terça-feira, setembro 29, 2009

Aspas simples, duplas e rubricas.

"Bom, vamos começar com seu nome e profissão, e aí eu faço algumas perguntas sobre o trabalho da sua ONG e é isso, só, tudo bem?"
'Tudo.'
"Ok, então... Seu nome e profissão, por favor?"

Sentamos nós dois um de frente ao outro, em um banco, em uma praça, em um dia silencioso,
em um banco, em uma praça, em um dia silencioso e bom para o som,
salvaguardados por protocolos e protocolos e saravá. Diabo.

'Eu sou Rosa Ângela, coordenadora-geral do PRENARTE. Realizamos uma série de trabalhos com artistas já aposentados, que não podem mais vender sua arte, já não tem espaço no mercado, enfim, sem aposentadoria de verdade.'
"Há quantos anos você participa da PRENARTE?"
'12 anos, mas é quase como se eu tivesse trabalhado minha vida inteira aqui. Bom, eu estou desde o começo, vi essa organização crescer...'

A voz dela tremula um pouco, não me importa,
ela não parece ter nada importante para dizer
não me importa
não me importa

"Como a PRENARTE se sustenta?"
'Ah... Recebemos doações de diversas empresas, mas o grosso vem da contribuição de pessoas físicas que se sente tocada por nosso trabalho.'
"Mmm... Você pode repetir a última frase, um pouco mais pausadamente?"
'Recebemos doações de diversas empresas, mas nossa principal contribuição vem das pessoas físicas que se sentem tocadas por nosso trabalho. Somos todos voluntários.'

Não adianta buscar meus olhos, estou atrás
do visor.

"E... você acredita em Deus?

Ela mira meus pés.

'Sim.'

Ela mira a lente.

um pouco de videoimagens.

terça-feira, setembro 22, 2009

O desgaste de uma palavra.

AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR

AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR

AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
DENO
VOAM
ORDE
NOVO

quinta-feira, setembro 17, 2009

S Ô M N E T O

M m m... olha que môça
É pra isso que se vive
(Dessas que eu nunca tive)
M m m... não me trôça!

Ela vem e se balança
É pra isso qu'ela serve
Coisa qu'é da humana verve
Mas que, mesmo assim, me cansa.

Por ela, me deito, sim
Com ela, fech'as pestanas
Sossego da dança densa.

Toda noite vem assim
Finjo que se chama Ana
Mas é Morfeus, noite imensa!

terça-feira, setembro 15, 2009

sexta-feira, setembro 11, 2009

Uma crônica posta em seu tempo.

Leio no jornal que estão me procurando na República Tcheca, provavelmente junto da modelo eslava. Bobagem, todos deviam saber que a fuga mais completa que um homem pode realizar é pra dentro de si mesmo, sozinho; isso posso fazer em qualquer lugar, em qualquer momento, nunca me pegarão aqui. Só não posso ir para o lado errado.

Na página 3 há uma foto de corpo inteiro minha, sorrindo, em Gana. 3 meses atrás, aparentemente, estava um pouco bêbado e me pegaram no flagra.

(nunca estive em Gana, o que esses caras têm na cabeça?)

A modelo eslava. Bobagem, perdi a moça na primeira curva, está lá nas afetividades de 1 e 90 o quilo. No outro caderno, há uma nota sobre minha passagem por Buenos Aires. Enfado infinito. Estamos mais quente, agora.

Pego o jornal de ontem: me prenderam no Uruguai, cruzando a fronteira com a Venezuela (!). A foto é distante demais (será que é eu mesmo?), está tudo escuro e manchado de sangue.

""""""""Aaaaaaaaaaa...* """"""""

* Me pegaram na highway 61. É engraçado, porque eu nunca quis estar nos Estados Unidos, ainda assim, sempre me forço até lá.

quinta-feira, setembro 10, 2009

domingo, setembro 06, 2009

Odeócio.

Falta tempo p'arte
a parte de mim a parte
q'foi e agora parte.