domingo, março 15, 2009

Autobiografia 7.

A primeira menina que eu gostei foram muitas, ao que me parece (ou minha memória faz crer); gostava delas com os olhos, mas demorou para achar alguma que também servisse à minha cabeça ou à minha boca ou, até, aos meus dedos.

Me lembro claramente das Pessoas falando que eu gostava de Débora, mas era mentira delas, nunca havia me passado pela cabeça algo sequer próximo disso. Também, quando me interessei verdadeiramente por alguém mais objetivamente, nunca suspeitaram de mim e nem era um gostar fofo como alguém pode imaginar. Era só que ela era bonita e não era uma pessoa terrível.

Havia muitas pessoas que me davam certo nojo naquela escola. Foi lá que aprendi a ser arrogante, foi lá que aprendi algo de ironia e de sarcasmo, foi lá que aprendi a vingança velada. Também aprendi a desprezar professores.

Havia amigos, certamente, já que, aparentemente, o excesso de dinheiro faz menos mal aos homens que às mulheres. Hoje, ainda que possua grande estima por alguns (ou algum) deles, sinto muita dificuldade de me relacionar com eles: não há vocabulário comum, não há objetivos comuns, a federal acabou terminando de me transformar ainda em outra coisa.

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