segunda-feira, dezembro 29, 2008

parte: um leão morde a própria orelha num show de mágica

Marcos a olhava nos olhos e sorria, ela, idem; mãos dadas os dois num pequeno banco de praça de um parque vazio na manhã mais fria do ano de 2008. Já eram um ou dois meses? Foram bons e verdadeiros, cada vez os abraços mais fortes e mais inteiros e entreguistas (cada vez mais nus), ele também a tocava, agora, os jogos eram mútuos e seguros e sempre em frente, ‘Eu te amo, Marcos’. Marcos abriu a boca e desviou os olhos.

parte: um pequeno leão encontra seu verdadeiro dono

Ele estava com a garota a primeira vez, no abraço ele já percebera alguma coisa nela e em suas intenções, sentira como ela o tocava de corpo inteiro, como era um abraço completo e quase já entreguista logo no primeiro encontro, no primeiro beijo no rosto e quando o apresentaram como Marcos à garota loira e ela sorrira e dissera que era mentira, que o nome dele era Leãozinho, por causa dos olhos dele que a olhavam nos olhos, mas de esguelha, de soslaio, de indireto; riram todos, e ele sentira o orgulho fervilhando diferentemente. Não era de Leão, mas e daí?

parte: um leão é sempre um rei

Marcos a segurava pelos cabelos quando fazia por trás, sussurrava alguma coisa quando estava quase lá; alguma coisa era sempre ‘eu te amo’. Nunca nos olhos dela, nunca.

parte: sozinho

Marcos tomava um milkshake e pensava como havia gente bonita no mundo, apesar de tudo.

terça-feira, dezembro 23, 2008

Retirada.

Sei que é perda de tempo, mas ganho tempo – ao mesmo tempo – falando, por que não?, sobre o tempo. Você me quer entre suas pernas; pena, não desejo nada seu, minhas tropas recuam cuidadosamente enquanto menciono o calor absurdo – este Sol ainda me fará matar alguém, juro! – e tento ignorar seus olhos de vanguarda. Fuzis apontados entre minhas sobrancelhas, e eu, sobranceiro, discorrendo sobre nuvens pesadas e assustadoras.
Já alcancei a primeira trincheira, nos escondemos atrás de sacos de areia com as metralhadoras à mão, agora tenho confiança suficiente para fitar-lhe o rosto como um amigo, apenas um amigo, amigavelmente cedo-lhe o tempo de falar. Seus soldados estão estacionados, você apenas concorda com tudo que eu disse – o aquecimento global é um horror, e assim vai –, então também se cala.
Minha fuga alcança os navios, todo o meu exército em retirada nas docas: voltaremos para nosso país; derrotados, mas livres. Está tão quente, você diz, que nós, seus aviões decolam, poderíamos, vejo-os claramente no horizonte, tomar um banho, eles vêm ao meu cais, juntos, as bombas em queda-livre, meu amor, a morte.

domingo, dezembro 21, 2008

A república dos cabaços!

Dia 20 de dezembro de 2008 me senti de-repente muito sozinho nesse mundo das artes-internéticas; não que não haja gente por cujo trabalho me interesso, só que era cada um no seu canto e as distâncias aqui são virtualmente infinitas.

Surgiu-me uma epifania e aí percebi que eu tinha a resposta. Ou podia ter, era só colocar a mão na massa.

Pois bem, dia 21 de dezembro (a madrugada pós-20 de dezembro), fiz algo por mim e pelo mundo. É um pequeno ato, mas talvez seja grandioso:

Um blogue que alcança todas as artes e que é um contingente infinito:

A república dos cabaços!

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Glicemia (baixo).

tonto,
tonto,
tão tonto;

tô tão tonto,
tantão,
tô tão
tonto!

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Lara vista por um homem que gosta de mulheres e que as "segue" com o olhar (uma espécie de relação metonímica com o olho móvel; ainda mais uma).

E então, conforme eu descia as escadas para o metrô, percebi do outro lado (nas outras escadas, nas rolantes) uma mulher apoiada no paramão com o cotovelo esquerdo, a mão no queixo, o olhar levemente perdido (como quem anda de trem e vê o mundo passar) e azul. Caía bem com os cabelos pretos e curtos (não é todo azul que cai bem com preto, sem preconceitos, é claro), e seu rosto era lindo em sua branquitude e junto com a camisa xadrez de tons escuros e quentes: mais uma pessoa da Paulista, mas tão hipnotizante que deve receber esses olhares sempre, não sei; me percebeu a mirá-la, me olhou firme e eu me desviei para a pessoa feia (sua nuca era ordinária) que descia as escadas à minha frente, me desviei para meu mal-estar, para a dúvida sobre seu olhar e para um pouco de pé no chão. Mas ela ainda estava subindo, eu ainda estava descendo, ela ainda estava me olhando daquele jeito que eu posso fingir que era indagador ou que era solitário, provavelmente só era um olhar, enquanto o meu... estava de volta nela (só que ela de costas), e ela carregava uma mochila-bolsa preta e parecia mesmo angustiada quando vista por trás.

Um homem nunca pode olhar demais para trás, e então estava no metrô.

terça-feira, dezembro 16, 2008

e, ainda assim, vocês olham pra cima.

o céu estava nuvens rápidas lua branca e luminosa o céu estava difuso refletido no chão sem história para nuvens rápidas lua branca e cheia o céu estava refletido no chão sem sombras para contar sem céu sem vermelho nuvens rápidas lua branca isqueiro refletido no chão lua branca e azul na grama sem história e sombras sem céus nem vermelho nem história para o céu estava sem nuvens muito rápidas passaram noite clara e luminosa cheia o céu estava refletido duro no chão com sombras para contar sem céu sem vermelho as nuvens rápidas isqueiro refletido no chão a luz estava pouca tão bonita refletida no chão

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Das responsabilidades de um Homem Maduro.

O H O M E M D I S S E A
M E N I N A C H U P A O
P I N T O U P E R D E A
VIDA.

segunda-feira, dezembro 01, 2008

autos e baixos (conjunto involuntário surrealista).

você e eu e todos nós estávamos a favor de stálin, o do
[time azul
você derrubou a macarronada e sujou minha cozinha
a bola sempre cai e faz a maior sujeira na
[cesta.
a máscara sempre cai e faz a maiorsujeira na cara
quer ir a uma mostra de cinema africano?

sexta-feira, novembro 28, 2008

Hedonismo (é uma palavratabu).

E daí se eu tiro fotos minhas nua e coloco na Internet com minha carinha aparecendo e qualquer coisa escrita no meu corpo pra saberem que eu sou eu mesma?
tá cheio de homem por aí que finge que é menina e engana alguns outros homens e às vezes até alguma menina se passando por homem, hoje em dia nunca se sabe
Eu nunca me passaria por homem.
E daí se talvez algum dia me descubram e eu perca meu emprego (ainda não tenho emprego
não preciso ter emprego nenhum, sou inútil
Me protejo sob a 'adolescência'?
) e a 'humilhação pública'? Eu me orgulho de meu corpo, eu sei que sou mais bonita que todas elas juntas e que homens irão se masturbar comigo e que eu deixo as pessoas simplesmente malucas.
Cultuam-me.
Acho que o mundo inteiro é hipócrita.
e daí que fortaleço o machismo desse bando de gente sem a menor auto-estima, e daí que a punheta é a única coisa na vida deles
E você não vê problema na moça na Playboy, vê? A diferença é que eu não ganho dinheiro com isso.
eu sou cultuada
Me respeite.
Não é? Não estou fazendo algo de bom? O exibicionismo não é tudo que há hoje em dia?
quando me encosto na janela sem roupa acaba a sensação de vazio e aí percebo que é também comunicação
Eu sou menor que você?

domingo, novembro 23, 2008

Spring

Era uma bela vista. Sempre quisera parar por ali, sentar e admirar a paisagem. Nunca, porém, tivera a oportunidade - nunca até aquele dia. "Esqueceu-se" de todos os compromissos, ignorou os toques de sua entediante companheira e correu para o mirante, a fim de satisfazer sua tão reprimida vontade. Debruçou-se no parapeito e pôs-se a contemplar a angulosa paisagem, suas irritações sumindo por trás do horizonte junto do sol. Num pulo, sentou-se onde antes seus braços estavam apoiados; o livre - balançar de suas pernas, assim como os olhos fechados, muito contribuía no sucesso de sua pequena escapada. Estava, finalmente, relaxado.

"Vamos, coragem."

Abriu os olhos e voltou-se para trás: um senhor examinava-o, interessado. Mantinha-se longe, mas aproximava-se, lenta e senoidicamente. Sem entender a intenção daquela pessoa (e sem querer entendê-la), o rapaz cerrou os olhos novamente e voltou a esquecer-se no pôr-do-sol; custara muito a conseguir aquela fuga para deixar-se perturbar tão facilmente.

"Você consegue."

Olhou para trás novamente: o senhor parara. Perto dele, porém, começavam a juntar-se algumas pessoas. O senhor demonstrava grande interesse pelo rapaz; as pessoas, naturalmente curiosas, assistiam à cena.

"Vai lá!"

As pessoas assistiam a cena. O interesse espalhara-se; todos queriam estimular o rapaz – a quê, ele não sabia. Perplexo com toda aquela situação, voltou a olhar a paisagem. Mas era impossível ignorar o que acontecia atrás dele. A multidão crescia e aproximava-se; mais e mais pessoas encorajavam-no a fazer aquilo que esperavam que ele fizesse.

