domingo, abril 27, 2008

Autocrítica 4.

O escritor é só mais um dos leitores. Que diferença faz a opinião dele sobre o que faz, de que importa a sua intenção criativa? Essas coisas só importam quando os próprios leitores buscam e dão-lhes valor: no fim, é o público que cria a interpretação, de qualquer forma; no entanto, isso não significa que o autor não possa se manifestar sobre o próprio cocô, cabe aos leitores ignorá-lo totalmente ou aceitar o que ele tem a dizer.

Não pretendo ensinar ninguém a ler, vocês busquem a satisfação de que precisarem.

Cada reação é, na verdade, desejosa: espero que as pessoas abram meu blogue, comecem a ler o primeiro poste e dêem de cara e caiam no chão e a partir daí resta a opção de ficar ou fugir, ambas me aprazem. Os leitores que me engolirem e julgarem me entender também estão dentro do meu escopo, assim como os que me acham uma incógnita ou que esperam que eu aja de um jeito ou de outro. Tudo é bom, o leitor perdido para sempre por causa de um palavrão ou de uma série de textos apologéticos me deixa satisfeito com meu trabalho. É pra isso que eu escrevo, na maioria das vezes é absolutamente fácil saber quais textos vão agradar a quem, e mesmo assim eu insisto em mandá-los para as pessoas que não irão gostar ou entender, é necessário para mim.


Minha literatura é lixo reciclável, e queria poder apontar cada um dos que se aproveitaram dela para crescer.

3 comentários:

  1. Vou roubar sua palabra, hacky. Reciclável. Não hoje, mas um dia.

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  2. "Cada reação é, na verdade, desejosa: espero que as pessoas abram meu blogue, comecem a ler o primeiro poste e dêem de cara e caiam no chão e a partir daí resta a opção de ficar ou fugir, ambas me aprazem."


    Eu geralmente fico, até matar a curiosidade.
    Depois demoro a voltar.

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