terça-feira, dezembro 29, 2009
domingo, dezembro 13, 2009
cena de AÇÃO, Qualquer tipo de.
sábado, dezembro 12, 2009
notícias do reino do arquivo morto (ou: contra a decoração):
arre, são criatura horrendas, fedorentas. só o diabo sabe o que vai acontecer com meu nariz, depois de toda essa queimada, brr. evidentemente, você vai achar que este acidente foi culpa de minha falta de rigor cuidando daqui. mas não, isto não. isto foi culpa da sociedade, foi culpa de vocês.
vamos botar uma pedra em cima, vamos começar mais uma vez: parece-me que não queimaram nada, que nem mesmo viraram a esquina, que não há prazer nisso tudo. desde o começo, f12, vamos lá.
Queimaram tudo.
Infelizmente, perdemos mais da metade do pessoal contra esses montros horríveis, fedorentos! Parece prazeroso a eles isso, isto é, queimar de tochas em punho, poluindo nossas águas... Nossa própria casa! E a culpa é de quem? Minha, evidentemente, tanto que disse a elas: "Crianças, não riam de quem está acima do riso!"
Mas vamos deixar isso de lado, vamos botar uma pedra em cima.
segunda-feira, dezembro 07, 2009
Sinta-me os brancos (compromisso, mallu magalhães [:)])
Parlapatões, Lara, parlapatões.
É a sua boca, filho da puta, é essa conaiada toda, arre...
e o discurso? Não importa o discurso.
e a leitura? não importa a leitura
Mas e seu posicionamento? Em qualquer lugar, tanto faz.
Arre! Por valor agregado eu quero dizer o valor expressivo e informativo pelo qual o som enriquece uma dada imagem. . . . ......... de modo que proponho aos...............
Lara, assim não te entendem.
Já faz tempo, você sabe, colocar palavras na minha boca não ajuda em nada.
Faz tempo acho que sou amorfa.
Leia que vai lhe fazer bem.
Seus culhões que vão, seus culhões.
domingo, dezembro 06, 2009
inútil.
ele não se desespera, ele apenas aperta a tecla que faz som de plástico, sem som nenhum.
a música agora não tem teclado, mas sim teclas que fazem som de plástico que faz som de plástico.
a música nunca deixa de ser música enquanto for música.
quarta-feira, novembro 18, 2009
domingo, novembro 08, 2009
sussurro aliterado de 24.10.08.
sábado, novembro 07, 2009
segunda-feira, outubro 26, 2009
Todas as coisas que adoro em você;
- não gosto de suas meias estúpidas de dedinho;
- não gosto de seu mau hálito sempre que está doente;
- não gosto dos esportes que você pratica, dos políticos em que você vota, das mentiras que você conta;
- não gosto de seus preconceitos e de seus achismos;
- não gosto das camisas terríveis de passar que você compra;
- não gosto quando você esquece o horário ou de mim, ou quando você chama seus amigos para tomar cerveja em casa e esquece de comprar cerveja e sou eu quem tem que comprar;
- não gosto de música francesa.
quarta-feira, outubro 21, 2009
despedida, parte 16.
despedida, parte 14.
despedida, parte 13.
Quando a gente tinha uns dezesseis, dezessete anos – e a gente nunca tinha namorado, porque acho que as coisas eram diferentes, ou só a gente é que era (e a cidade era pequena, também. Foda.) – aí ele corria atrás de mim na rua e eu fugia rindo e trombava com os pedestres. Ele vinha atrás querendo me pegar mas sem querer de verdade, e a gente dava voltas em pontos de ônibus até que ele me alcançava e me empurrava na grama e a gente se rolava no chão. Eu ria o tempo todo, quando estava com ele, e eu acho que realmente gostava dele. Talvez a gente se amasse, sei lá.
Eu sei que noutro dia (mas isso foi depois, eu já devia ter uns dezoito, foi logo antes de eu me mudar), noutro dia a gente foi na casa dele ver uns filmes e eu queria muito, sabe? Eu tinha dezoito anos e tava começando a me ligar, então eu queria mesmo. Mas a gente assistiu aos três Star Wars em sequência e tomamos muita, cara, muita vodka, mesmo. Ele tava malzão, sim, mas ele virou pra mim e me puxou com força e aquilo foi ruim demais. Eu deixei ele ser egoísta, sim. Eu deixei ele me segurar os braços, forçar minha boca, eu deixei ele tirar a minha roupa naquela noite e é capaz até que ele tenha gostado, mas quando eu fui pra casa dele eu queria muito, e aí ele estragou tudo, meu, ele estragou tudo.
despedida, parte 12.
despedida, parte 11.
absolutamente nada.foi um horror ficamos
procurando esse amigo [que viaja muito]
por todos os cantos.até que consegui
atraí-lo com um belo jantar e aqui estamos rsrsrs!!!
despedida, parte 10.
