segunda-feira, dezembro 29, 2008
parte: um leão morde a própria orelha num show de mágica
parte: um pequeno leão encontra seu verdadeiro dono
parte: um leão é sempre um rei
parte: sozinho
terça-feira, dezembro 23, 2008
Retirada.
domingo, dezembro 21, 2008
A república dos cabaços!
Surgiu-me uma epifania e aí percebi que eu tinha a resposta. Ou podia ter, era só colocar a mão na massa.
Pois bem, dia 21 de dezembro (a madrugada pós-20 de dezembro), fiz algo por mim e pelo mundo. É um pequeno ato, mas talvez seja grandioso:
Um blogue que alcança todas as artes e que é um contingente infinito:
A república dos cabaços!
sexta-feira, dezembro 19, 2008
quinta-feira, dezembro 18, 2008
Lara vista por um homem que gosta de mulheres e que as "segue" com o olhar (uma espécie de relação metonímica com o olho móvel; ainda mais uma).
terça-feira, dezembro 16, 2008
e, ainda assim, vocês olham pra cima.
sexta-feira, dezembro 05, 2008
Das responsabilidades de um Homem Maduro.
M E N I N A C H U P A O
P I N T O U P E R D E A
VIDA.
segunda-feira, dezembro 01, 2008
autos e baixos (conjunto involuntário surrealista).
[time azul
você derrubou a macarronada e sujou minha cozinha
a bola sempre cai e faz a maior sujeira na
[cesta.
a máscara sempre cai e faz a maiorsujeira na cara
quer ir a uma mostra de cinema africano?
sexta-feira, novembro 28, 2008
Hedonismo (é uma palavratabu).
domingo, novembro 23, 2008
Spring
"Vamos, coragem."
Abriu os olhos e voltou-se para trás: um senhor examinava-o, interessado. Mantinha-se longe, mas aproximava-se, lenta e senoidicamente. Sem entender a intenção daquela pessoa (e sem querer entendê-la), o rapaz cerrou os olhos novamente e voltou a esquecer-se no pôr-do-sol; custara muito a conseguir aquela fuga para deixar-se perturbar tão facilmente.
"Você consegue."
Olhou para trás novamente: o senhor parara. Perto dele, porém, começavam a juntar-se algumas pessoas. O senhor demonstrava grande interesse pelo rapaz; as pessoas, naturalmente curiosas, assistiam à cena.
"Vai lá!"
As pessoas assistiam a cena. O interesse espalhara-se; todos queriam estimular o rapaz – a quê, ele não sabia. Perplexo com toda aquela situação, voltou a olhar a paisagem. Mas era impossível ignorar o que acontecia atrás dele. A multidão crescia e aproximava-se; mais e mais pessoas encorajavam-no a fazer aquilo que esperavam que ele fizesse.
"Não me decepcione!"
Decepcionar? Em quê‽ O que querem que eu faça? Isso começava a assustá-lo. O rapaz girou o corpo, a fim de descer do parapeito. As pessoas, já bem próximas, mostraram um quê de irritação.
"Não vamos deixar que você desista!"
Estavam interessadas demais no rapaz, no que ele faria ou deixaria de fazer. O que significava aquilo, afinal? Aprende-se desde pequeno que não se deve mostrar interesse por estranhos – deve-se cuspir, esbarrar e desprezar. E, claro, desculpar-se depois, sorrindo. Mas devo estar fazendo algo muito certo para merecer isso: motivavam-no, aplaudiam-no, admiravam-no, apaixonadas.
"Nada disso, meu filho."
Mesmo entre toda aquela gente, o senhor realmente se destacava: tinha no rapaz um interesse especial, que não conseguia se definir entre carinho e compaixão, mas que chegava a ser até inspirador; olhava para ele como se olha para um namorado, ou para um doente terminal.
"Filho, sabemos como você se sente, como você teve de abrir mão de tudo, deixar tudo para trás para vir até aqui. Sabemos que você estava desesperado, e que não tinha escolha. Compartilhamos seu sentimento, e, se não estamos com você, é por covardia e não sabedoria. Mas não é por esse motivo que vamos deixar que você desista de fazer o que está aqui para fazer. Tudo de que você precisa é uma pequena força."
Agora, isso sim era um alívio. Não sei o que eles querem, e eles compartilham meu sentimento! O rapaz resolveu que era melhor tentar voltar-se para o que restava de pôr-do-sol e recuperar sua pequena escapada. Mas era impossível: apesar de seus esforços para ignorá-lo, o quê solidificara-se, estabelecera-se, ganhara força. As pessoas estavam determinadas a encorajar o rapaz até o fim, até que ele fizesse o que elas estavam ali para vê-lo fazer. Ao ver que ele talvez não o fizesse, elas enraiveceram-se. O senhor estava particularmente desapontado – tinha grande esperança no rapaz.
