segunda-feira, junho 22, 2009

Stablishing shot.

A cidade de São Paulo, tão grandemente pouco densa, esparsamente esparramada por todo canto, forma a cabeça de um cachorro
O quarto mais bagunçado
Dentro do estômago, revoluções, revoltas e refluxos
No bairro de Perdizes faz uma noite calma.
A zona oeste ao centro de São Paulo é boa, é rica
Dentro da carteira, nenhuma moeda.
Brasil, país violentamente desigual em sua geografia, torto a direito, enfim
América Latina: tudo menos o Brasil
O estado de São Paulo cheira a PSDB
As meias no pé sujas, enfim, tão sujas quanto deviam estar, porque o universo é justo e se paga com o que se tem
O universo é justo e se paga com o que se tem
Sudeste: praonde o dinheiro vai, clima agradável
Já o hemisfério sul...
Livros em cima da cama, a namorada também
A rua lotada de ninguém, mas o preto quando visto de cima parece preencher.

E é tão engraçadinhozinho o que você faz doçurazura o que você faz o que você é pra mim
E você sabe doçurazura embora seja tão engraçadinhozinho que você é o mundo pra mim

7 comentários:

  1. Será que quanto mais você souber [de] cinema, mais difícil vai ficar pra seguir algumas ideias?

    Eu gosto de como você diz "livros em cima da cama, a namorada também". Acho que essa é a melhor parte.

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  2. A Camila disse que é assim que ela pensa, e isso responde algo sobre isso aí do cinema.

    De qualquer jeito, embora o título dê uma chave de interpretação, estou falando mais sobre contos do que sobre cinema, e o procedimento é literatura, enfim, e tem pouco a ver com o que sei sobre cinema.

    Você pode fazer assim:

    O universo é justo e se paga com o que se tem
    Já o hemisfério sul...
    América Latina: tudo menos o Brasil
    Brasil, país violentamente desigual em sua geografia, torto a direito, enfim
    Sudeste: praonde o dinheiro vai, clima agradável
    O estado de São Paulo cheira a PSDB
    A cidade de São Paulo, tão grandemente pouco densa, esparsamente esparramada por todo canto, forma a cabeça de um cachorro
    A zona oeste ao centro de São Paulo é boa, é rica
    No bairro de Perdizes faz uma noite calma.
    A rua lotada de ninguém, mas o preto quando visto de cima parece preencher.
    O quarto mais bagunçado
    Livros em cima da cama, a namorada também
    E é tão engraçadinhozinho o que você faz doçurazura o que você faz o que você é pra mim
    E você sabe doçurazura embora seja tão engraçadinhozinho que você é o mundo pra mim
    As meias no pé sujas, enfim, tão sujas quanto deviam estar, porque o universo é justo e se paga com o que se tem
    Dentro da carteira, nenhuma moeda.
    Dentro do estômago, revoluções, revoltas e refluxos

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  3. Eu não fiquei sem entender e nem fui confundido pela ordem das coisas, eu consegui seguir como uma linha de pensamento. Não precisa mastigar.

    E ainda assim, tive que buscar no Google um "define shot".

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  4. Eu não estou mastigando, rapaz, preste atenção na ordem das coisas e você verá que há subversão na minha mastigação e que é um texto inteiramente novo.

    Imagino que você não o tenha lido, aliás, ou tenha lido com preconceitos.

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  5. Pra mim isso daí é história em quadrinhos.

    Só que in verso. =3

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  6. Eu gosto de:
    "...esparsamente esparramada por todo o canto..." e "...torto a direito..."

    Não gosto de:
    "...lotada de ninguém..."

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  7. Eu não gosto do esparsamente esparramada por todo o canto, um pouco pedantíssimo.

    O lotada de ninguém também não me gosta muito.

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