People who tell me I am strong and that I will get through this, are actually putting more pressure on me.
I know they mean well and I know they do believe I’ll get through it because of the person I once was, but does that person still exist? I can’t answer that. Do they still see glimpses of that person? I can’t answer that either. All I know is that pressure is causing me to bubble silently inside. Yet the more I bubble, the more likely it is that I’ll explode and I’m scared of that happening because I don’t know what I’ll do…or who I’ll do it to.
despedida, parte 8.
despedida, parte 9.
despedida, parte 6.
despedida, parte 7.
To kill oneself or not to kill oneself? That is the question for this suicide survivor. Frankly, one of the reasons I participate in griefnet is to remind myself that the pain of a survivor seems at times to be more than that of the person who killed themselves in the first place. When a person kills themselves they are thinking only of their pain and not the extreme pain of those left behind. No matter how black my world may seem at times, I have to remember that it is even darker for a suicide survivor. I have started my own list of reasons to kill myself, and even with a whole list of reasons, I couldn’t do it, because my pain would infect all those innocents left behind, where it would fester and grow to unimaginable intensity, only those on this site know just how intense that pain can get. Do I want my friends and family to have reason to join this site – the answer is NO. So I keep coming back to refresh my own pain, if you will, and remember that suicide is not the answer.
It is also evident that drugs and alcohol are often a factor in someone making the final, impulsive decision. So I am warned to stay away from drugs and alcohol, especially on the darkest of days when it wouldn’t take much to push one over the edge. Seems in those cases its the drug making the decision. In some way, part of my anger at my brother is the simple fact that he killed himself FIRST so now I can’t, because now I know what it is like for those still living. I don’t think he meant to leave a legacy of such intense pain behind, he just wanted out of his own mental anguish. I must say to myself all those things I would have said to him, had I known he was that desperate. Even though I have somewhat healed from my own experience, I keep coming back to remember where I came from – a unique, unholy hell here on earth. No matter how much I hurt, I cannot send anyone else there. Because I am a survivor, suicide is no longer an option for me.
despedida, parte 5.
Enfim, pessoas que nunca brigam, nunca se irritam, nunca falam palavrão, nunca são politicamente incorretos, só poder ser uma coisa: FALSAS
Conheço uma mulher assim. Ela me viu brigando dia desses com meu namorado e fica dando lição de moral. Diz q eu trato mal ele... Porém, eu já vi uma vez ela dizer ao dela q ele não poderia comer 1 Bis pois iria engordar e assim, ela o trocaria por um saradão E isso q ele é magro.
Ela não tem ciúme, ela não é possessiva, ela é compreensiva, ela sempre tem razão (sim arrogância é outra "qualidade" dela), é amável, trabalhadora, não bebe, não fuma, não gosta de nada que seja considerado errado, sempre em busca do corpo perfeito (sim é vaidosa ao cubo), só sabe criticar os outros, fica dando indiretas em relação ao corpo dos outros sobre gordurinhas etc.
Enfim, ela se acha a perfeita mas no fundo é uma grande imbecíl.
despedida, parte 4.
e uma gota de lágrimas cai
pelo rosto (dele)
e ele continua a encarando
e ela se sente subitamente tocada
e passa a o entender
e percebe que não é só ela que está triste, ele também chora, ele também se importa
o que ela não percebe é que o homem continua a encará-la nos olhos e que ninguém que está realmente chorando faz isso e que o certo era ele esconder o rosto o certo era ele virar a cara para o outro lado e ela achar que ele a estava ignorando quando na verdade ele chorava e seria pior para os dois mas não seria essa mentira
ele devia estar piscando
olhando para baixo
pra seu cabelo
pro céu?
nunca pros seus olhos nunca
é mentira.
despedida, parte 3.
despedida, parte 2.
eu tenho uma "amiga" perfeita , até farei a lista do porqe qe ela é perfeita :
- só tira notas boas ¬¬'
- nunca brigou com ninguém , nunca discutiu .
