Sorriam-se todos, pois se queriam e os quatro sabiam disso. Estava implícito naquele jogo de olhares e vontades a conversa animada, os interesses semelhantes e os times opostos, e tudo isso era transmitido pelas bocas confusas, pelas mãos em constante movimento, pelos pés na areia e, mesmo, pelos cabelos ao vento.
Primeiro, as duas amigas sentaram-se a uma mesa do bar à beira da praia, tiveram conversas mornas sobre qualquer coisa desinteressante para nós e também para elas, pediram as iscas de peixe e a necessária cerveja. Por uma casualidade, o costume, a ruiva buscou algo em torno, inquieta, e achou um rapaz que a observava e sorria. Tinha também um amigo com ele, era bonito e podia servir como companhia, de forma que a ruiva devolveu a simpatia aos homens da mesa do lado e todos começaram a papear.
E não é que ela risse por puro interesse! A graça estava mesmo nele e em seu jeito levemente canalha, talvez um pouco malandro, de se expressar e de fitar os olhos. E as coisas iam tão bem que os homens conseguiram conquistar posições, as mulheres os convidaram para lhes pesticarem os peixes e talvez, depois...
A mesa tornou-se aos poucos pequena e apertadinha para os quatro, o vento também apertava e as palavras já não bastavam pros pêlos eriçados pelas imaginações e começaram os e-ses, os vamos-ou-não-vamos e os demorous, o frio mostrou-se mais presente, a praia esvaziava e a ruiva, o rapaz e os outros dois foram para outro lugar, para outra fase preliminar fora do nosso alcance.
Restaram apenas toquinhos de cerveja.
Primeiro, as duas amigas sentaram-se a uma mesa do bar à beira da praia, tiveram conversas mornas sobre qualquer coisa desinteressante para nós e também para elas, pediram as iscas de peixe e a necessária cerveja. Por uma casualidade, o costume, a ruiva buscou algo em torno, inquieta, e achou um rapaz que a observava e sorria. Tinha também um amigo com ele, era bonito e podia servir como companhia, de forma que a ruiva devolveu a simpatia aos homens da mesa do lado e todos começaram a papear.
E não é que ela risse por puro interesse! A graça estava mesmo nele e em seu jeito levemente canalha, talvez um pouco malandro, de se expressar e de fitar os olhos. E as coisas iam tão bem que os homens conseguiram conquistar posições, as mulheres os convidaram para lhes pesticarem os peixes e talvez, depois...
A mesa tornou-se aos poucos pequena e apertadinha para os quatro, o vento também apertava e as palavras já não bastavam pros pêlos eriçados pelas imaginações e começaram os e-ses, os vamos-ou-não-vamos e os demorous, o frio mostrou-se mais presente, a praia esvaziava e a ruiva, o rapaz e os outros dois foram para outro lugar, para outra fase preliminar fora do nosso alcance.
Restaram apenas toquinhos de cerveja.
E não há nada de interessante
ResponderExcluirna história deles
a não ser o fato
de eles serem muito mais interessantes
que nós.
O que é interessante?
ResponderExcluirO suspense previsível do que aconteceria ao final?
O que há de interessante na nossa vida?
ResponderExcluirO suspense previsível do que acontecerá ao final?
Ia postar pra reclamar do texto, que, por mais bem escrito que seja, é mesmo desinteressante, mas incluindo esses três primeiros comentários à obra, temos um trabalho dos melhores.
ResponderExcluirAplaudo, mesmo.
Só que "os homem conseguiram".
Bem legal, bem verdadeiro
ResponderExcluirE não achei desinteressante mesmo!
ResponderExcluirAcho mais desinteressante Harry Potter ou Senhor dos Anéis.
Mais ainda, acho esse tipo de texto bem mais original do que as cansativas fugas em epopéias.
opa, entao temos uma polêmica aqui?
ResponderExcluirgostei muito do trecho "de forma que a ruiva devolveu a simpatia aos homens da mesa do lado"...
sei la, nao sei s eprecisa ser interessante no sentido de inovador, so no sentido de que voce deve precisar exercitar seu lado literário com a realidade "normal" mesmo, as vézes...
Gostei muito do texto.
ResponderExcluirE se não for pedir muito, disserte sobre 'ora'...
ah! posso discordar sobre o fato deles serem mais interessantes que nós? :P
ResponderExcluirAchei que fossem jogar fla-flu depois da cervejinha.
ResponderExcluir