"Não me decepcione!"

Decepcionar? Em quê‽ O que querem que eu faça? Isso começava a assustá-lo. O rapaz girou o corpo, a fim de descer do parapeito. As pessoas, já bem próximas, mostraram um quê de irritação.

"Não vamos deixar que você desista!"

Estavam interessadas demais no rapaz, no que ele faria ou deixaria de fazer. O que significava aquilo, afinal? Aprende-se desde pequeno que não se deve mostrar interesse por estranhos – deve-se cuspir, esbarrar e desprezar. E, claro, desculpar-se depois, sorrindo. Mas devo estar fazendo algo muito certo para merecer isso: motivavam-no, aplaudiam-no, admiravam-no, apaixonadas.

"Nada disso, meu filho."

Mesmo entre toda aquela gente, o senhor realmente se destacava: tinha no rapaz um interesse especial, que não conseguia se definir entre carinho e compaixão, mas que chegava a ser até inspirador; olhava para ele como se olha para um namorado, ou para um doente terminal.

"Filho, sabemos como você se sente, como você teve de abrir mão de tudo, deixar tudo para trás para vir até aqui. Sabemos que você estava desesperado, e que não tinha escolha. Compartilhamos seu sentimento, e, se não estamos com você, é por covardia e não sabedoria. Mas não é por esse motivo que vamos deixar que você desista de fazer o que está aqui para fazer. Tudo de que você precisa é uma pequena força."

Agora, isso sim era um alívio. Não sei o que eles querem, e eles compartilham meu sentimento! O rapaz resolveu que era melhor tentar voltar-se para o que restava de pôr-do-sol e recuperar sua pequena escapada. Mas era impossível: apesar de seus esforços para ignorá-lo, o quê solidificara-se, estabelecera-se, ganhara força. As pessoas estavam determinadas a encorajar o rapaz até o fim, até que ele fizesse o que elas estavam ali para vê-lo fazer. Ao ver que ele talvez não o fizesse, elas enraiveceram-se. O senhor estava particularmente desapontado – tinha grande esperança no rapaz.

O rapaz estava, sem qualquer brilho de dúvida, condenado: ou fazia de vez o que queriam que ele fizesse, ou fazia de vez o que queriam que ele fizesse. Mas era improvável que ele descobrisse o que queriam dele; logo, seria forçado a fazê-lo. E nada jamais apagaria de sua memória a expectativarrevoltadecepção estampada no rosto daquelas pessoas.

Insinuo-me então no mirante, por entre a multidão, chego mais perto que o senhor, que começara o que ali acontecia; empurro o rapaz pelas costas, dou a ele a força de que precisava, e o livro de sua vergonha.

Aplausos.

(escrito por Henrique 'lex' Rocha)

quarta-feira, novembro 19, 2008

Miudeza.

É muito difícil achar a onomatopéia certa para as coisas: que barulho é que fazem os dedos dele na barriga dela, tamborinlantemente felizes rumo às zonas secretas entrecoxas ou então aos seiozinhos? O mais fácil foi feito: diz-se e explica e houve que ouve; mas é tsa-tsa-tsa-tsa, bem baixinho e um pouco mais molhado e aberto quando chega em zonas mais molengas de se ser, enquanto que os ossos (os caminhos dos dedos são sempre misteriosos, eles podem alcançar as asas de sua pélvis e aí...) produzem coisas mais tó-tó-tó ou, nas costelas, hahaha!.

Tem importância? Talvez ele ouça esses sonzinhos invisíveis de inventados; mas ela, enquanto instrumentada, é só tu-tum! tu-tum! tu-tum!.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Revisão (a hora do chá).

Uma hora a literatura foge do nosso poder e então se torna um mundo por si só
[você pode escolher o estilo entre prosapoesiabomruiminteressanteintelectualconcretosimbóliconostradamusjoaquimdefreitas], e então você pode largar o livro ou segurá-lo ainda mais forte: o poder das frases feitas - ainda assim, pode parecer que não, mas só há um outro texto em toda a Internet (ao menos a parte atingida pelo Google) com a sentença "o poder das frases feitas".

Rebeca e Gustavo compartilhavam do bom sentimento que é olhar os olhos com os olhos: é aí que começa a confiança, é aí que se pode transar sem nenhum tipo de medo.
"Olho nos seus olhos e não noto sua barriga seus peitos pequenos as leves estrias de crescimento nas suas costas a celulite da bunda os pêlos em volta de seu cu seu gozo falseado."

Há 53 posts neste blog que contêm a palavra então em seu corpo. 54 com este. Isso diz bastante sobre o autor e sua noção de movimento, tempo e causalidade. A palavra átimo só aparece em 2 outros textos. Amor em 20. Há 9 em que amor e então coincidem. Amor e morte, 3. É a primeira vez que Rebeca e Gustavo aparecem; Carlos, em 11, Clara, em 4: se juntam em apenas 1. Só uma chance.

Era a primeira vez do casal, a primeira vez de cada um, e Gustavo olhava Rebeca nos olhos com os olhos, ele sabia que ela estava chorando e corando um pouco, ele gostava dela o bastante para segurá-la contra seu peito e esperar pacientemente pela calma. Seu cabelo cheirava bem - também, recém-lavado assim - e a toalha enrolada no corpo dela era tão macia quanto o corpo por baixo. Os fios negros molhavam o ombro esquerdo de Gustavo, que descia a mão pelo comecinho das costas (o de cima) dela e segurava sua cintura contra a dele.

O artifício de usar você como objeto da narrativa é relativamente recente, não vou apontar meu primeiro texto a usá-lo, porque foram vários e aos poucos. É uma forma de aumentar a capacidade de identificação das pessoas, de forçar a conjugação dos leitores, seja com o narrador, seja com o suposto receptor.

Rebeca não gostava de Gustavo.
Tentava se convencer disso, mas o cheiro do ombro dele era tão bom e familiar, tão suor e tão humano, enquanto ela fedia a sabonete e a água quente, a banho tomado numa tarde abafada. Se ela aceitasse tudo que ele oferecia a ela, certamente mudaria de cheiro, imundiciaria de Gustavo. E, ainda por cima, os olhos dele eram lindos.

Você pode sentir o autor por trás de tudo, semprissempre, não pode? O estilo é claro, posso mascará-lo de tantastantas formas, mas um leitor é sempre um leitor e sabe que eu não vou decepcioná-lo: pontualmente, intercalarei minhas anotações com a história que escrevo; não gosto de confundi-los, Rebeca e Gustavo.

Os dois se entreolharam, ela já não chorava e ele reconhecia algum tipo de beleza que desconhecia naquele rosto, aquela cara de cavalo dos olhos redondos e pretos, do cabelo preto, da sombra preta, da pele clara, ao contrário do moreno de seus próprios braços, de seus músculos adolescentes. Durante quanto tempo quisera beijá-la? Nem tanto. Ainda assim, naquele momento, ele queria jogá-la na cama e lamber seu rosto e sorrir tocando seu nariz com seu nariz, amar muito numa explosão de...

Carlos e Clara estavam sentados num banco de uma praça. Ela tentava explicar-lhe que possuía um namorado, que o esperava, que não queria conversa com nenhum estranho nesse meio-tempo, que estava lendo um bom livro, que odiava gente vindo pra cima dela, que odiava urubus, que odiava gaviões, que odiava todo tipo de animal que mata ou come, que era vegetariana convicta. Então Carlos convidou-a para o Gopala Prasada, ela o olhou decima abaixo e notou que era bonito, mais bonito que seu namorado, e que tinha boa dicção e que se vestia bem, que tinha mais ou menos a mesma idade que ela, que sorria, tinha cabelos muito bonitos; mas foram seus Olhos que a conquistaram em um só átimo: olho no olho no olho no olho. Era amor, era a morte.

Rebeca deixou a toalha soltar-se das costas, Gustavo começou a acariciá-la também ali, Rebeca virou a face para o outro lado, Gustavo fez com que ela virasse todo o corpo, Rebeca obedeceu, Gustavo retirou a toalha lentamente com as mãos, Rebeca estremeceu, Gustavo viu a toalha caindo no chão - deslizou menos suave do que havia imaginado - e passou a mão pela lateral do corpo dela, Rebeca estremeceu, Gustavo pegou-a com firmeza na cintura e tentou empurrá-la levemente para a frente, Rebeca disse que Daquele jeito não, Gustavo largou as mãos, confuso, Rebeca virou-se novamente para ele e sorriu, desajeitada, Gustavo olhou-a nos olhos, Rebeca puxou-o pela cintura, Gustavo caiu em cima dela, Rebeca caiu na cama.

Eu imagino que as pessoas não me entendam direito. Não sei o que as pessoas sentem quando leem meus textos, sei que algumas podem ter a impressão que escrevo para elas, e é verdade. Sempre escrevo para vocês, e aqui uso o artifício novamente. Todos vocês ou todas vocês? É fundamental que o autor consiga ser todas as personagens e que ele consiga escrever. A tarefa criativa é ingrata, no sentido que é provável que já tenham escrito e dito o que você pretendia de forma muito mais eficaz. Não sei se a eficácia é importante para o que pretendemos.

Ele sentiu frio e contraiu os músculos, ou vice-versa, e ela sentiu calor e contraiu os músculos e continou com calor quando o abraçou, um pouco assustada, depois de tudo. Ele retribuiu o abraço, um pouco desanimado, enquanto ela lhe dava um beijinho no peito, Rebeca disse que o amava muito e ele fez que sim com a cabeça. Gustavo estava vazio e não olhava para nada; embora não soubesse, estava feliz.