- nunca falou palavrões
- todo dia ela não está nem feliz nem triste , está normal , nunca está triste , e depois diz qe é "equilibrada" , isso é ser perfeita ! como a menina aí de cima disse ! ela só está ocultando a tristeza dela .
- é linda , a mais bela da classe
- tem um cabelo perfeito -_-'
- os professores a amam ¬¬'
- tem um corpo de dar inveja
- nunca faz nada de errado
essas pessoas perfeitas na verdade são o contrário ! porqe elas tentam ser toda corretinha para desinenciar a imperfeição delas , porqe na verdade é isso qe elas são ! mas teem vergonha de errar , de assumir os seus erros , de se feliz ! porqe essas pessoas não são NADA felizes só fazendo tudo certinho ! isso é ridículo!
despedida, parte 1.
sexta-feira, outubro 16, 2009
É tolice sua (você é tão... em vão?)...
Tolo, tão-tolo, você acha que esse texto é sobre você?"
ass.: anie
quarta-feira, outubro 07, 2009
S.O.
segunda-feira, outubro 05, 2009
pequeno diadema.
logo se tornou uma espécie de sina ou mau agouro...
bem centradas entre suas asas,
abaixo de seu pescocinho,
às vezes cobertas pelo cabelo solto
e quase sempre claras e nuas, estão escritas as palavras:
"I'M BACK"
terça-feira, setembro 29, 2009
Aspas simples, duplas e rubricas.
'Tudo.'
"Ok, então... Seu nome e profissão, por favor?"
em um banco, em uma praça, em um dia silencioso e bom para o som,
salvaguardados por protocolos e protocolos e saravá. Diabo.
"Há quantos anos você participa da PRENARTE?"
'12 anos, mas é quase como se eu tivesse trabalhado minha vida inteira aqui. Bom, eu estou desde o começo, vi essa organização crescer...'
ela não parece ter nada importante para dizer
não me importa
não me importa
'Ah... Recebemos doações de diversas empresas, mas o grosso vem da contribuição de pessoas físicas que se sente tocada por nosso trabalho.'
"Mmm... Você pode repetir a última frase, um pouco mais pausadamente?"
'Recebemos doações de diversas empresas, mas nossa principal contribuição vem das pessoas físicas que se sentem tocadas por nosso trabalho. Somos todos voluntários.'
do visor.
"E... você acredita em Deus?
terça-feira, setembro 22, 2009
O desgaste de uma palavra.
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
AMOR
DENO
VOAM
ORDE
NOVO
quinta-feira, setembro 17, 2009
S Ô M N E T O
É pra isso que se vive
(Dessas que eu nunca tive)
M m m... não me trôça!
Ela vem e se balança
É pra isso qu'ela serve
Coisa qu'é da humana verve
Mas que, mesmo assim, me cansa.
Por ela, me deito, sim
Com ela, fech'as pestanas
Sossego da dança densa.
Toda noite vem assim
Finjo que se chama Ana
Mas é Morfeus, noite imensa!
terça-feira, setembro 15, 2009
sexta-feira, setembro 11, 2009
Uma crônica posta em seu tempo.
Na página 3 há uma foto de corpo inteiro minha, sorrindo, em Gana. 3 meses atrás, aparentemente, estava um pouco bêbado e me pegaram no flagra.
(nunca estive em Gana, o que esses caras têm na cabeça?)
A modelo eslava. Bobagem, perdi a moça na primeira curva, está lá nas afetividades de 1 e 90 o quilo. No outro caderno, há uma nota sobre minha passagem por Buenos Aires. Enfado infinito. Estamos mais quente, agora.
Pego o jornal de ontem: me prenderam no Uruguai, cruzando a fronteira com a Venezuela (!). A foto é distante demais (será que é eu mesmo?), está tudo escuro e manchado de sangue.
""""""""Aaaaaaaaaaa...* """"""""
* Me pegaram na highway 61. É engraçado, porque eu nunca quis estar nos Estados Unidos, ainda assim, sempre me forço até lá.
quinta-feira, setembro 10, 2009
domingo, setembro 06, 2009
sexta-feira, agosto 07, 2009
quinta-feira, agosto 06, 2009
Sorte do dia:
terça-feira, agosto 04, 2009
Recortes de um caderno de 07, 08 e 09 (parte i).
Sujeira que foi maior, besteira num tom maior; ah o que há de mior, podê nunca está só.
