Escrevo fundamentalmente sobre casais e, num sentido mais amplo, sobre o tal amor. A preocupação fundamental é achar o meu jeito – e é só meu, mesmo, por mais similar que seja – de dizer o que eu acho ou sinto ou quero que os outros achem e sintam: o sexo – erotismo ou o que o valha – é uma chave principal que merece mais atenção e trabalho na literatura; não que já não se tenha feito tantas e tantas coisas boas e adequadas, mas ainda parece haver espaço para várias sutilezas não tão lembradas. Além do mais, a maioria das pessoas se atropela quando precisa escrever literariamente o sexo.
Falaram na palavra pueril. Melhor: um amigo chamou um ou dois textos meus de pueris, e, apesar d’ele mesmo assumir que não era essa a palavra que queria dizer, tenho que explicitar aqui: é amor-alegre, amornarizinho: eu busco isso para a minha literatura e acho que é um dos objetivos de que me aproximo mais, a sensação de luscofusco – o substantivo nada quer dizer, aqui o importante é o som da palavra – que é um tipo de amor pequenininho de potente. Entendam: isso não está de forma alguma dissociado do sexo.
Outras coisas que me vêem com a temática amorosa: o voyeurismo, a vontade sexual travestida num olhar, o vínculo personagem-autor, o experimentalismo, o amor triste das pessoas esperando as outras para tirarem suas roupas e dormirem juntos após uma noite multidirecional, et cétera.
Compreendem?
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