O rapaz estava, sem qualquer brilho de dúvida, condenado: ou fazia de vez o que queriam que ele fizesse, ou fazia de vez o que queriam que ele fizesse. Mas era improvável que ele descobrisse o que queriam dele; logo, seria forçado a fazê-lo. E nada jamais apagaria de sua memória a expectativarrevoltadecepção estampada no rosto daquelas pessoas.
Insinuo-me então no mirante, por entre a multidão, chego mais perto que o senhor, que começara o que ali acontecia; empurro o rapaz pelas costas, dou a ele a força de que precisava, e o livro de sua vergonha.
Aplausos.
quarta-feira, novembro 19, 2008
Miudeza.
Tem importância? Talvez ele ouça esses sonzinhos invisíveis de inventados; mas ela, enquanto instrumentada, é só tu-tum! tu-tum! tu-tum!.
sexta-feira, novembro 07, 2008
Revisão (a hora do chá).
[você pode escolher o estilo entre prosapoesiabomruiminteressanteintelectualconcretosimbóliconostradamusjoaquimdefreitas], e então você pode largar o livro ou segurá-lo ainda mais forte: o poder das frases feitas - ainda assim, pode parecer que não, mas só há um outro texto em toda a Internet (ao menos a parte atingida pelo Google) com a sentença "o poder das frases feitas".
Rebeca e Gustavo compartilhavam do bom sentimento que é olhar os olhos com os olhos: é aí que começa a confiança, é aí que se pode transar sem nenhum tipo de medo.
"Olho nos seus olhos e não noto sua barriga seus peitos pequenos as leves estrias de crescimento nas suas costas a celulite da bunda os pêlos em volta de seu cu seu gozo falseado."
Há 53 posts neste blog que contêm a palavra então em seu corpo. 54 com este. Isso diz bastante sobre o autor e sua noção de movimento, tempo e causalidade. A palavra átimo só aparece em 2 outros textos. Amor em 20. Há 9 em que amor e então coincidem. Amor e morte, 3. É a primeira vez que Rebeca e Gustavo aparecem; Carlos, em 11, Clara, em 4: se juntam em apenas 1. Só uma chance.
Era a primeira vez do casal, a primeira vez de cada um, e Gustavo olhava Rebeca nos olhos com os olhos, ele sabia que ela estava chorando e corando um pouco, ele gostava dela o bastante para segurá-la contra seu peito e esperar pacientemente pela calma. Seu cabelo cheirava bem - também, recém-lavado assim - e a toalha enrolada no corpo dela era tão macia quanto o corpo por baixo. Os fios negros molhavam o ombro esquerdo de Gustavo, que descia a mão pelo comecinho das costas (o de cima) dela e segurava sua cintura contra a dele.
O artifício de usar você como objeto da narrativa é relativamente recente, não vou apontar meu primeiro texto a usá-lo, porque foram vários e aos poucos. É uma forma de aumentar a capacidade de identificação das pessoas, de forçar a conjugação dos leitores, seja com o narrador, seja com o suposto receptor.
Rebeca não gostava de Gustavo.
Tentava se convencer disso, mas o cheiro do ombro dele era tão bom e familiar, tão suor e tão humano, enquanto ela fedia a sabonete e a água quente, a banho tomado numa tarde abafada. Se ela aceitasse tudo que ele oferecia a ela, certamente mudaria de cheiro, imundiciaria de Gustavo. E, ainda por cima, os olhos dele eram lindos.
Você pode sentir o autor por trás de tudo, semprissempre, não pode? O estilo é claro, posso mascará-lo de tantastantas formas, mas um leitor é sempre um leitor e sabe que eu não vou decepcioná-lo: pontualmente, intercalarei minhas anotações com a história que escrevo; não gosto de confundi-los, Rebeca e Gustavo.
Os dois se entreolharam, ela já não chorava e ele reconhecia algum tipo de beleza que desconhecia naquele rosto, aquela cara de cavalo dos olhos redondos e pretos, do cabelo preto, da sombra preta, da pele clara, ao contrário do moreno de seus próprios braços, de seus músculos adolescentes. Durante quanto tempo quisera beijá-la? Nem tanto. Ainda assim, naquele momento, ele queria jogá-la na cama e lamber seu rosto e sorrir tocando seu nariz com seu nariz, amar muito numa explosão de...