Partiu, partiu e sorria abestado, talvez té um pouco mal-amado, não é que não soubesse viver... Por partiu pode-se pressupor passar dessa para outra, ou morrer, ou sumir para si próprio.
Torpor pouco, rouco...
Sorriam-se todos [...]
explorar: dia normal / de anormal; fala-fala (remete a 'falácia'); gajo caláctico.
I
Depois, escrevi: miúdo de gato ousa tentar atacar pardalzim mas
Não era bem isso que eu queria escrever, mas foi assim mesmo que tudo ocorrera e não tive outra culpa que não a de ser sincero. E, sinceramente,
Machado que se mate, mas falemos sobre outrem.
domingo, agosto 02, 2009
Première dans Auguste.
quarta-feira, julho 29, 2009
Sorte do dia:
sexta-feira, julho 24, 2009
Em três minutos, posso dizer isso tudo:
domingo, julho 05, 2009
I N C O M P R E E N S I V E L ?
mas isso porque você não entendeu nada.
e, se você for esperto, perceberá que o estou acusando injustamente, embora talvez eu esteja certo, às vezes."
quarta-feira, julho 01, 2009
Um recado que se pretendia despretensioso.
segunda-feira, junho 22, 2009
Stablishing shot.
O quarto mais bagunçado
Dentro do estômago, revoluções, revoltas e refluxos
No bairro de Perdizes faz uma noite calma.
A zona oeste ao centro de São Paulo é boa, é rica
Dentro da carteira, nenhuma moeda.
Brasil, país violentamente desigual em sua geografia, torto a direito, enfim
América Latina: tudo menos o Brasil
O estado de São Paulo cheira a PSDB
As meias no pé sujas, enfim, tão sujas quanto deviam estar, porque o universo é justo e se paga com o que se tem
O universo é justo e se paga com o que se tem
Sudeste: praonde o dinheiro vai, clima agradável
Já o hemisfério sul...
Livros em cima da cama, a namorada também
A rua lotada de ninguém, mas o preto quando visto de cima parece preencher.
E é tão engraçadinhozinho o que você faz doçurazura o que você faz o que você é pra mim
E você sabe doçurazura embora seja tão engraçadinhozinho que você é o mundo pra mim
sábado, junho 06, 2009
sábado às 23h30.
Seus olhos tão esperançosos que chega a ter certa graça que você não verbalize logo suas intenções que suas mãos redundam as minhas e bebemos juntos pela já nonagésima ou coisa assim vez, você que é meu querido amigo e eu, frágil moça agora sozinha sem seu amor de tanto tempo, um pouco mais que esse tempo em que nos conhecemos e nos tornamos amigos de confiança.
— E, de certa forma, personagens do Cortázar, ambos.
— Sim, literariamente, sim — essa sou eu falando, intercalaremos (que bonito que é isso: um diálogo é necessariamente inter-calar, quando um burro fala, o outro abaixa as orelhas).
— Acho isso lindo, che, podermos tomar uma num bar sem problemas, despreocupados, nós dois.
— Não lhe cai bem esse che, parece mais um gaúcho do que um porteño ou o que quer que você quisesse parecer; além do mais, acho que você usa nas horas erradas e só fala besteira.
— Pode ser que sim, mas pelo menos eu te faço companhia.
É irritante — não é irritante? — que você insista tanto em colocar na minha cara que só você está aqui comigo, que eu estaria totalmente sozinha se não fosse, mas... Suas vontades são absurdas, não há porque eu atendê-lo, aceitar os carinhos que você me oferece, a cama quente, o enfim-livre que você insinua; tão óbvio e tão difícil acreditar que você tem medo.
— Há motivo! — e brindamos — Nada melhor que gin tonic, non?
— Não há nada melhor, mesmo.
Enquanto isso, você pensa: “Ela está mal, dá pra perceber na pele dela, será que ela já está pronta? Ou então é o contrário, talvez justamente por não estar pronta eu possa ajudá-la, não sei, arre, me sinto um monstrinho pensando assim, como pode? Não há nada de errado, não meto chifres em ninguém e não pode ser que ela não sinta nada por mim, depois de tanto tempo... E, talvez, durante a noite, após tudo, ela chore e se liberte e enfim esteja pronta, mas pronta já comigo, pra mim, enfim, ou então...”
— Pobre tolo, tendo que me aguentar aqui com esse vocabulário todo mal traduzido.
