poeminha manco:
tropecei numa pedrinha
que entrou no meu sapato
penetrou como a espinha
de um peixe putrefato
meu pé ficou cheio de pus
perdi o tempo, o ritmo, a estrada
bati o dedão na quina da porta
escorreguei pela escada
daqui ali tem mais de um metro
ou será que um quilômetro?
não aguento nem um nanômetro
porque o momento é outro
não há tempo para o tempo
não há espaço para dançar
não há tempo para o outro
não há espaço para o momento
meu pé, caindo e roto,
me sugere que a dança
do momento e do espaço
é bater os incisivos
no asfalto
você tem algo com a dança
ResponderExcluirIsso me lembra do meu pé, uns dois anos atrás.
ResponderExcluirPelo contrário, não tenho nada com a dança; escrevo porque não danço, se dançasse, dançaria.
ResponderExcluirTinha gostado da poesia ("gracinha", era o que ia dizer), mas aí gostei mais do seu comentário.
ResponderExcluirAh, o blogspot tá de putaria com meu login. Mas sou eu, etc.
V.