terça-feira, abril 05, 2011

João Paulo.

J. O que é que você está fazendo aí?
P. Oh! Se eu lhe dissesse, se eu lhe dissesse...
J. O quê, mas o quê? O que esconde aí, debaixo dos braços, olhos desconfiados?
P. Meu amigo, meu companheiro, não posso lho dizer! Se o fizesse...
J. O que é, diga, diga!
P. Você já o pressente.
J. Não, o quê?
P. Se eu lhe dissesse...
J. Chega de se repetir, pelo amor de Deus.
P. Sim, concordo; por que quer saber?
J. Porque você esconde.
P. Por que eu escondo?
J. Como eu vou saber?
P. Vai saber.
J. Vou?
P. Vai, oh, claro que vai!
J. Então o quê? O que você está fazendo aí?
P. Por Deus, chega de se repetir!
J. Está vendo? É você! Você, que não quer me dar nada, só costura com as palavras.
P. Não costuro nada, como é cego.
J. Então...
P. Então?
J. Passar bem.
P. Passemos. Adeus!

3 comentários: