vezes, lhe franjeavam a testa. Tête à tête, ela lhe encarava com olhar perfurbador, cogitava se havia de fato alguma escolha em jogo, se aquele homem seria diferente de todos os outros. Ela pensava, mais ou menos, assim:
"Com H. IV ou não, algum dia eu morro. Nada é pra sempre... O outono é sempre igual".

As folhas caem no final.

domingo, agosto 22, 2010

eu erro, erro meu?

eu
erro
erro
meu
eu
erro
erro
eu
erro
meu
erro
é
eu
erro
meu
erro
é
eu
erro
é
meu

terça-feira, agosto 17, 2010

mais noitinhas dispersas sobre (fazer) cinema (asofismos).

engenho do engano, sempre, mas da mentira que faz sentir bem e que talvez até ensine (faça sentir?) alguma coisa
numa equipe também necessária, se não em quantidade, em intenção de apoio
os atores um pouco de lado, um pouco de outro, mas sempre centro
num movimento malemole que tem alguma direção
ainda que frágil como todo conceito que não precisa ser definido pra sempre
não precisa ser decupado, mas pode
não precisa ser ensaiado, mas pode
não precisa ser financiado, mas pode

dogma da falta de dogmas? vazio.

segunda-feira, agosto 02, 2010

rebeca retorna!

hoje eu sinto
como se como se como se como se
um pouco comovida
pelo pelo pelo pelo
cheiro do seu
cabelo

mas também  não é nada demais