sábado, agosto 26, 2006

Eis que sendo.

Peguei o papel, rápido, e comecei a rabiscar, rabiscar e rabiscar, como se escrevesse todos os livros já pelos homens.

Era uma história - estória, nos termos antigos - muito interessante, claro, mas fundamentalmente impactante, e era esse que eu passava para o papel, quase o rasgando com a voracidade inimaginável com que eu fazia minha tarefa.

Entretanto seca estava a caneta e tudo não valeu de nada.

Sentei para me acalmar, mas pulsava em minha cabeça e vivia, incrível. Deixei de lado e apenas pensei e imaginei, criei realmente toda e um universo.

Após doze horas, abri uma gaveta e achei outra caneta, desta vez com tinta.

Segurei ambos em minha mão e tentei retratar o que vi e senti.

Eis que quando foi, foi e não voltou mais.

Fiquei na mão.

Eis que si.

6 comentários:

  1. Gostei!! Tu escreve de um jeito que prende a leitura... Virei fã!!
    Beijinhos!

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  2. hahaha, tudo pela piada.
    até pôr um treco que não tem nada a ver com idéia de que a estória vive enquanto se passa na cabeça, depois morre. acertei?

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  3. Retratar o que se vê e sente. Tarefa difícil, tarefa de coragem, quase humanamente impossível!

    Parabéns pelo texto.

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  4. Ah, poxa. Por que tudo que eu faço tem que ser piada, dineco? :D

    Tudo tem a ver com sua idéia aí, e com mais algumas.

    Inclusive a elipse de diversos termos que, bem, não deveriam ter sido elipsados.

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  5. bom, eu não tinha pego (ou é "pegado"?) essa do "eis que foi. eis que si.".

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