sábado, julho 30, 2011

Rascunho de fábula (monólogo ingênuo)

Um ponto infinitamente adimensional se percebe em uma linha perfeitamente unidimensional em uma área plenamente bidimensional em um espaço obviamente tridimensional.

O ponto pondera pouco (a conclusão óbvia, inelutável):

"Hora de fundar a metafísica".

sexta-feira, julho 29, 2011

PALÍNDROMO pelos espaços em branco e pela arbitrariedade da linguagem

Encarar o espelho é ter certeza de todas as falhas (buracos, vazios, negativos) em minha ética, em meus olhos, nos meus ossos nus. Também é querer se jogar para o lado de lá para enxergar melhor o lado de cá, para poder ver as coisas de verdade (tudo que está fora de mim, inclusive eu).


.)ue evisulcni ,mim ed arof átse euq odut( edadrev ed sasioc sa rev redop arap ,ác ed odal o rohlem ragrexne arap ál ed odal o arap ragoj es rereuq é mébmaT .sun sosso suem son, sohlo suem me ,acité ahnim me )sovitagen, soizav, socarub( sahlaf sa sadot ed azetrec ret é ohlepse o raracnE

segunda-feira, julho 18, 2011

os meus,

trago-os junto ao corpo.

terça-feira, julho 12, 2011

poeminha manco.

poeminha manco:

tropecei numa pedrinha
que entrou no meu sapato
penetrou como a espinha
de um peixe putrefato

meu pé ficou cheio de pus
perdi o tempo, o ritmo, a estrada
bati o dedão na quina da porta
escorreguei pela escada

daqui ali tem mais de um metro
ou será que um quilômetro?
não aguento nem um nanômetro

porque o momento é outro
não há tempo para o tempo
não há espaço para dançar
não há tempo para o outro
não há espaço para o momento

meu pé, caindo e roto,
me sugere que a dança
do momento e do espaço
é bater os incisivos
no asfalto