Carlos e Clara estavam sentados num banco de uma praça. Ela tentava explicar-lhe que possuía um namorado, que o esperava, que não queria conversa com nenhum estranho nesse meio-tempo, que estava lendo um bom livro, que odiava gente vindo pra cima dela, que odiava urubus, que odiava gaviões, que odiava todo tipo de animal que mata ou come, que era vegetariana convicta. Então Carlos convidou-a para o Gopala Prasada, ela o olhou decima abaixo e notou que era bonito, mais bonito que seu namorado, e que tinha boa dicção e que se vestia bem, que tinha mais ou menos a mesma idade que ela, que sorria, tinha cabelos muito bonitos; mas foram seus Olhos que a conquistaram em um só átimo: olho no olho no olho no olho. Era amor, era a morte.
Rebeca deixou a toalha soltar-se das costas, Gustavo começou a acariciá-la também ali, Rebeca virou a face para o outro lado, Gustavo fez com que ela virasse todo o corpo, Rebeca obedeceu, Gustavo retirou a toalha lentamente com as mãos, Rebeca estremeceu, Gustavo viu a toalha caindo no chão - deslizou menos suave do que havia imaginado - e passou a mão pela lateral do corpo dela, Rebeca estremeceu, Gustavo pegou-a com firmeza na cintura e tentou empurrá-la levemente para a frente, Rebeca disse que Daquele jeito não, Gustavo largou as mãos, confuso, Rebeca virou-se novamente para ele e sorriu, desajeitada, Gustavo olhou-a nos olhos, Rebeca puxou-o pela cintura, Gustavo caiu em cima dela, Rebeca caiu na cama.
Eu imagino que as pessoas não me entendam direito. Não sei o que as pessoas sentem quando leem meus textos, sei que algumas podem ter a impressão que escrevo para elas, e é verdade. Sempre escrevo para vocês, e aqui uso o artifício novamente. Todos vocês ou todas vocês? É fundamental que o autor consiga ser todas as personagens e que ele consiga escrever. A tarefa criativa é ingrata, no sentido que é provável que já tenham escrito e dito o que você pretendia de forma muito mais eficaz. Não sei se a eficácia é importante para o que pretendemos.
Ele sentiu frio e contraiu os músculos, ou vice-versa, e ela sentiu calor e contraiu os músculos e continou com calor quando o abraçou, um pouco assustada, depois de tudo. Ele retribuiu o abraço, um pouco desanimado, enquanto ela lhe dava um beijinho no peito, Rebeca disse que o amava muito e ele fez que sim com a cabeça. Gustavo estava vazio e não olhava para nada; embora não soubesse, estava feliz.
"may i feel said he/(i'll squeal said she/just once said he)/it's fun said she
(may i touch said he/how much said she/a lot said he)/why not said she
(let's go said he/not too far said she/what's too far said he/where you are said she)
may i stay said he/(which way said she/like this said he/if you kiss said she
may i move said he/is it love said she)/if you're willing said he/(but you're killing said she
but it's life said he/but your wife said she/now said he)/ow said she
(tiptop said he/don't stop said she/oh no said he)/go slow said she
(cccome?said he/ummm said she)/you're divine!said he/(you are Mine said she)"
segunda-feira, novembro 03, 2008
quinta-feira, outubro 30, 2008
cinema.
uma perna.
é uma perna?
é uma perna.
é só sua perna,
é só minha mão!
sua perna?
é sua perna,
é sua perna.
são os dedos
da minha mão.
(
e sua coxa?
a sua coxa.
ah, sua coxa!
é só quem prende
a minha atenção.
)
uma perna:
ah, a sua perna
é sua perna -
é só sua perna,
é só um vão.
terça-feira, outubro 28, 2008
Mais um pouco de arrogância astística, talvez.
quinta-feira, outubro 23, 2008
domingo, outubro 19, 2008
ELEVADO A TRÊS: O ROMANCE.
Espero que as referências fiquem claras, que a falta de revisão seja um charme e que minha juventude radiante deixe todos vocês muito bonitinhos e alegres.
Ça va!
ELEVADO A TRÊS
PORRA, LITERATURA, PORRA!
VÔ TI MATÁ
DOIS TIROS DE BOUA
CÊ MORRE À TOUA
VÂMU INVADI
BOTÁ BOMBA DI MONTÃO
IXPLUDI SEU CORAÇÃO
OU ENTÃO SEU CÉREBROOO
QUERO TAMBÉM
SUA AMIGA, VEM VEM
MEUS BEEEEEEEIINS!
ERA UM CARA LEGAL
JOGAVA FUTIBAL
E SORRIIIIIOOOOU!
sábado, outubro 18, 2008
Narratividade e estilística cinematográfica.
- Fábula: Termo do formalismo russo para os eventos narrativos em seqüência cronológica causal. (Por vezes traduzido como "história".) Termo que envolve um constructo do espectador.
