segunda-feira, abril 28, 2008

Autocrítica 5.

eu quero tomar banho
e você não me deixa.
se fode
sozinha, meu bem
que eu não quero mais;
nossas peles se grudam:
REFRIGERANTE DERRAMADO PELO CHÃO.


Quanto vale isso que eu escrevi?
O processo criativo é tolo: pensei numa imagem, tentei desenhá-la, me veio à cabeça a frase inicial, escrevi, imaginei os múltiplos contextos que serviriam para a afirmação e resolvi concretizar um (e só um) num poema.

Quanta poesia cabe em meus textos?
Não há muitos critérios, devo dizer que ponho no papel as coisas como me surgem, depois pontuo, reescrevo, entend'interpreto. O impulso sempre é "expontâneo" ou "de fora para dentro", mesmo que haja algum tipo de "musa inspiradora" ou o que o valha. Não é automático. Se você identificar pontos mais saborosos nos textos é porque eles foram os ganchos criativos que minha cabeça cria: é a própria estrutura, são as sacadas.

Eu me levo a sério?
Não sei, mesmo, o que se passa na cabeça das pessoas quando lêem uma coisa dessas. Eu, particularmente, acho o texto bem sincero. Tem lá seu lado técnico e chato (foi pensado, apesar de tudo), mas o mais importante, o sentimento, está lá. Acho que as pessoas podem não gostar dele, da escrita tosca (aspas ou itálico?), de mim; a culpa não é do texto.

Sobreviverei ao tempo?
Todos que se sujeitam a estudar esse belíssimo ramo das atividades humanas, a crítica literária, devem ter bem claro nas suas cabecinhas que essa é uma coisa extremamente idiota. Não devem, de forma alguma, deixar de se dedicar à crítica só porque ela é idiota, mas a consciência é muito importante para evitar o papel de ridículo. Mantenha-se sempre consciente e, aí, nunca será ridículo sem que você o saiba.

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