— Ah, querida, não se engane: é melhor assim.
(Poor fool ... dont make a fool of yourself, you’ll never get me)
— Está tarde, enfim... preciso ir, então.
— Não, querida, você precisa vir.
(I must GO... Not at all, honeydarling, you must come)
segunda-feira, junho 01, 2009
Autocrítica 16.
R: Em que sentido?
R: Sim, você está certa, acredito que haja algum convencionalismo aí, mas... Conservadores? Não sei, acho que os casais são mais... utópicos, no sentido que não há lugar para eles e nem tempo, de verdade. Mas não acho que seja nada tão engessado, quer dizer, são sempre as mesmas pessoas, é sempre o mesmo casal, só que ele assume formas diferentes e não é preconceituoso.
R: ... que não existe. Não a considero preconceituosa porque são conceitos sobre algo que não está lá, que é também utópico. De certa forma, amo a ingenuidade de Lara, isso porque foi criada para ser amada [por mim].
R: Não sei. Se faço isso aqui é porque sim, não é? Ou melhor: estou sendo entrevistado e pronto, pra mim isso basta.
sábado, maio 16, 2009
É a sua vez de servir o café.
— Que que cê tá fazendo aí?
Ele olha para ela um pouco como que desentendido.
— Eu... ué, é exatamente o que parece. Tô escrevendo.
Ela sorri toda preguiçosa para ele, se arrasta até a pontinha da cama, até do lado do chão, onde ele está encurvado em torno d’uma cadernetinha .
— Acho que você não devia misturar trabalho com...igo.
Ele olha de esguelha para ela, ora, ora.
— Não é trabalho…
Ela bagunça um pouco mais o cabelo dele.
— É um diário? Você escreve sobre mim?
Ele descosta a caneta do papel, coloca o papel de lado. Olha-lhe um pouco ofendido.
— Não. É só… lazer, enfim. Escrevo sobre nada, mas é normal fazer assim.
Ela pende a cabeça cama abaixo, (mas só um pouquinho).
— E você acha gostoso? Posso experimentar?
Ele solta um pouco de ar, Por que não?, troca a página e entrega caneta e caderno, Talvez seja divertido.
— Ah, não, não é justo, vou escrever na mesma página que você e pronto.
Ela sorriu largamente, afinal, e pôs-se a escrever.
“existe coisa mais bonita do que acordar e ainda estar junto, de conhecer enfim como a outra pessoa é ao amanhecer, se ela se veste ou não, se ela prepara café-da-manhã ou se senta no chão e coloca-se a escrever, se ela é apenas uma mulher e apenas mais um pouco de sexo, ou então, talvez, ela seja muito mais inteligente do que pareceu ontem à noite, enquanto você a comia e provavelmente pensava que ela era só mais uma dessas, quando, na verdade, pode ser que ela realmente quisesse transar com você e gostasse muito de você e percebesse que, de manhã, você escreveria ainda antes dum banho, antes até de me acordar de alguma forma e dar os últimos beijos.”
Quantas línguas um homem deve conhecer para ser verdadeiramente?
os pèzinhos no chão
suingue besta
mão pra baixo
pro ar
pro cabelo
dela
(delas
pra um copo
de alguma coisa)
e uma calmitude grande
:)...
luz estrobonada, luz comprimida,
trem-bala velocidade-luz
na boca pros pés
mão pra baixo
cabeça
cima
cintura-costasbunda, você
(vocês)
:D!
420.
domingo, maio 10, 2009
Os títulos costumam ser substantivos (escrito por pura necessidade).
Buracos são, para mim, vazios, que sugam pela força da Lei de Murphy... ou de algum adendo dela.
...Sempre começo a escrever com uma ideia na cabeça... e ela se perde... sempre...
quinta-feira, maio 07, 2009
Futuro brilhante para a juventude iminente!
De lei Rouanet.
De fazer de trouxa?
Ah, mas que poxa;
de roubá os rico
pra dá pra us pobre
coitado que assiste
cinema de nobre.
domingo, maio 03, 2009
Parece que já é maio e estamos com o cronograma atrasado.
Quando eu percebi que batiam palmas ao ritmo da música, entrei no jogo, também, afinal de contas, não é mesmo?
Quando percebemos que ele não cantava mais, começamos nós a cantar, certos de que ele dava espaço para o público participar do show, que ele estava feliz com isso.