"may i feel said he/(i'll squeal said she/just once said he)/it's fun said she
(may i touch said he/how much said she/a lot said he)/why not said she
(let's go said he/not too far said she/what's too far said he/where you are said she)
may i stay said he/(which way said she/like this said he/if you kiss said she
may i move said he/is it love said she)/if you're willing said he/(but you're killing said she
but it's life said he/but your wife said she/now said he)/ow said she
(tiptop said he/don't stop said she/oh no said he)/go slow said she
(cccome?said he/ummm said she)/you're divine!said he/(you are Mine said she)"


segunda-feira, novembro 03, 2008

quinta-feira, outubro 30, 2008

cinema.

(no) cinema:
uma perna.
é uma perna?
é uma perna.

é só sua perna,
é só minha mão!

sua perna?
é sua perna,
é sua perna.

são os dedos
da minha mão.
(
e sua coxa?
a sua coxa.
ah, sua coxa!

é só quem prende
a minha atenção.
)
uma perna:
ah, a sua perna
é sua perna -

é só sua perna,
é só um vão.

terça-feira, outubro 28, 2008

virtualmente,

D I S T Â N C I A
DIS Tva A ziNoCIA
nmuitov óvazio. s
não?

Mais um pouco de arrogância astística, talvez.

"tudo começa pela essência do povo e entendemos que esta essência só pode ser vivenciada pelo artista quando ele se defronta a fundo com o fato nu da posse do poder pela classe dirigente e a conseqüente privação de poder em que se encontra o povo enquanto massa dos governados pelos outros e para os outros. Se não se parte daí não se é nem revolucionário nem popular, porque revolucionar a sociedade é passar o poder ao povo. (...) nossa arte revolucionária pretende ser popular quando se identifica com a aspiração fundamental do povo. (...) os traços positivos do povo só poderão se realizar pela prática dos atos negativos e destruidores que suprimem o povo enquanto ser escravizado. Na ação revolucionária o povo nega a sua negação (...). Por esse movimento gera-se toda a matéria-prima de que necessita a arte popular revolucionária para elaborar seus produtos, pois o conteúdo desta arte não pode ser outro senão a riqueza, em suas linhas gerais e em seus meandros (...) nós, ao contrário, vemos nos homens do povo acima de tudo a sua qualidade heróica de futuros combatentes do exército de libertação nacional e popular."

quinta-feira, outubro 23, 2008

domingo, outubro 19, 2008

ELEVADO A TRÊS: O ROMANCE.

Não é um romance, não sei mais quanto vale pra mim ou pra qualquer outra pessoa, mas hoje resolvi hospedar o que tenho do "livro" Elevado a Três, que deu título ao blogue e que estive escrevendo lá em meados de 2005.

Espero que as referências fiquem claras, que a falta de revisão seja um charme e que minha juventude radiante deixe todos vocês muito bonitinhos e alegres.

Ça va!

ELEVADO A TRÊS

PORRA, LITERATURA, PORRA!

Ê, LOÁ
VÔ TI MATÁ
DOIS TIROS DE BOUA
CÊ MORRE À TOUA

VÂMU INVADI
BOTÁ BOMBA DI MONTÃO
IXPLUDI SEU CORAÇÃO
OU ENTÃO SEU CÉREBROOO

QUERO TAMBÉM
SUA AMIGA, VEM VEM
MEUS BEEEEEEEIINS!

ERA UM CARA LEGAL
JOGAVA FUTIBAL
E SORRIIIIIOOOOU!

sábado, outubro 18, 2008

Narratividade e estilística cinematográfica.

  • Fábula: Termo do formalismo russo para os eventos narrativos em seqüência cronológica causal. (Por vezes traduzido como "história".) Termo que envolve um constructo do espectador.
  • Syuzhet: Termo do formalismo russo que designa a apresentação sistêmica dos eventos da fábula no texto. (Por vezes traduzido como "trama".)
  • Narração: Processo de informar o receptor para que este construa a fábula a partir de padrões do syuzhet e do estilo cinematográfico.
  • Cognoscibilidade: a dimensão e a amplitude da reivindicação de conhecimento da narração sobre informações da fábula.
  • Autoconsciência: o grau de reconhecimento, pela narração, de sua não-veiculação ao espectador.
  • Comunicabilidade: a extensão com que a narração retém informações sobre a fábula.
  • Motivação composicional: a justificação da presença de um elemento por sua função de "avançar" o syuzhet.
  • Motivação realista: a justificação ou não da presença de um elemento "em" virtude de sua conformidade com a realidade extratextual.
  • Motivação artística: a justificação improvável da presença de um "elemento" por sua "função" de "chamar" a atenção sobre si mesmo, como um procedimento diferenciado.
  • Motivação transtextual: a justificação (?) da presença de um elemento por sua referência [...] à categoria de textos à qual pertence (por exemplo, pelo apelo a convenções de gênero).

domingo, outubro 12, 2008

Outubro.

O escritor
revolucionário encontra
uma garota loira no bar.
Ela lhe pergunta o que está fazendo
e ele responde:
vou comprar uma cerveja
e você?
Ela diz que sim, tudo bem afi
nal, ela gosta.

Que bom, você também quer uma?

Sobre a França, a arte, a interatividade, a aleatoriedade, o amor e o egoísmo contemporâneos.

É tudo sorte. La Brute.

quinta-feira, outubro 09, 2008

segunda-feira, outubro 06, 2008

Notas de Lara sobre fotografia:

Pouco me importa a função da fotografia, é só um processo químico mediado pelo pensamento, um pensamento mediado por um processo químico, um processo mediado por um pensamento químico, joguinhos de imagem em grãos irregulares.

Acho que o importante é saber que as fotos são, ou seja, há independência entre elas e seus objetos. O ato da captação pode ser consciente ou inconsciente, não importa, sempre há pensamento de uma forma ou de outra.

1CCD ou 2CCDs ou 3CCDs são sempre menos poéticos que milimetragens, mas funciona. Pro que eu faço, funciona. Eu gosto e gasto menos.

Ih, ficou ambíguo!

sexta-feira, outubro 03, 2008

SAV08;

IX Semana do AudioVisual

Oi, convido todo mundo aí a aparecer lá na SAV, ou então só na quinta mesmo porque vai passar uns filmes meus e poxa, né, sou um cineasta muito importante.

sexta-feira, setembro 26, 2008

Razões pelas quais odeio verdadeiramente o sexo.

Não sei como as pessoas são assim-tão-obcecadas-por-sexo, acho a verdadeira decadência do ser humano perceber que todo mundo só sabe falar sobre isso e só pensa nisso, é tudo segundas intenções! Acho que o humano foi um projeto falho, porque é absurdo que meninas de poucos anos já fiquem agindo como meretrizes e querendo ficar com os garoto, beijá-los, levá-los pra cama.

Aonde estamos indo, hein?

Experimentem pedir para as pessoas pararem de falar sobre sexo, aí vocês vêem como a coisa é grave: eles não tem nada pra falar! A vida dessas pessoas é só futilidade, é incrível que não consigam tirar prazer de nenhum outro lugar. Como podem ter escolhido justo a coisa mais grotesca e nojenta para adorar como se a Deus?

São animais, eu sou um ser racional.

Normalmente não gosto de falar esse tipo de coisa, mas nesse caso, é a mais pura vontade: os homens e mulheres viciados em sexo são uma raça inferior que devia ser expurgada. Já temos até inseminação artificial!

É isso aí.

terça-feira, setembro 23, 2008

Cigarrilha.

Tomo coragem em gluglugoles, porque só vindo de fora mesmo preu tomar jeito, cerveja, bebericações de whisky ou água suja-mal-lavada. Talvez agora, maybe 3 doses later; mas hoje e não ontem e nem tanto numa República de Bananas como a nossa: cada vez que meus lábios queimam — uísque, portanto — me transporto pra algum lugar mais livre em que posso beber ainda mais um gole; é assim que a coragem vem e é canalizada para si mesma, aí mais um gole e quase me sinto bem.


Alguém chama por trás de meu ombro e eu vou — é assim que é — e corro para a porta preta e me troco tão rápido quanto gritam comigo e me arrasto até as cortinas e agarro firme e tento sorrir e lembrar da bebida na minha garganta e talvez até tomar mais uma e já estou atrasada demais e subo no palco preparada ou não para os homens e seus sorrisos e suas Bananas e eu danço um pouco. O mais importante é tirar a roupa.

sábado, setembro 20, 2008

giz vermelho sobre repetição vazia, 2008.

F I G U P

I R A D E

L I N G L

A U A G E

sexta-feira, setembro 12, 2008

3 mortes horríveis:

Anna estava dormindo

Eu comia um hot-dog quando descobri um pedaço de urânio dentro da salsicha, corri para o hospital

Outra Anna jogava têni

domingo, setembro 07, 2008

"O que é o feminismo?" - tudo que aprendi sobre tirinhas norte-americanas durante todo esse tempo na Internet.

