quarta-feira, março 28, 2007

Sorria, jeje.

Encarava-me o sorriso dela, gigantesco e chamativo. É seu atributo mais notável, pensei, enquanto tentava pensar no que pensar.

Vejam o que eu via: ela de pernas abertas, nua, e lá estava o sorriso, gigantesco e chamativo, encarando-me.

Percebem? Eu a via por baixo e havia um sorriso enorme logo acima do que deveria chamar minha atenção, e ele era chamativo, encarava-me gigantesco.

Era isso que eu pensava, falando com meus outros eus. Tentava "engolir" aquela boca esquisita, dentes a mostra, esquisitamente feliz e logo lá, logo ao lado. Por que o sorriso?

Por que um sorriso?

Por que diabos um sorriso tatuado logo acima de sua xoxota no lugar dos tradicionais pelinhos?

Por que sorri, meu amor?

terça-feira, março 27, 2007

A Odisséia desprecavida!

"Pois é, parece que estamos namorando..."
"Oba."
"E agora?"
"Agora? Agora já não estamos mais."

:)

Nunca contei para ninguém, mas os experimentados já devem saber, que é muito mais fácil escrever do que ler. Hoje, qualquer um escreve,

quantos lêem? Quantos dos que se julgam autores realmente lêem? É lamentável, mas conheço pessoas que se julgam capazes de escrever sem que tenham lido nada nos últimos xis meses. Daria até para fazer uma metáfora, mas

quinta-feira, março 22, 2007

Com texto, sem táxi;

[...]
- Que é que resta para nós, Sr. Dubin?
O velho Dubin meio-sorriu, como sempre fez naquelas ocasiões.
- Só o de sempre, algumas poucas linhas para completarmos nossa história.
Chovia, e a calça dos dois ensopava-se com o pingar e respingar das gordas gotas.
- Mas o fim será assim? Um fim fechado, limitado e sem qualquer chance de continuidade?
Dubin sabia o que diria, mas, mesmo assim, hesitou:
- É o fim, no máximo haverá outros começos.
Os lábios afrouxaram.
- Você... Podemos terminar juntos?
- Claro, meu amor.
Qualquer um poderia ver - qualquer um não viu - como os olhos de Dubin eram sinceros e, ainda assim, tristes.
- Então...

A porta do carro branco se abriu, Dubin que a abriu, ela entrou - olhou-o de esguelha antes - e, então, ele fechou-a com ternura.

FIM

domingo, março 18, 2007

Merecimentos e preconceitos.

Toda mulher merece um homem mais alto que ela mesma.
Todo homem merece uma mulher mais magra que ele mesmo.

Não importa o que se quer dizer, mas sim o que se diz.

segunda-feira, março 12, 2007

A verdade e o saco de arroz.

Os grilhos dos grilhões da vida que não é tão pouca só pode ser protumberante se o pouco for também polka.

Se seguir o que aqui digo, sua vida professional e afetiva surgem como a oportunidade que deve ser buscada e, assim, o alcance estará a seu sucesso.

Já eu, sou a sombra.

terça-feira, março 06, 2007

O garoto, a pipa e os bestsellers.

Lilo Rastros era um garoto absolutamente normal, que gostava de brincar e brincar, além de descansar e pintar desenhos. Os videogueimes não o interessavam demais, preferia a televisão.

Há uma falha narrativa aí, logo no começo. Se digo que ele era normal, é óbvio que algo de anormal acontecerá ou ele se tornará um pânque.

Tudo ia bem para Lilo Rastros até o dia em que se sentou em sua cadeira, logo à frente de sua escrivaninha, e sorriu para um papel em branco. Segurava o lápis confiante e encarava os olhos da folha, tanto desafiador como convidativo. Riscou, riscou e riscou.

Após terminar o que fazia, alargou mais o sorriso, enxugou o suor de sua testa como pôde e andou desajeitado com a folha até sua mãe, triunfante. Tropeçou três vezes, como se houvesse desaprendido a andar.

- Mãe, mãe, olha que eu fiz!

A mãe estava ocupada lavando a louça. Passaram-se alguns minutos.

- Oi, oi. É um desenho?
- É!
- Deixa a mãe dar uma olhada...

Ela agachou, também sorrindo. Pegou o papel e observou perplexamente. Fechou o sorriso.

- Que é isso?
- Não sei! Eu desenhei hoje!
- Como você desenhou isso?
- Eu o lápis, daí...

A mãe franziu o cenho, suspirou e levantou-se.

- Olha, não mente mais para a mãe. Eu sei que isso não é seu!
- É meu, eu desenhei!
- Não foi você que desenhou isso, filho! Onde você arranjou isso?
- Eu desenhei!

As linhas circulares do rosto de Lilo tornaram-se ésses, até zês. Chorou e chorou. A mãe bateu na bunda dele por não assumir a culpa e os anos trataram de esquecer isso tudo.

O desenho dizia, completamente legível e caligráfico:

"Havia uma bactéria. Lá estava ela, infectando a comida do menino, que a comeu junto com o hot-dog. A bactéria então fez seu caminho padrão e lá ficou, provocando distúrbios, até que outra bactéria maior, que viera de uma cápsula conhecida como Floratil, começou a comer a comida que a bactéria inicial pretendia comer. Então a bactéria inicial morreu de fome e foi cagada em jato. A outra bactéria não parecia causar mal algum para o intestino do moleque e, por isso, ficou lá numa boa. Isso até o moleque morrer e ela começar a comê-lo todo."

domingo, março 04, 2007

Um pouco de culpa nossa, todos os dias.

Eu não amo nem desando, sei que estou errado e por isso mesmo acerto.

Você nunca pedirá desculpas.

Você é orgulho puro.

Eu a odeio, mãe.