Quando ela percebeu o que acontecia com o heartburn dele, decepcionou-se com a falta de visão e prepotência e sabe mais o quê. Para ela, era lógico que rock (ou o que quer que fosse que ele tocava, hoje em dia...) era para ser apreciado por pessoas e que era natural que elas se sentissem envolvidas.
Eu, particularmente, não consigo me animar muito com isso de dançar e pular. Bater palmas, cantar refrão, bater cabeça, não sei, presume muita noção musical que eu não tenho.
Ele, particularmente, gosta de música.
Ela, particularmente, gosta dele.
Nós, particularmente, não temos ideia do que está acontecendo e pulamos já pela vigésima hora consecutiva.
Ele, particularmente, é um chato que está indo pra casa.
O show goes on, porque music is my radar.
sexta-feira, abril 10, 2009
Bum-bum-bum ele tinha a doença menos contagiosa que existe.
A doença dele, no entanto, não é tão indiferente da minha: ele era imortal, e isso fazia dele a pessoa mais famosa do mundo, porque algum dia a imprensa o descobriu e fez uma matéria com fotos e registros dele desde quando se tem registro e começaram a tentar prendê-lo numa prisão (os fatos não se sucederam bem assim, mas é como se fosse) e ele foi obrigado a matar muito para fugir, a destruir a parede e tudo com seu corpo imortal, com sua paciência imortal, com seu corpo sempre jovem - dizem que as células dele se multiplicavam apenas diante de danos, que elas não tinham gerações, que pareciam todas vindas de uma mesma célula original e todas igualmente novas, apesar dele aparentar uns bons 13 anos etc chega de cientificismo.
Ele foi preso porque queriam saber tudo o que queriam saber e ele não dava culhões para aquilo tudo (e se lembrava muito mal, também) e porque ele sentia que o papel dele não era esse. Ele não tinha a menor ideia de seu papel, isto é, e não havia tentado se matar ainda porque tinha plena consciência de que isso seria impossível e idiota. Já haviam tentado convencê-lo de que era deus ou diabo, já haviam feito de tudo para ele, enquanto que ele só queria... O quê?
domingo, abril 05, 2009
MENTIROSO É QUEM MORRE (um pouco de literatura, então).
sábado, abril 04, 2009
segunda-feira, março 23, 2009
Autobiografia 10.
Um teste de elenco é irritantemente sem noção, irritantemente difícil para o ator, irritantemente impossível de se levar, me sinto mal. Tratar com atores é irritante, porque é necessário se impor como pessoa sobre pessoa.
sexta-feira, março 20, 2009
quinta-feira, março 19, 2009
Autobiografia 8.
Houve uma vez na minha vida uma pessoa que... certamente não foi um acontecimento, mas algo mais como um evento ou uma passagem, se preferirem. A gente se conheceu como qualquer criança pode se conhecer nesses dias descuidados de hoje, conversamos, ficamos amigos. Ou até mais que isso, eu acho – ou achava, hoje eu certamente não diria isso, mas ça va. Tinha alguma coisa de bonito (pueril, certamente) naquela cumplicidade afetiva sem toques ou mesmo vistas que a gente tinha. Éramos, na nossa cabeça, namorados. Mas ela ficava longe, isso costuma ser um problema, mesmo que algum possa pensar que não e passar a vida provando - mas é e pronto. A distância, a telegamia como eu chamo, ela tem a capacidade de crescer exponencialmente e então... Eu não sei bem se por isso, ou se por um segundo que me fez pensar naquilo tudo e no ridículo daquilo tudo e, bem, acabamos, por assim dizer. Porque eu fiquei mais longe que simplesmente longe, longe dela mais do que da cidade dela, e alguém podia dizer que continuamos amigos, acho que não é mentir. Não que seja mais fácil, mas pelo menos (super)funciona. É só que andou chovendo bastante e, não sei porque, sempre que chove eu fico pensando se podia ser diferente e vejo que não.
domingo, março 15, 2009
Autobiografia 7.
Me lembro claramente das Pessoas falando que eu gostava de Débora, mas era mentira delas, nunca havia me passado pela cabeça algo sequer próximo disso. Também, quando me interessei verdadeiramente por alguém mais objetivamente, nunca suspeitaram de mim e nem era um gostar fofo como alguém pode imaginar. Era só que ela era bonita e não era uma pessoa terrível.