E: "Eu não acredito que essa pergunta possa ser respondida sem antes clarificar algumas coisas, dentre elas a principal e única que vou me dignificar a explicitar a todos vocês: o que é uma mulher? A definição é genética, fisiológica, psicológica, ilógica?? Porque eu não acredito que a única diferença entre eu e uma mulher seja o nosso sexo [refere-se ao órgão sexual], não é? Há algo de misterioso e inquietante em todas as mulheres, acho que isso não se pode perder nunca, e talvez isso esteja contido necessariamente em suas curvas. É como se a luz não passasse direto por elas, é um show de difrações e distrações para todos que tem a honra de vez. É isso que é uma mulher, ou pelo menos seria, se não fossem tão complexas."
e: "Eu discordo, em parte. Que história é essa de curvas? Não acho que uma mulher precise de curvas para ter esse tal mistério. A mulher alcança um tipo de retidão corporal que é impossível para os homens, a não ser os efeminados, mas aí é justamente o ponto..."
E: "Bom, mas aí é apenas uma questão de gosto, a mulher continua sendo isso que eu disse, é que talvez você goste dessas mulheres masculinizadas..."
e: "Justamente o contrário! Não há nada de masculino no que estou falando! O que me vem à cabeça é aquela beleza frágil, cristalina, quase infantil das mulheres. Uma mulher tem que ter isso, eu acho, para poder ser mesmo uma mulher. Não é que eu não goste dessas, peço perdão pela palavra, ahn, gostosas, mas acho que não é isso que é uma mulher. A feminilidade é outra coisa!
i: "Sim! Outra coisa, é claro, que vocês nunca conseguiriam, é... Como assim o que é uma mulher? É isso que rouba, que nos faz como que... escravas! Essa inversão lógica, embora pareça lógica no começo, é a raiz mais pura do sexismo! Sim, lógico, devemos preservar a feminilidade, porque somos frágeis, fracas, não é? Rá! A que custo vocês querem manter esses seus sonhinhos sexuais? Porque a única coisa que eu vi pensando até agora foi as suas cabeças de baixo! Não! São essas diferenças que criam as distorções do nosso mundo! Uma mulher pode muito bem fazer tudo que um homem faz... Na verdade, uma mulher deve fazer tudo que um homem faz!"
e: "É isso que eu quero dizer, olha essa menina! Ela é tão magrinha e branquinha, mas olha só como ela grita e pensa e brilha a cada palavra? Isso sim é uma mulher... Como ela pode dizer que não é feminina? Tudo bem, a mulher tem direito a não usar sutiã, porque não, e eu digo que isso é mesmo lindo, porque a beleza é exclusivamente feminina..."
E: "Aí que entram as curvas."

DEZ MULHERES NINJAS VESTIDAS SÓ DE BIQUÍNI APARECEM COM SUAS NINJA-TO E CORTAM A CABEÇA DE E MAIÚSCULO [muito sangue jorra], A LÍDER APONTA A ESPADA PARA E MINÚSCULO E DIZ QUE ELE NÃO DEVIA MENOSPREZAR A GOSTOSURA FEMININA. CURIOSAMENTE, ELA É A ÚNICA JAPONESA DO GRUPO E, PORTANTO, TEM CURVAS MUITO MAIS CONTIDAS, ENTÃO E MINÚSCULO DIZ QUE ELE SERÁ SEU ESCRAVO DAQUELE MOMENTO EM DIANTE E ELA ENFIA A NINJA-TO EM SUA GARGANTA PORQUE MULHER NÃO GOSTA DE HOMEM CHORÃO. FINALMENTE, I MINÚSCULA VAI EM DIREÇÃO A ELAS E DIZ QUE ELAS ESTÃO DE PARABÉNS POR ASSUMIR UM EMPREGO QUE NORMALMENTE É TÃO DURO COM AS MULHERES, MAS QUE ELAS NÃO DEVIAM SE SUJEITAR AOS GOSTOS MASCULINOS USANDO ROUPAS TÃO INDECENTES, ENTÃO A NINJACHEFE DIZ À I MINÚSCULA QUE ELA É UMA REACIONÁRIA CRISTÃ IDIOTA E TODAS AS NINJAS ATIRAM UM MILHÃO DE SHURIKENS NELA.

quarta-feira, setembro 03, 2008

P.S.:


DEAR G O D,


I'm dying to meet you!

sexta-feira, agosto 29, 2008

Mural:

Estou criando um coletivo de literatura
Alguém interessado me mande uma mensagem
para combinarmos mais detalhes
obrigado.

domingo, agosto 24, 2008

Mais um pouco de ação.

O elevador é um pouco mais demorado do que eu esperava.

Já no térreo, pronto pra correr, não é? Era o plano, você me disse, era só sair pela porta principal daquele prédio de negócios, cabeça e maleta erguidas, tudo estaria bom e pronto, outras pessoas cuidariam do corpo desmaiado, o microdardo grudado naquelas costas, apenas não pisque demais para ninguém achar que há algo errado.

"Eu nunca usei esse tipo de munição. Eu só preciso... atirar?"

"Sim, a partir daí é o efeito do remédio agindo sobre o homem.”

“Eu miro na cabeça?”

“Não, pel’amor! Você tem que...”

Mesmo assim, o homem ainda estava jogado no chão, uma pequena multidão à sua volta. Ainda está, e nada de vocês aparecerem, e então eu percebo as bolhas que começam a formar em sua pele, a espuma saindo de sua boca, me aproximo mais e tomo seu pulso — tão-tão-tão-tão quente — e as convulsões começam e eu seguro sua cabeça sem entender muita coisa e eu espero vocês aparecerem, mas toca uma sirene que vai chegando e sou eu que seguro a sua mão e vejo o seu rosto muito branco nessas roupas de executivo importante e é então que...

“Pode ser que o cara seja alérgico, não pode?”

“Ah, como se esse tipo de coisa...”

“Pode, não pode?”

“Bem, talvez.”

Talvez eu não tenha pensado em nada disso antes, mas é certeza que. Já matei outros, não matei?

sábado, agosto 23, 2008

Um pouco de ação.

Tréquiti — eu tava parado, mas ele não. Não chegava a ser empecilho, só que sempre dá menos segurança quando é assim, porque parece depender menos de você (ou até mais, porque tem que prestar atenção e as chances se deslizam pro lado contrário ao seu, pelo menos um pouquinho) —, suspiro.

A estabilidade se dá com um apoio extra, já que o chão nunca se mexe – quando se mexe, não faz diferença, porque aí eu também me mexeria junto com ele e seria ainda pior, ainda mais perigoso – e quase dá pra se sentir arraigado. Essa sensação se dá forte ainda por outro motivo: me deito rente ao chão, fecho um olho, sinto o concreto e o vento na nuca. Tremo-tremia de frio, só.

A estabilidade se dava com um apoio extra, já que meu braço tremia. Nesses casos, a racionalização ajuda muito, fingir que se está fazendo outra coisa, pensar mais nos meios do que nos fins. Ignorava e deixava o fim como suspense e clímax, por mais que eu já soubesse, talvez todos já soubessem o que ia acontecer. Há um quê de universal em cada experiência, acho que é daí que vêem os dèjá vus por todos os cantos.

Parou, parece, mas eu não tava tão parado assim — está vamos looonge... Se bem que ele mais perto de mim, graças às vantagens técnicas da tecnologia. Tréquiti? Sim, já, então é só:
P Á !

Acertei no meio das costas, eram as instruções. Só um tranquilizante, ou coisa do tipo, pra ele dormir.

terça-feira, agosto 19, 2008

Lara no supermercado.

Kuat ou Taí? Refrigerante, mais refrigerante ainda? Suco é muito caro, então, água (o galão de 20 litros está em casa), mas sair com as mãos vazias também não vale nada.

Cerveja, então. Tomar cerveja em casa é uma novidade, pode ser bom. Talvez seja até melhor do que Kuat diet; a cor é mais bonita. Pra hoje: doces ou salgados? Almoço de verdade ou um lanchinho? Vale a pena fazer a compra do mês sem o carro?

Uma moça de patins que não sorri.

Embalagem nova com mais 500 gramas (antes era 1 quilo e agora é 400 + 500 = 900 gramas), bolachinha água-e-sal-e-aromatizantes, suco, também, no fim das contas.

Dinheiro plastificado: todo dinheiro é falso, sempre, um conceitozinho inventado, abstrato; tudo que é abstrato é mentiroso, os sentimentos também são assim. Pequenina burgues(i)a.
petit

sexta-feira, agosto 15, 2008

Uma espécie de dor-de-cabeça.

Oas domingos, eu costumo dormir tarde porque é omo se o fim-de-semana não tivesse abcado ainda: é horrível, de certa forma, porque é um saudosismo que retorna toda semana e que não me deixa dormir. Involuntaried ae [e opior tioi de coisa que pode acontecer para uma pessoa que vive do que acontece dentro de sua cabeça.

Sou um parnromal (é mentira, é brincadeira; chefio uma cozinha, desenho quadros, vôo para a Itália: é trabalho muito).

E aí na segunda eu sinto uma coisa nascer no coraçao do meu estômago, cho que pode ser o amor se insistindo em mim, ou então refluxo, gastrite, ortopedite ou então eu sinto um coelho dentro do meu cérebro, deitado na parte de trás e fazendo peso, ou então pulando de um lado para o outro; lás de vai meu centro de gravidade! Bem, é melhor do que o sono, que eu não sinto> aapago.

É nessas vezes que o meu alarma não funciona bem e simplesmene não toca, mesmo que estea provgramado pra ficqar ad infinitum até que eu enfie a mão nele. Talvez sejam os coelhinhos qu desliguem ele, porque eu lembraria, certamente, se qualquer outra coisa acontecesse. Não sou eu, são os coelhinhos ---

eu digo
cada vez em que erro uma palavra.

sábado, agosto 09, 2008

A praise to Hollywood.

