E então, conforme eu descia as escadas para o metrô, percebi do outro lado (nas outras escadas, nas rolantes) uma mulher apoiada no paramão com o cotovelo esquerdo, a mão no queixo, o olhar levemente perdido (como quem anda de trem e vê o mundo passar) e azul. Caía bem com os cabelos pretos e curtos (não é todo azul que cai bem com preto, sem preconceitos, é claro), e seu rosto era lindo em sua branquitude e junto com a camisa xadrez de tons escuros e quentes: mais uma pessoa da Paulista, mas tão hipnotizante que deve receber esses olhares sempre, não sei; me percebeu a mirá-la, me olhou firme e eu me desviei para a pessoa feia (sua nuca era ordinária) que descia as escadas à minha frente, me desviei para meu mal-estar, para a dúvida sobre seu olhar e para um pouco de pé no chão. Mas ela ainda estava subindo, eu ainda estava descendo, ela ainda estava me olhando daquele jeito que eu posso fingir que era indagador ou que era solitário, provavelmente só era um olhar, enquanto o meu... estava de volta nela (só que ela de costas), e ela carregava uma mochila-bolsa preta e parecia mesmo angustiada quando vista por trás.
Um homem nunca pode olhar demais para trás, e então estava no metrô.
Egoísta!
ResponderExcluirNem dividiu comigo a fonte de inspiração...
Antes do "Pessoa da paulista" dava pra saber que era. ^^
ResponderExcluirAcho que por causa das escadas.
Enfim, comentário muito importante.
(y)
ResponderExcluirDava pra saber porque você também é uma.
ResponderExcluirCara, quando li no trabalho fiquei com muita vontade de escrever alguma coisa, mas simplesmente não consigo me lembrar o que era.
ResponderExcluirpodemos fazer uma super uniao usando o mesmo personagem xD
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