Havia muitas pessoas que me davam certo nojo naquela escola. Foi lá que aprendi a ser arrogante, foi lá que aprendi algo de ironia e de sarcasmo, foi lá que aprendi a vingança velada. Também aprendi a desprezar professores.
Havia amigos, certamente, já que, aparentemente, o excesso de dinheiro faz menos mal aos homens que às mulheres. Hoje, ainda que possua grande estima por alguns (ou algum) deles, sinto muita dificuldade de me relacionar com eles: não há vocabulário comum, não há objetivos comuns, a federal acabou terminando de me transformar ainda em outra coisa.
sábado, março 14, 2009
Autobiografia 6.
Satisfação do olhar, um realismo pessoal descoberto nos atores. Isto é, a noção de metaverdade ainda mais pura.
(por que uma autobiografia e não uma autocrítica? que diferença pode haver entre uma confissão sobre mim e uma confissão sobre o que faço ou quero dizer?)
Reitero: o que tenho buscado na Literatura já há algum tempo é uma reapreensão da realidade, existente ou não, e, por isso mesmo, a criação de algo totalmente único, pessoal e verdadeiro. A noção de mentira invertida para si mesma, isto é, um contar que é, por excelência, falso, mas que se torna verdadeiro em sua leitura. A necessidade de uma certa (vero)semelhança construída com a realidade se mostra no clímax deslocado, na subjetivação da narrativa, no fantástico banalizado.
Por que Cinema?
Quando pensei em entrar em Audiovisual, minha noção de Cinema era que era uma arte do paresser, da mentira construída ainda mais forte, pois fundada numa representação do real.
(por que cinema?)
A desconfiança no discurso das palavras aplicada também à imagem, também ao som (por que o som?), também às pessoas todas que estão lá à frente da câmera, atrás. Mais um vocabulário, mais uma falsa sintaxe, mas discórdia e teorias. Uma arte essencialmente moderna, contemporânea à prosa e poesia moderna e, ainda assim, tão distante.
(por que cinema? o que fazer pelo cinema?)
Enfim, uma espécie de amor.
(fauxe bequener)
quinta-feira, março 12, 2009
Autobiografia 5.
Além disso, é notável minha capacidade digressiva ou, apenas, não-direta-ao-ponto, porque muitas vezes o ponto é indizível ou inexistente, e então me sinto navegando por assuntos que não interessam, ou que são um pouco menos. Também sinto dificuldade em falar com pessoas sem nenhum tipo de afinidade gostística comigo, talvez com todos seja assim.
Eu costumo maltratar pessoas que eu tenho impressão que não pensam suficiente sobre si ou sobre o mundo ou sobre qualquer coisa. Às vezes é puro sadismo, noutras, quero tentar contaminar a pessoa com esse sentimento ruim que eu tenho aqui, que se chama dúvida.
Hiperbólico.
Agora, ligo pra Camila.
quarta-feira, março 11, 2009
Autobiografia 4.
Discutimos o método de escolha de seminário, algo arbitrário e similar a um jogo de regras pouco expostas ou um pouco confuso ou tudo isso. Que besteira, vamos ao filme de hoje, sobre armênios massacrados _ "NÓS", exatamente como foi feito-chamado o romance distópico inaugural. CLOSES X PLANOS GERAIS _ Pelechian.
segunda-feira, março 09, 2009
Autobiografia 3.
domingo, março 08, 2009
Autobiografia 2.
No fim das contas, você nem me deu um pedaço do pão com Nutella.
LILA:
Eu dei sim!!
RICARDO:
Não deu.
LILA:
Um pedaço de pão...
RICARDO:
Não...
LILA:
Uma bisnaguinha!
RICARDO:
Você não me deu uma bisnaguinha!
LILA:
Eu te dei uma mordida! E do meio, ainda.
RICARDO:
Não-deu-não!
LILA:
Caramba, eu não tô brincando! Eu dei sim, pode ir ver lá no pote de Nutella!
RICARDO:
Você pode até ter comido, mas você não me deu!
LILA:
Eu dei, sim!!
RICARDO:
Você acha que eu não ia lembrar?
LILA:
Eu te dei Nutella, caramba, para de brincar!
RICARDO:
Ué, por que você tá brava?
LILA:
Eu te dei e você fica falando que não...
RICARDO:
Pra mim, você não deu.
sábado, março 07, 2009
Autobiografia 1.