If theres something that should be pointed out as the major important differential between us and Hollywood is deffinitelly Acting Quality. Its not a universal rule, but they are just more used to cinema than us we are. I dont believe we are capable of having average films so well acted than they can, at least not until cinema is really a reality for us: im expecting this day yet to come.

quarta-feira, agosto 06, 2008

Nanoconto:

Uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, [...] ovelhas.

sexta-feira, agosto 01, 2008

U M B O M P E D A Ç O D E N O S S A S O B J E T I V A S

Lúcia abriu os olhos ou então as pernas ou então começou o jantar ou então a amar ou então o nado sincronizado ou então o sapateado ou então o gato atrás do carro ou então do cachorro ou então o cachorro ou então o sorvete em cima do gato ou então em cima de você ou então de sua irmã ou então do meu irmão ou então esquiamos todos juntos ou então na Cidade ou então rigorosamente no dia 29 de fevereiro ou então a paz romana ou então grega ou então um pouco de sorvete na grelha ou então um pouco de paz assada ou então o vegetarianismo ou então o amor aos animais ou então a traição perpétua ou então o perdão divino ou então a adjetivação perene ou então seus olhos quebrando o gelo ou então um pouco de champanhe ou então de rum ou então a estibordo ou então que bom ter você a bordo ou então jazz ou então Será que você gosta? ou então Lúcia vestindo meias de prata ou então garfos ou então gorfos ou então ortografias ortodoxamente ortogonais, sua ortodentista ou então sabor menta refrescante ou então a propaganda ou então o asfalto cheirando à chuva ou então cheirando a chuva ou então cocaína ou então wasabi ou então acarajé russo com um pouco de amor lusitano ou então Lucas partindo uma partida de tênis ou então Lúcia sem sapatos ou então calcinhas ou então paralelismos ou então pára antes que você ou então deixa pra outro dia ou então Seja bem-vindo ou então seja bem vindo ou então seja bombordo ou então banhos naturalistas em auto mar ou então robótica ou então autocorregimento ou então uma parcela de nós, militares ou então abundância ou então seu cheiro de almôndegas ou então de sexo mineiro ou então de creme de batata da Avon ou então da Coca-Cola ou então da Liberdade ou então moramos na Cidade ou então jogamos um pouco de tênis quando nos sentimos cansados ou então justamente para nos cansar ou então madrugadas com gosto de erva-mate ou então sensorial ou então sem sentido ou então sem Lúcia nem o pouco de paz que nos define ou então um pátio cheirando a mar ou então ao mar ou então o mar ou então Lavoisier versus Laplace numa luta de boxe ou então Neo contra Trinity numa cama de boliche ou então outros esportes olímpicos ou então L mais L dando resultados inefáveis ou então mudos, mesmo ou então cegos ou então cortantes ou então facas ou então Hollywood e as letras Capitais ou então americanismo ou então o galo ou então bonjur ou então abajur ou então suas pernas abertas iluminadas por uma gota de saliva ou então óleo ou então escamas de tilápia ou então um barco inteiro só para nós seis ou então uma partida de damas à qual não tenho acesso ou então ele está apertado ou então sufocado ou então apenas parte de uma coisa maior ou então um milhar de milhões ou então mais um chinês ou então abóboras ou então dislexia ou então diz que dizia ou então dito por não dito ou então mais uma partida de voleibol ou então tênis ou então é a sua vez ou então Lúcia viajava nos dias secos ou então gostava do gosto de inverno ou então pequenos versos em forma de três ou então quatro ou então cinco ou então nove mil e três ou então quatro ou então da manhã ou então mais uma palavrinha só e estaremos perdidos ou então Lucas ou então Lúcia ou então Lúcio ou então cada palavra sua é uma parte de uma confissão maior ou então azul ou então coisa de virgem ou então de você, meu rouxinolzinho ou então minha espoleta ou então tiros imperdíveis sabor camarão ou então chimarrão ou então o cheiro-verde da sala de tevê ou então Laplace lutando damas contra Lúcia às 23 horas de um sistema perdido de graduação de temperatura ou então mais uma noite jogando peteca enquanto a festa acontece no bloco 23 de uma loja de armas ou então nós, militares, lutando contra uma falsa bomba implantada no seu molar ou então nas pernas abertas de Lúcia, que parecia, hoje ou então ontem numa partida de tênis ou então como que coberta de razão ou então dum travesseiro de plumas de ganso ou então foie gras ou então folia cristã ou então nós somos ateus? ou então o sapo que partia um ganso numa luta de patinetes ou então de skates ou então de galicismos loucos por causa da tilápia em suas pernas ou então Lúcia é toda errada ou então na mosca ou então inefavelmente repetente vocabular ou então C. de S. N. ou então S. A. ou então L. T. de A. ou então Laplace Tilápia de Autocorregimento ou então Pedro, que hoje nada durante as horas moças ou então maçãs do rosto de Penélope ou então Patrícia ou então Joaquina jogando jóqueis ou então truco ou então noventa e seis ou então 91 ou então nunca mais vou falar o nome dela ou então palavras redondas com gosto de caramelo ou então dançando com um galego ou então gracejos azuis tomados por vermelhos ou então por velhos bêbados ou então terremotos asiáticos ou então estrias ou então não dessa vez ou então nunca mais ou então não importa muito ou então tudo ou então que sei ou então é água ou então macarrão na boca dos outros é gracejo ou então comida de mineiro ou então é a sua vez ou então com mais força ou então ace ou então a se ou então mineração é a sua praia ou então andam minerando sua praia ou então mineirando minha casa ou então sua patroa ou então raios lazer ou então todas as segundas-feiras que ainda sobram ou então sobrarem ou então ceia de natal ou então pós-morte ou então divinidade junto da mulheridade ou então não se desligue sem aviso prévio ou então É seu o filho ou então ramos de cereja ou então amora ou então a mordomia ou então mordomos sempre são os culpados ou então quem foi dessa vez Patrícia? ou então Perneta, a guarda de fogo ou então um pouco de rum ou então champanhe ou então foi de graça ou então cu de graça ou então mais um pouco de americanismos ou então não conjugamos certo quando estamos um pouco inebriados num jogo de damas ou então mais uma dança chinesa que não é parte de mim ou então Lúcia ou então retomamos o ponto de entrada ou então mais um lance estratégico ou então Palmeiras 4 a 2 ou então quatro a dois ou então Rolling Stones ou então um mais um dão dois ou então dois me dão um mais um ou então duas horas e ela ainda está aí de olhos abertos ou então você nunca acerta seus cruzeiros ou então grandes portas-aviões ou então as chaves esquecidas aos pés das mesas ou então mais um pouco de tango com cerejas ou então molhos ou então pés ou então situações sem ou então mais um pouco ou então forte e você consegue ou então azeitona ou então bola na rede ou então gol ou então falta ou então um terreno de War conquistado de Paula ou então destruir os verdes ou então mais um pouco de cowboys ou então o empirismo norte-americano ou então Cinema ou então Cerveja ou então Lúcia se livrando de mais uma parte da censura de Lezequiel ou então l’estranho l’mundo l’de l’galos ou então recorrentes ou então prisões feitas de arcabouço ou então naturezas selvagens ou então o que pode ser natural quando vestimos pedaços de amebas? ou então a história de um pato que encontrou algumas lagoas e não pôde passear por causa da esquisitossomose ou então da matemática atéia ou então de Patrícia que vestia Rolling Stones aos sábados ou então naquela noite em que ficou provado que existem 3 palavras no vocabulário de Ted ou então Morte ou então Sexo ou então Lubrificação forçada ou então os pés encharcados dele depois de voltar da caça ou então um saque certeiro por parte dela ou então mais um ataque penetrante meu e de Lucas ou então Lúcia fazendo tricô todos os dias aos sábados ou então um dia rasgado no calendário típico ou então tipificado ou então mal-planejado pelos vikings ou então já começa a se chatear e a suspirar ou então a se mexer nas cadeiras ou então o filme mal acabou de começar ou então começou mal de acabar ou então Falta o acabamento, senhora, mas seus peitos ficarão perfeito em exatos noventa anos ou então já estaremos aproveitando os restos vitais numa festa ou então doaremos parte da medula cervical para o pedreiro antes que acabe seu material de amor ou então armas de destruição em massa ou então odes cantadas por Lúcia ao cair das queixas ou então canibalismo ou então tropicalienista é a mãe ou então sua irmã ou então meu irmão ou então eu mesma ou então apenas um adjetivo fora de lugar não é capaz de definir quem eu sou ou então quem ela é ou então Quem está falando? ou então mais um capítulo e a novela ou então o romance ou então nossa história, Patrícia ou então Porquinha ou então como estão indo suas férias ou então aonde ou então onde ou então Cadê? ou então Wally vestido com sua roupa mais nova ou então mais uma partida de damas ou então queria muito que elas não fossem embora ou então em boa hora ou então vestidas ou então mato com gosto de capim nascente ou então os japoneses jogando mais um pouco de pingue-pongue para tentar alcançar a China ou então os casais chineses fazendo pingue-pongue para sabe-se lá o quê ou então o queixo quebrado quando acertei meu taco de golfe em sua cara ou então na dele ou então na nossa ou então Lúcia não era sincera quando vestia cinza ou então estava pelada ou então na verdade, eram apenas algumas recordações com algum valor sentimental ou então suas cinzas não valiam nada, mesmo ou então abundam ou então a água ou então marinheiros partindo cordas e cobras em suas aventuras pelo mar ou então a mar ou então mais um ponto para Lúcio ou então mais um golpe às avessas de Pirambóia quando partiu sem esperanças por um mundo que não oferece nada aos nascidos sem natureza ou então O que nos difere são as semelhanças ou então as frases feitas ou então os pratos ou então natureza morta ou então a especialidade do homem ou então o prato do dia não é gratuito ou então nada é gratuito quando não se nada em dinheiro ou então ainda um jogo de palavra ou então mais jogo de palavra ainda ou então LER ou então aprender um pouco de ioga com suas posições comprometedoras ou então quase não pago nada ou então Não reclame que é tudo que eu tenho ou então foi o que eu disse ou então foi ela ou então só agora Lucas entende ou então foi ontem numa partida de navio ou então dum carro poçante depois daquela chuva do diabo ou então quantas letras cabem na sua hipoteca ou então a hipótese é que você já não sabe mais pensar ou então sorrir ou então quebrar a quarta parede ou então posar para a câmera enquanto meus olhos só pensam em uma coisa ou então La Marx lutando contra índios selvagens numa terra com donos ou então dano sofrido não é causado ou então a morte da humanidade pelas mãos de um mutante sabor areia ou então Como está sua viagem? ou então Eu estou ótimo, obrigado ou então Foi ótima, obrigado ou então obrigada ou então de graça, eu sei ou então quem sabe não saberemos? ou então minha pergunta não é uma resposta à afirmação anterior ou então a afirmação anterior não pode vestir meias de prata por já estar em suas bodas ou então Lúcia tem gosto de chocolate meio-amargo sabor manteiga de cacau ou então ovos mexidos numa noite de primavera em Praga ou então Venezuela e seus mexicanos cor-de-musgo ou então acorde vinte e 2, página quinze ou então mais uma palavra e eu te mato ou então papas fritas a 194 centavos o nanômetro ou então Nana não é amiga de Patrícia às quartas-feiras ou então justamente naquele dia perdi minha virgindade com um padre jogador de basquete holandês ou então uma quadra de tênis ou então coberturas holandesas sobre Lúcia e L ou então disque M para Matar ou então fale M para matar o pobre boneco ignorante de que está nas mãos de uma pessoa que acha que se escreve listem ou então fonema ou então proxenetismo cristológico na sua bolsa de esperma ou então fila de espera ou então apenas nove meses e saberemos que você está morta ou então feliz da vida ou então concretizada ou então estampada numa máquina de xerox setenta e três ou então rolex ou então a democracia romana insurgindo-se numa tarde de verão em 1973 ou então mais uma década perdida para os pobres góticos ou então umbral ou então as pernas ou então um convite ou então seu coração ou então sua consciência ou então sua carteira ou então ela não abriu nada e sou eu que imagino as coisas ou então partimos corações como pedaços de pãos ou então mães ou então não há nada que valha quando o ponto não entra ou então mais uma blusinha inutilizável ou então para a sua avó, isto é: faziam sexo ao ar livre, isto é: as flores já começavam a morrer, isto é: na tevê, 007, isto é: pizza de mussarela, isto é: inverno na Normandia, isto é: massacre armênico, isto é: negros jogando boliches contra a solidão, isto é: cremação involuntária, isto é: fellatio ergo sum, isto é: louca lúcida, isto é: programas participativos em que o telefone é o alvo das perguntas, isto é: cabelos no gramado, isto é: progressão narrativo-histórica, isto é: luz, isto é: Cristo é isto mesmo, isto é: parte do mundo parte consigo, isto é: axiomas frágeis numa realidade quebrantável, isto é: cinco palavras sobre a morte de uma jovem atleta nordestina, isto é: tanto sim como não valem igualmente, isto é: feromenal, isto é: juvenitude progressista, isto é: passa um carro blindado na tevê, isto é: primeiro ministro é vesgo como uma porta, isto é: indecisão impede mandato policial, isto é: uma série se inicia com uma tomada e se acaba com uma datilógrafa, isto é: uma vez por vez e já foram cinco, isto é: elimina-se a primeira pessoa para ficar apenas com duas, isto é: não se sabe aonde foi o padre, isto é: procura-se emprego fácil, isto é: conclui-se que, isto é: a juventude de hoje se perde quando volta do trabalho, isto é: catupiry, isto é: jogos olímpicos da primavera, isto é: repetição, isto é: Lúcia.

