sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Simpleza dum bem-notado.

A menina me olhou e eu notei que estava olhado, abaixei logo o meu rosto com medo de estar corado. Não se importe, me falou, de ficar aqui ao meu lado, eu não mordo e nem converso, não havendo interessado. Nada disso, reiterei, não há nada aqui errado; ao contrário, me pensei, devo é estar apaixonado. Ela riu e se aproximou, me deixando encabulado, você é lindo, garotinho, todo-todo acanhado. Não fugi mas não fiquei, queria mesmo um bocado daquela boca, minha dona, nem que fosse a machado. Não não foi, eu não fiz nada, eu é que fui atacado.

10 comentários:

  1. Adorei. Por que fez assim, em prosa?

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  2. Porque a métrica não é perfeitíssima, porque eu pensei no texto como prosa e porque as pessoas geralmente entendem menos se colocarmos o que queremos dizer em versos.

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  3. O olhado é o mais legal

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  4. Além disso tudo, acho que fica bem mais legal como prosa.
    Ficaria meio banal como poema.

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  5. Não acho que seria um poema banal.

    Seria mais prum não-poema, mesmo.

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  6. Esse "nem que fosse a machado" ficou meio destoante, não? Achei que no final alguém ia terminar mutilado.

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  7. Não ficaria muito poético, mesmo, ainda que fosse em versos. Só que seria mais óbvio.

    Ok, acho que faz sentido fazer em prosa justamente para ficar menos óbvio, mas queria saber se era essa a razão, mesmo.

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  8. Poxa, eu expliquei que não tem nada a ver com obviedade.

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  9. Eu li sua explicação. Agora, estava me explicando e comentando se seria um poema-banal, um não-poema ou o que quer que seja.

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  10. sim, bem mais como prosa.

    cacete, gostei muito.

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