Eu disse não, obrigado, obviamente fui ríspido, ela me perguntou se eu gostava de ler, eu disse eu gosto, mas acho que ela entendeu não gosto, ao que ela me disse que tinha achado que eu gostava, mas as aparências..., então eu disse E U G O S T O, só que ela já se distanciava e voltava ao homem que a acompanhava.
Moral da história: não se ensina a um homem apaixonado por sexo a gozar mais rápido.
quarta-feira, março 04, 2009
Knowing Hochhäusler 2/2.
O cinema é uma máquina de criar realidades, no sentido que o real é determinado pelas histórias, que o relato cria realidade. Assim, metonimicamente, o cinema é realidade - ou, se formos mais ambiciosos, a realidade é cinema.
2.
O roteiro critica a realidade.
A filmagem critica o roteiro.
A edição critica a filmagem.
Ou seja: o próprio processo de produção de um filme deve ser dialético, ou, se aproximando dos conceitos de Eisenstein, deve ser uma montagem de atrações.
3.
Um filme deve ser suficientemente aberto para necessitar do máximo de trabalho por parte de seus espectadores, ou seja, os espectadores devem ser ativos, ou seja, o filme é construído na cabeça das pessoas e nunca independe delas. No entanto, um filme aberto demais (não) permite qualquer leitura e, portanto, não diz nada. Gandhi nunca afirmou isso, mas seria engraçado se o fizesse.
domingo, março 01, 2009
sexta-feira, fevereiro 20, 2009
domingo, fevereiro 01, 2009
Ares da graça: artista.
E então aparece a imagem de Sofia e e e e e e eu não sei bem e e e ela diz que me ama muito e e e e e e e e ela conta da nossa lua-de-mel em Parati e e eu olho de esguelha para Faustão e e e e não há onde me esconder e e e e e as dançarinas me flanqueiam a volta e e e e e e o público (o pequeno, não o de todas as tevês ociosas de domingo. Aliás! Inclua esse público também na minha informação e estará tudo nas devidas dimensões) me encara e e e e ela me manda um beijo e eu a encaro os olhos no telão e e e e ela sorri vagamente e e eu olho de esguelha para Faustão e ele olha para mim e e e eu abro a boca e e ele pergunta alguma coisa que eu não sei entender e e e e e e e e e e e eu acho que meu ar não e e e ele olha-me fundo-duro e e eu Mas... e e e e e e ele parece efetivamente preocupado e e a produção parece que e e e e e Ela... Como que vocês? e e e e e e e aparecem pessoas a minha volta e me agarram os cotovelos e e o público provavelmente se deleita com o espetáculo e e e e e e e as lágrimas e e Eu... Vocês... e e e o Faustão chama os comerciais e e e e e e e e e eu De onde vocês tiraram Sofia? e e e e ninguém parece me entender e se bem que eu também não os entendo e e e e e o Faustão pergunta se está tudo bem e e e e e e eu digo Ela está morta.
sábado, janeiro 17, 2009
Polilara.
quinta-feira, janeiro 08, 2009
Um conto escrito às pressas numa LANHouse (Córrego Fundo - MG)
Virgínia veio valente
Pato partiu potente
Nanda nunca namorou
Gabi garante: gozou.
domingo, janeiro 04, 2009
Cheiro de novo de novo.
Essas perguntas sempre atormentam meu sono, e aí eu trago pra vocês meus caros leitores: como a gente pode dizer que um ano acabou se é tudo só convenção que a gente inventa? Quer dizer, eu invento que o ano acabou e por isso acabou?
Ah, meus caros leitores, eu acho isso tudo muito complicado e chega a ser difícil falar sobre isso. Eu não gosto do ano novo, porque ele é BRANCO e eu prefiro o negro. Eu me sinto sozinho no branco.
Cada ano trás um monte de promessas novas, não é? Já fez as suas? Eu já tenho tanta promessa atrasada que esse ano eu não fiz nenhuma, só tenho que cumprir as dos anos passados que já tá ótimo.
Bom, é isso aí, vou viver meus anos aqui e boa sorte pra vocês!
P.S.: Gente, eu tô lendo um livro do Bradubruy que chama "Fahrenheit 451". Imaginem um futuro em que os livros são proibidos e que eles são queimados pelos chamados "bombeiros". Assustador, não é? Acabam os bons sentimentos, o conhecimento, a prosódia, a poesia e tudo mais e os homens viram robôs sem coração. Caros leitores, recomendo do fundo de meu coração, é MUITO melghor que o FILME.