sábado, julho 26, 2008

sexta-feira, julho 25, 2008

F E S T A .

Que que pode ser e o que é uma festa? Onde acaba um texto quando eu falo sobre o pretexto da conversa que eu tive ontem com a garota que usava saias jeans e drede loques? Começa a ficção quando eu digo “não olhem pra câmera”.

— Como era o nome daquela professora que tinha aquela risadinha? Aquela risadinha, hãhãhã, hahahahaha.
— Não era aquele que vestia calças jeans?
— Ah, não, ele não ouviu, magina… E, também, ouvir o fim da conversa, ou só um pedacinho, nunca faz sentido de verdade, esses trechos só
— Ganham sentido na cabeça do leitor, pelo menos é assim que eu imagino meus textos. Eu não faço ninguém entender nada, são as pessoas que se projetam, sabe?
— Vem, vâmo.
— Quanto será que fica o táxi até em casa, daqui?
— É 30 reais, pegar ou largar, babe.

Toda a festa é multifacetada, está aí a virtude de seu texto, mas apenas aí, não se vanglorie, você, que lê, que vírgula.

sexta-feira, julho 18, 2008

Para Lara:

"Eu não entendo quando você diz que ficou feia em alguma foto, quer dizer, a foto não tem nada a ver com você, já é uma coisa totalmente
diferente.
Você devia saber mais ainda do que eu, porque você que é a profissional e... E aí as minhas fotos caseiras não podem, não valem, acho que você acha que elas são mais pessoais que as suas.

Acho que você tem inveja das minhas fotos!"

Ambos riem.

"Vem cá, vira pra lá, fecha os olhos; as fotos são minhas, sua opinião não importa!"

segunda-feira, julho 14, 2008

be(ijei)bi.

rápido, (insegura) constrangido (temerosa),
sei lá... sinceramente, acho que
mereço (meu bem) mais!

O D E I O (não)
entender cousas da vida!
sabe?!

por que(^?)

quinta-feira, julho 10, 2008

D E M O C R A C I A D I R E T A C O M B A R R E I R A S :

Abro, a partir de hoje, por tempo ilimitado, o blogue, este, que vocês lêem todos os dias, supõe-se, ou eu suponho, para contribuições de todo tipo, talvez eu esteja mentindo um pouco, enviadas ao e-mail rmiyada@gmail.com. Isto, a medida aqui tomada, não se deve à falta de criatividade do autor, mas sim, no entanto, a uma necessidade de entendimento, mútuo, entre mim e você.
A M A N H A :

Entrega + viagem + V E R D A N A

domingo, julho 06, 2008

Jogue-se por mim, por favor.

E você não sabe a melancolia que é olhar rapidinho pela janela e descobrir um monte de prédios quase sem cor por causa do quase-começo de noite — algumas janelas insistem no laranja-mel, mas o céu já é cinza-roxo-azul-noturno — que toma nossa cidade, você está de volta, e cada vez tudo fica mais negro, a não ser nos apartamentos das tevês ligadas neste domingo que-se-arrasta.

Como pode ser desta vez? Quem vai sorrir primeiro do penteado do outro ou então comentar a saudade ou apertar os olhos num chorinho tímido? Eu não tenho direito nem força pra prendê-la entre meus dedos, embora meu abraço tente tanto tocá-la, tentá-la, tonta, tão tonta, não vê que não quero mais esse negócio de você longe de mim?

Note: noite.

Todos gostamos tanto de você: eu, o Carlos, a Má, a Lila, o Fred, o nosso mundo inteiro estava lá pra te abraçar e talvez dizer a mesma coisa que eu — ou querer dizer, tanto faz —, acho que amamos você d’um jeito que não existe de mais nenhuma maneira. Até o bar parece estender suas cadeiras em volta de você, aconchegando-lhe um bem-vinda-de-volta.

Chega a minha vez na fila: beijo-a na bochecha, aperto sua mão, gosto de vê-la tão feliz assim e me sento com minha cerveja.

Eu fico muito interessado, ou feliz, que o seja, quando percebo alguém tomando consciência da linguagem.

Por exemplo, hoje, en el subté:

"Nossa... Nossa, gente, quanta gente!"
As reticências representam o ponto epifânico de virada no discurso.

C'est incredible, my friend.

sexta-feira, julho 04, 2008

Carta-resposta.

Um cara andou falando sobre mim em seu blogue.

Ótimo, cada um faz o que quiser, né?

Segue-se a CARTA ABERTA DE RESPOSTA A GUILHERME W.

quinta-feira, julho 03, 2008

Painel:

V E R D A D E
V E R D A N A
G O R D U R A
G E O R G I A
A R T I S T A
E S U A M A E

domingo, junho 29, 2008

"Isso [um soneto renascentista de Melière] é uma bobagem" - Soneto.

Quero uma mulher bonita
pra chamar de caramelo
melo melo melo melo
uma mulher bonita.

Jogo peteca na esquina
joga ela na esquina
jogue-a, joga logo a esquina
que lá é uma curva.

