"Uma parte de você se encontrará num pouco de mel grudado na colher escorregando até sua própria língua até sua própria garganta até que a outra parte de você, a parte que é colher e molher, vai desistir e se largar dentro de seu sabor, de seus fluidos".
quarta-feira, julho 29, 2009
sexta-feira, julho 24, 2009
Em três minutos, posso dizer isso tudo:
E então se há algo que é mais podre do que finalmente perceber uma coisa atrás do armário da cozinha e já com vários anos de idade... Digo, se há algo que possa se assemelhar a isso, é justamente o fato do problema grande não ser uma parte de mim, mas de você, de ser apenas pensamentos corridos sem grande ligação, ou um pedaço insistente de memória que vem novamente e o faz pensar e lembrar de todos os episódios que já passaram da vida de joan dark, desculpe a interrupção, mas a namorada de meu irmão, sabe, surgiu aqui e disse oi, enfim, riu um pouco de meu ofício, mas não importa, o que é é que o pão podre dentro do armário... digo, o pão que arde dentro de meu intestino, que me faz ver que pode haver erro em quaisquer escolhas, que qualquer escolha pode ser um engano, se bem que também existem enganos onde não há escolhas, no território certo das afirmações necessariamente erradas e berrantes, enfim, como num fluxo de consciência ou algo assim nesse nível de artifício literário feminino, absolutamente nada, literatura sobre absolutamente nada, absolutamente bazia, o absoluto necessariamente não pode ser, porque se é absoluto é álcool, é bebida, é freezer, skyy? não, nada, cerveja e só, e cerverja e rum e por aí vamos, sozinhos na frente de sua máquina de escrever que na verdade é um computador que na verdade é meu cerébro, meus dedos lépidamente rápidos e sem correção, coitados, totalmente criminosos e criminais e julgadores de algo, assim como você.
domingo, julho 05, 2009
I N C O M P R E E N S I V E L ?
"Você aponta para a minha cara e diz que ora bola, isso que você fez, assim, eu acho que eu não estou à altura para entender, e diz isso sem racionalizar que dizer isso é dizer que eu estou acima ou abaixo ou que eu acho que estou acima ou abaixo, e isso é uma ofensa um pouco pesada tanto a mim quanto a você, pois o que mais me irrita é justamente essa alegação de que algo não foi entendido — é falta de sinceridade, a meu ver, é tudo tão simples e aquoso que a impressão sempre é verdadeira, isto é, exprimo e algo imprime em você e isso é certo, não passam de imagens, de verbos, de colagem, de algo que não é bem dito e justamente por isso não pode ser bem lido, mas é sempre compreensão, simpreensão, até. Esse medo de dizer que algo é ruim ou é besta e, ao invés disso, dizer: mas eu não entendi, como que eu posso achar qualquer coisa. Falta pretensão para que se possa fruir, falta acreditar no que você acha que foi dito e talvez quebrar a cara, mas aí o texto, o filme, a novidade toda, enfim, passam a ser suas e você pode então dizer que não gostou disso ou daquilo, que qual ou tal coisa não são relevantes etc, e então eu poderei dizer
mas isso porque você não entendeu nada.
e, se você for esperto, perceberá que o estou acusando injustamente, embora talvez eu esteja certo, às vezes."
mas isso porque você não entendeu nada.
e, se você for esperto, perceberá que o estou acusando injustamente, embora talvez eu esteja certo, às vezes."
j-l.g.
quarta-feira, julho 01, 2009
Um recado que se pretendia despretensioso.
"Uma noite, percebi que não jogávamos tênis, mas sim uma variação de bocha em que as bolas maiores éramos nós mesmos e a bolinha pequena era a felicidade, o casamento, todos os sonhos cultivados no esterco que era a terra batida que fazia o piso, a ambiguidade da parede de madeira (o fim, mas a possibilidade de retornar e se aproximar ainda mais da bolinha pequena), o objetivo um pouco cruel de ficar mais perto de nossos ideais do que nossos colegas, amigos; enfim, competidores".
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