Já aviso que nada disso é novo, tudo já foi escrito e reescrito, inclusive este tema, inclusive estas idéias, inclusive de forma muito mais aguçada do que aqui. Estar consciente disso, saber que tudo que se faz é uma cópia - ainda que involuntária - quase sempre inferior a algos que estão no passado, já é uma barreira terrivelmente cruel. Especialmente a meu ego, e ao ego de todos os escritores que sejam sequer um pouco realistas ou pessimistas.
Por escritores considero os que tentam escrever e se alteram de alguma forma assim.
Talvez tenha algo de novo no que vem agora: muitíssimos argumentam que quem diz que escrever é fácil é um mentiroso que nunca escreveu, ou que simplesmente não escreve de verdade. Porque essa é uma ação difícil, que requer planejamento, edição, revisão mental ortogonal ortodoxal ai minha coisa dorsal, e por aí vai. Eu posso afirmar com certa convicção que escrever não é um ato tão difícil assim, até relativamente natural e, para mim, até um pouco relaxante.
Os dedos nas teclas, procurando-as às cegas, coisa gostosa! A mão segurando a caneta já é um pouco mais cansativo, mas ver os garranchos no papel dá gosto.
Escrever é até fácil, é até gostoso.
O problema é todo o resto do processo, o escrever "inconsciente e consciente", que raramente está conectado diretamente ao ato em si e que toma quase todo o meu tempo. Mais que meu tempo, a minha cabeça. Ou a cabeça toma meu escrever, tanto faz.
Eu pretendia falar mais sobre o assunto, mas eu acabaria me acusando de artificial ou coisa que o valha. Todos vocês podem, espero, preencher todas as lacunas da argumentação com seus próprios... saberes.
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Essas idéias talvez apareçam um pouco diferente do normal, mas agora me convenço que é absolutamente a mesma coisa dita por todos antes.
É impossível - e imprescindível e imprescritível - escrever.