Uma, duastrês
em èsse
é você

mulher bonita, ê
caramelo
melo você.

quarta-feira, junho 25, 2008

c

etc; mas etc, logo etc, quando etc, então etc, fim.
etc.

quinta-feira, junho 19, 2008

Instrucções para dancçar;

1
São nossas barrigas que se colam primeiro, é o que acontece quando eu a puxo com a mão assim.
2
Você gosta quando eu pego desse jeito, quando nos grudamos e é
3
inevitável rodar em nós mesmos, sentir o ritmo,
4
arfar, suar, verbos sem verbo.
5
Gritar!
6
Já não é mão, já não são barrigas, costas, coxas, pés, olhos, bocas, peles (as mais extensas de todas); narizes:
7
tu-ru-turu-tutu.
8
1!

terça-feira, junho 17, 2008

Jogo de azar.

Tudo bem, eu danço com você.

segunda-feira, junho 09, 2008

sábado, junho 07, 2008

Imemor.

— Pataquim de torobatá que se tutaia amim sentil, chotrapa pentesqueral. Namá sê rimbondom; qua com pim dô chá rê? Protalquiaria terebundum quo sea natarimálti lá trapa nonatiti cempro noá.

Pretar jája lemquis fesersem tiqueti sem caem torópata plim.

quarta-feira, junho 04, 2008

Os dois se despedem

Flores estão mortas
e atapetam pavimento:
cor-de-lilás-vivo.

sem graça, como estranhos se

Tempestade tórrida,
Todo bicho se aquieta.
Tudo aqui trovoa.

gostam não se amam.

Chuva passageira.
O gato fica enrolado
Bem na minha meia.

domingo, junho 01, 2008

sexta-feira, maio 30, 2008

Nane, pode ser?

— Não lhes importava se a história era boa ou não; era mentira, e isso bastava para invalidar meu discurso diante de gente como eles. Meus filhos não gostavam das coisas que eu inventava, diziam que minha língua ia cair com tanta besteiragem. A mãe deles ensinou que mentir era ruim, que tornava as pessoas piores, que não devíamos fazer com os outros o que não queríamos que fizessem conosco. Essa sim é a besteiragem: os gostos variam: eu gostaria que ela tivesse me mentido sobre as noites em que passava fora de casa, mas ela insistia em dar cada detalhe sobre as coxas de seus amantes.

Então ela me largou porque eu escondia os meus casos.

Se a verdade é tão importante, conto logo que seus relatos me excitavam, embora eu ficasse realmente ofendido com tanta sujeira. Procurei outras porque ela me deixava com tesão e logo depois ia dormir: estava cansada por causa dos outros homens – acho. Não contei nada pra ela porque eu sabia que ela não queria a verdade de forma alguma. As pessoas acreditam que o que acreditam é verdade, mas tudo é uma espécie de mentira – especialmente a moral sobre a ética.

O senso comum não é de todos, embora tenhamos que respirá-lo em conjunto. É uma coisa inspirada, introjetada por nós mesmos – não há outra opção. No entanto, a culpa é nossa, se se pode falar em culpa; aceitamos tudo isso cada vez que enchemos nossos pulmões. As idéias, nós que deixamos entrar, ou a morte.

— Já está bom, Amor, as crianças já dormiram.

quarta-feira, maio 21, 2008

iv lost my data coz of you, not so happy deffinittelly I am not.

Our little History used to work in this awkyard way: there was He, which was a Man and despised all his equals for he was into Licterature and all whichnsflfnfnlsnknlsnlllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll

quinta-feira, maio 15, 2008

Retrato duma artista como jovem.

Meu Diário, hoje foi mais um daqueles dias repugnantes. As coisas são muito inefáveis de tão chatas que chegam a serem pois os meninos continuam infantis como sempre. A Patty e a Cá, disseram que o Alex gosta de mim mas eu não acho... No Verdade Ou Desafio eu não quis beijar ele e aí ninguem quis que eu ficasse mais perto porque eu tenho que brincar direito. Quanta audácia! Foi o niver da Gabriela e o salão todo tava impecável!!! Eu gosto muito dela, Meu Diário, senão eu até ficava com inveja. Os pais dela são muito D+! Mas aí ela chorou um monte também porque o Alex não quis ficar com ela e a Patty e a Cá falam, que a culpa é minha. Meus pais vieram me pegar mais cedo porque estava ficando INSUSTENVEL..... Porque o Pedro não gosta de mim??

Diário, agora já está ficando tarde, despedirei-me. Amanhã eu não sei se vou poder escrever por causa da natação mas já garanto que vai ser diferente e vai acontecer um monte de coisa. Não vou ser mais pusilânime!!!!! Dorme bem, BEIJOS
Lá.

Anapaixão.

Que diferença que faz não ter você?

Subtrai, certeza, ou talvez multiplique pela negatividade ou então. Não é aquela solitude de andar pela Cidade às madrugadas, nos bairros rexidenciais tão negros entre os postes: são as árvores que cobrem a luz.

Querem só para elas.

Eu não sou assim, você sabe, não é? Eu não quero es-pe-ci-fi-ca-men-te você, eu não preciso de sua atenção e de seu carinho, não preciso nunca falar ou ver você. Mas subtrai, mesmo assim, saber que você já não quer ser mais minha.

Eu abdicaria da posse, também.

Era só eu ser seu, era só colocarmonos num só standard, a mesma altura, autossomos. Não precisava ser tão racional assim, também. Que diferença faz? Já foi, não é, mas.

quarta-feira, maio 14, 2008

Proposta literária e/ou Manifesto.

Andreas Müller-Pohle escribió en 1985: "La extensión del manual de instrucciones es inversamente proporcional al grado de automatismo del aparato.".

terça-feira, maio 13, 2008

Uma hora e trinta, AM.

— Não, é que eu não sei dançar, mesmo.

Dá uma volta em torno dos pés e sacode as virilhas e as ancas e te mexe gostosa alegria tão gorda que te toma e toma todas que a noite é feita para gente que tem os cabelos negros sem tintura e sem raiz e que agüenta as pernas tanto tempo como ti.

— Eu quero, mas... Eu não quero, eu não vou!

Te guarda para teu marido. Preserva a tua castidade. Sonha com o bem do homem que cuidará de teu corpo. Não deixes mais nenhum outro.

— Talvez fosse melhor a gente ir dormir...

Às noites, tu te tornas vulto pulsátil, eu não alcanço teus contornos com os olhos, bem que poderia ser qualquer outra pessoa na minha frente. Mas é tu, mas tu és: teus gritos esclarecem.

domingo, maio 11, 2008

Interlúdio histórico: da impropriedade.

Algum dia eu vou te procurar
e só vou te achar
no meu computador
digitando "Mariana"
no google
maps.

quinta-feira, maio 08, 2008

Autocrítica 15.

— Então tu veio.

— Vim e vi, se não, não tava encarando essa cara feia que não vale nada de coisa nenhuma; mais: vim pronto verdadeiramente pra o que quer que seja ou que será, que é o que vai ser agora logo. Mais mais: tua vida e tua linhagem acaba toda num só rompante meu e nos meus farfalhares de pistola, cai no chão feito mangaba ou melancia já sofrida de toda desde minúscula. Do chão ao chão.

— Tu não sabe mesmo como calar a boca, Serefim. Ser-e-fim é o teu.

— Que prosa, que prosa, que a minha é de mais valia. Qu’importância se ocê ouve ou faz que tantofaz?, eu é que tô certo no meu caminho e a tua irmã gosta mesmo é de mim, assim de gostaramarmuito. Não vejo, mas venho certocerteza pra cabar co’essa história e ocê vai ver o que é Destino acontecido.

— Deveras te repete, de novo, de novo.

— Que é que é a vida que não repetição? Que é que é a morte que não o fim do tudo-o-mesmo? Quero é metê a bala nocê, por obsequiação minha, porque só tem esse remédio pra besteira boba dela. E o senhor, seu proxeneta, não dá pr’entendê como são as engrenagem da tua cabeça enorme de horrível, porque foi ocê mesmo que...

— Já tá bom, já não basta?

— Basta a besta da tua mãe! Se é coisa a sério cê tem que m’escutá na corretitude: é a morte morrida sem razão de ser.

— Tu é que queria morrer aparecendo por aqui! Não queria te vê nem no inferno-que-Deus-me-livre e tu chega e vem gozar c’a minha cara!

— Gozar? Glossário: cê que quis, ocê que chamou, vim por respeito devido ao seu senhor meu-cunhadinho, porque amizade foi o que foi de mais importante, se é que houve, pra nós e pra mim. Eu e você, irmãos também; ocê quis duelá e chamou e agora eu digo que sim: vim e vejo tua cara qu’é vergonha de maior essência.

— Serefim. Tu devia de ter fugido que foi pra isso que eu quis que viesse. Irmã minha com meu amigo não vale, mas se fugidos fossem...

— Mas ocê pediu fogo e é fogo que tem aqui na minha pistola! Arrenego, Arre Nêgo!

Fez-se fogo: fizeram.

segunda-feira, maio 05, 2008

Chateaubriand.

Quando eu sinto que o mundo quer me afogar nos valores dele eu corro pra dentro de mim e aí é minha própria idiotice idiossincrática que me espera e eu tenho que fugir para o outro lado e os valores continuam me pressionando como uma pasta de dente e meu interior ainda é tão imbecil quanto antes e eu tenho que questionar ambos os valores e não me venha com esses hegelianismos seus que eu não sou sintético não eu vazo pelos cantos mas os dois lados não conseguem confluir-se de jeito maneira e tudo que eu escrevo agora poderia se chamar Autocrítica 11 mas finalmente eu acabei com isso enterrei os postes diários e a luz elétrica se acabou hoje enquanto um moço-da-tevê dizia que o Ronaldo ainda pode limpar a imagem dele porque aparecer com travestis é um absurdo para um homem importante como ele que ele está estragando tudo que ele fez até aquele dia mas esse sou eu.


