segunda-feira, abril 12, 2010

¿Deve ser, não é?

De repente, pode ser que ela não seja culpada de nada e que isso seja totalmente falso e burro, enfim, que condená-la signifique justamente o oposto da justiça. Me parece que ela, sim, assassinou o sujeito com frieza, cálculo, nostalgia e dor, um bastão de beisebol (coisa muito rara, aqui, e veja só, digitais de sua mão na arma do crime), e que não houve mesmo motivo algum para o homícidio.

Aleatoriedade (autoridade dos dados), alearquia apolítica num suingue de madeira na cabeça do sujeito, ora bola. Por que não? Ainda assim...
Algo não gruda. Certamente, a ideologia da menina é uma bombarrelógio: não crê em nada, não gosta de nada, não espera a felicidade, gosta de gatos mais do que de cachorros, enfim, todatoda questionadora e por aí vai. Mas ela sorri _ eu a vi rindo pelos corredores _ e ela chora _ e a vi chorando pelos corredores _ demasiadamente gentil, demasiada gente, bela, frágil, incapaz de matar-sem-se-importar.

Preconceito meu, ê üm. É, sim. Ela sentada lá, e eu sei que as provas todas apontam para ela e que há até uma quase-testemunha, que quase-viu alguma coisa. Nenhuma chance dela ser inocente. Ela não nega nada, chega. Também, não sou eu quem deve julgar as pessoas, eu apenas acuso e pronto.

De repente, pode ser que ela seja culpada, não é? E aí vai ser bem feito que a estuprem e a enfiem num miolo de pão esmagado pelo pé do Dianho, o Sujo Iluminado, que nem ela, eim. Sei lá, comichões, também, mas meu corpo não sabe de nada e não vou dizer que acredito que a gente consiga prever as coisas assim, numa boa, só com uma coceirinha na nuca.

Nada disso, não, não. Ela é linda e perfeita e é talvez mais culpada do que qualquer outra pessoa que já passou por aqui. A superfície pura só torna mais óbvio, pra quem entende dessas coisas, que ela é podre, cheia de bichos estranhos em suas entranhas. Ideias esquisitas.
Sai pra lá e morre de uma vez.

2 comentários:

  1. Toda vez que leio um texto seu penso, sem muito sucesso, em comentar algo, e agora pela sei lá qual vez em alguma coisa pensei...

    -Presente!-responde o aluno ao professor.

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  2. Presunto, cara!

    Nessa história só tem Presunto, defumado na casa e na graça d'Ogum-Musashi!!

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