Este se chama Chateaubriand.

sábado, maio 03, 2008

Autocrítica 10.

Os Arquivos d'escolha, um a um.

Era uma vez...


A graça dessa, ahn, cronicazinha em Verdana é um início dessa vocação autovoltada que se vê por aqui. O blogue tem poucas coisas tão "transparentes" quanto esse texto. Eu provavelmente não sorri, nentanto.

Crônica (fictícia) rabiscada no caderno.


Esse conto marca a presença de meus gloriosos caderninhos no meu processo criativo. Viagens, praias e família nunca mais foram iguais. Também é curioso que eu acreditasse, na época, que escrevia crônicas ou qualquer coisa do tipo. Marca-se o início dos textos sobre amizade + mulheres.

Crítica lírica.

Definitivamente o melhor texto crítico do blogue inteiro. Minha vocação poética aparece aí.

Resposta à Camila:

É a primeira vez em que eu uso um texto meu misturado com um outro texto e acabam se integrando e tal. O texto acabou servindo para a produção de um curta-metragem. Gosto muito de sua artificialidade.

Se se morresse de amor.


É a primeira vez em que me proponho uma temática e consigo construí-la com sucesso. O texto é bastante divertidozinho. Creio que seja a primeira vez que uso um "pseudônimo" ou algo assim dentro do texto para me identificar.

Osmose - um minuto de tod'a vida.

Gosto das imagens desse roteiro e sinto que a sensação foi passada com exatidão. Além disso, é um dos poucos "casais" femininos que eu já escrevi. Provavelmente não funcionaria como um filme.

A droga de toda a vida.


Já foi o meu texto preferido. Conta bem a história e funciona como um todo. Ok.

Fuja.

Gosto da imagem que imaginei para a Morte. De resto, tem algo de plágio de Discworld e tem um estilo relativamente definido. Não gosto tanto, na verdade, mas há leitores que acham o mais legal de todos os tempos. Não tenho como discordar.

O garoto, a pipa e os bestsellers.

Aqui repito o procedimento do "Resposta à Camila:", mas alcanço efeito muito maior. É um tratado sobre literatura e estilística. Merece muito mais atenção do que recebeu.

Valor


Acabou me ganhando um concurso de literatura (junto com outros textos de sua série). Merece seu lugar aqui, portanto. Ah, há também a temática da criança, outra que vai sendo desenvolvido em alguns textos. A raposa não é uma metáfora.

O amor.

Gosto das imagens criadas por esse texto. Eu acredito nele.

Tique-tique.

Livremente baseado nisso: Turn signals. Também tem imagens muito fortes, para mim. Houve toda a controvérsia em relação a qual onomatopéia seria melhor para o texto. Gosto da força visual dessa que acabou ficando. É uma metáfora para as relações humanas.

Metaverdades.

Esse texto sintetiza toda a série de Autocríticas em 6 linhas.

Som.

Acho que não é o melhor dos "contos concretistas" que eu fiz, mas exemplifica bem como as coisas funcionam. Influência das HQs.

Indícios.


Um projeto que eu tinha certeza que eu acabaria deixando para lá, mas que eu acabei acabando. Quer dizer, o produto-teste acabou se transformando no produto final. Ainda posso fazer alguma coisa sobre isso.

A coisa que não se explica porque não é.


Quando escrevi esse texto, eu achei que só as duas primeiras sentenças eram decentes. Depois percebi que o texto todo funciona muito bem e que eu me orgulho dele.

O Cisne.


Escrito sob encomenda, funcionou.

A derradeira.

O texto tem uma sinceridade que me surpreende. Acho que a forma trabalha bem o conteúdo, acho que funcionou como quis. Talvez seja meu texto mais de gente grande.

no inverno


Vide Autocrítica..

- Como que pode, cara, você e ela não são pessoas que possam se misturar, são i-mis-cí-veis.
- She's unmissable, man, don't mix it up.


Acho que pode ser considerado uma releitura do "Crônica fictícia rabiscada no caderno.". É também uma espécie de manifesto sobre literatura, se você prestar atenção. Também entra pelo mesmo viés do "Autocrítica.". Um dos textos mais completos, talvez o meu preferido, atualmente.

sexta-feira, maio 02, 2008

quinta-feira, maio 01, 2008

Autocrítica 8.

Pressa d'escrever, só pra cumprir cronograma. Dia-a-dia faz que faz, repeteco é a lei, arte-por-arte é ao artista: certeza, certeza, altivo. Shift + E espaço o s espaço a n g l i c i s m o s interrogação Enter (return).

Todo título transforma.

quarta-feira, abril 30, 2008

Autocrítica 7.

Q: Quantos anos você tem?
R: 18.

Q: E com essa idade você já se julga um escritor?
R: Sim. Mas devo dizer que essa tal condição é completamente superestimada.

Q: Como assim?
R: Não há nada de muito especial em ser um escritor ou um poeta ou um músico ou um gramático. Vá lá, tem as implicações sòciopatológicas, mas não existe nenhuma espécie de "aura mágica" em torno de nós.

Q: Você quer dizer que os artistas são pessoas normais.
R: Ou então que a arte é só mais uma das coisas da vida. Acho que há alguma diferença entre as afirmações.

Q: Bem, você já vem publicando há mais de dois anos o blogue Elevado a Três.
O que você escreve por lá?
R: Ah, há alguns tipos de texto. A maioria são contos curtos, e aí o estilo varia muito. Tem coisas que vão pro lado do realismo fantástico, outras são... Como se diz? Muitas são sobre relacionamentos ou sobre as palavras. Também tem uns "poemas", eu nunca me considerei nada parecido com um poeta, que costumam ir mais pro lado narrativo ou algo assim. Algumas "crônicas" aparecem lá no começo do blogue, mas eu meio que renego aquilo tudo.

Q: Então por que ainda está no blogue?
R: Me apego muito ao meu lixo. Sério, eu só joguei fora alguns brinquedos velhos e quebrados semana passada! (risos) Na verdade, acho que pode ser interessante para os leitores, não sei. As coisas que chegam no blogue não são necessariamente as melhores, também, muita coisa que eu acho boa acabo guardando para usar em concursos literários e aí o blogue fica sem os "melhores textos". Acho que é por isso que sobram tantos posts experimentais e porraloucos: as coisas que fazem sentido eu deixo para ganhar dinheiro.

Q: Isso é ridículo.
R: Eu sei. Mas eu tenho esperança de ser publicado alguma hora, e aí é bom ter algum material inédito, não?

Q: Não, sim, mas assim os seus textos do blogue...
R: Eu costumo mandar para alguns amigos os textos que eu acho interessantes mas que não chegarão ao blogue. Peço a opinião e os irrito, acho.

Q: Você acha que seu público é menos importante do que o dinheiro, então.
R: Talvez. E você escreve pra quê?

Q: Ah, pra nada. Eu só transcrevo entrevistas com as pessoas que me mandam...
R: O entrevistador também é uma espécie de autor?

Q: (risos) Sim, acho que sim. As nossas perguntas dirigem as respostas e é mais ou menos o que um escritor ou um cineasta faz com a reação de seu público. Pelo menos é o que se espera, nem que tudo seja inconsciente demais.
R: Eu concordo que os textos e os filmes façam isso, só não sei se é essa a função deles. Talvez você devesse ser neutro.

Q: Eu não acredito que sequer haja isso de neutralidade.
R: Nem eu, nem eu.

terça-feira, abril 29, 2008

Autocrítica 6.

etc.

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segunda-feira, abril 28, 2008

Autocrítica 5.

eu quero tomar banho
e você não me deixa.
se fode
sozinha, meu bem
que eu não quero mais;
nossas peles se grudam:
REFRIGERANTE DERRAMADO PELO CHÃO.


Quanto vale isso que eu escrevi?
O processo criativo é tolo: pensei numa imagem, tentei desenhá-la, me veio à cabeça a frase inicial, escrevi, imaginei os múltiplos contextos que serviriam para a afirmação e resolvi concretizar um (e só um) num poema.

Quanta poesia cabe em meus textos?
Não há muitos critérios, devo dizer que ponho no papel as coisas como me surgem, depois pontuo, reescrevo, entend'interpreto. O impulso sempre é "expontâneo" ou "de fora para dentro", mesmo que haja algum tipo de "musa inspiradora" ou o que o valha. Não é automático. Se você identificar pontos mais saborosos nos textos é porque eles foram os ganchos criativos que minha cabeça cria: é a própria estrutura, são as sacadas.

Eu me levo a sério?
Não sei, mesmo, o que se passa na cabeça das pessoas quando lêem uma coisa dessas. Eu, particularmente, acho o texto bem sincero. Tem lá seu lado técnico e chato (foi pensado, apesar de tudo), mas o mais importante, o sentimento, está lá. Acho que as pessoas podem não gostar dele, da escrita tosca (aspas ou itálico?), de mim; a culpa não é do texto.

Sobreviverei ao tempo?
Todos que se sujeitam a estudar esse belíssimo ramo das atividades humanas, a crítica literária, devem ter bem claro nas suas cabecinhas que essa é uma coisa extremamente idiota. Não devem, de forma alguma, deixar de se dedicar à crítica só porque ela é idiota, mas a consciência é muito importante para evitar o papel de ridículo. Mantenha-se sempre consciente e, aí, nunca será ridículo sem que você o saiba.