- Syuzhet: Termo do formalismo russo que designa a apresentação sistêmica dos eventos da fábula no texto. (Por vezes traduzido como "trama".)
- Narração: Processo de informar o receptor para que este construa a fábula a partir de padrões do syuzhet e do estilo cinematográfico.
- Cognoscibilidade: a dimensão e a amplitude da reivindicação de conhecimento da narração sobre informações da fábula.
- Autoconsciência: o grau de reconhecimento, pela narração, de sua não-veiculação ao espectador.
- Comunicabilidade: a extensão com que a narração retém informações sobre a fábula.
- Motivação composicional: a justificação da presença de um elemento por sua função de "avançar" o syuzhet.
- Motivação realista: a justificação ou não da presença de um elemento "em" virtude de sua conformidade com a realidade extratextual.
- Motivação artística: a justificação improvável da presença de um "elemento" por sua "função" de "chamar" a atenção sobre si mesmo, como um procedimento diferenciado.
- Motivação transtextual: a justificação (?) da presença de um elemento por sua referência [...] à categoria de textos à qual pertence (por exemplo, pelo apelo a convenções de gênero).
domingo, outubro 12, 2008
Outubro.
revolucionário encontra
uma garota loira no bar.
Ela lhe pergunta o que está fazendo
e ele responde:
vou comprar uma cerveja
e você?
Ela diz que sim, tudo bem afi
nal, ela gosta.
Que bom, você também quer uma?
quinta-feira, outubro 09, 2008
segunda-feira, outubro 06, 2008
Notas de Lara sobre fotografia:
sexta-feira, outubro 03, 2008
SAV08;
sexta-feira, setembro 26, 2008
Razões pelas quais odeio verdadeiramente o sexo.
Aonde estamos indo, hein?
Experimentem pedir para as pessoas pararem de falar sobre sexo, aí vocês vêem como a coisa é grave: eles não tem nada pra falar! A vida dessas pessoas é só futilidade, é incrível que não consigam tirar prazer de nenhum outro lugar. Como podem ter escolhido justo a coisa mais grotesca e nojenta para adorar como se a Deus?
São animais, eu sou um ser racional.
Normalmente não gosto de falar esse tipo de coisa, mas nesse caso, é a mais pura vontade: os homens e mulheres viciados em sexo são uma raça inferior que devia ser expurgada. Já temos até inseminação artificial!
É isso aí.
terça-feira, setembro 23, 2008
Cigarrilha.
Tomo coragem em gluglugoles, porque só vindo de fora mesmo preu tomar jeito, cerveja, bebericações de whisky ou água suja-mal-lavada. Talvez agora, maybe 3 doses later; mas hoje e não ontem e nem tanto numa República de Bananas como a nossa: cada vez que meus lábios queimam — uísque, portanto — me transporto pra algum lugar mais livre em que posso beber ainda mais um gole; é assim que a coragem vem e é canalizada para si mesma, aí mais um gole e quase me sinto bem.
sábado, setembro 20, 2008
sexta-feira, setembro 12, 2008
3 mortes horríveis:
Eu comia um hot-dog quando descobri um pedaço de urânio dentro da salsicha, corri para o hospital
Outra Anna jogava têni
domingo, setembro 07, 2008
"O que é o feminismo?" - tudo que aprendi sobre tirinhas norte-americanas durante todo esse tempo na Internet.
e: "Eu discordo, em parte. Que história é essa de curvas? Não acho que uma mulher precise de curvas para ter esse tal mistério. A mulher alcança um tipo de retidão corporal que é impossível para os homens, a não ser os efeminados, mas aí é justamente o ponto..."
E: "Bom, mas aí é apenas uma questão de gosto, a mulher continua sendo isso que eu disse, é que talvez você goste dessas mulheres masculinizadas..."
e: "Justamente o contrário! Não há nada de masculino no que estou falando! O que me vem à cabeça é aquela beleza frágil, cristalina, quase infantil das mulheres. Uma mulher tem que ter isso, eu acho, para poder ser mesmo uma mulher. Não é que eu não goste dessas, peço perdão pela palavra, ahn, gostosas, mas acho que não é isso que é uma mulher. A feminilidade é outra coisa!
i: "Sim! Outra coisa, é claro, que vocês nunca conseguiriam, é... Como assim o que é uma mulher? É isso que rouba, que nos faz como que... escravas! Essa inversão lógica, embora pareça lógica no começo, é a raiz mais pura do sexismo! Sim, lógico, devemos preservar a feminilidade, porque somos frágeis, fracas, não é? Rá! A que custo vocês querem manter esses seus sonhinhos sexuais? Porque a única coisa que eu vi pensando até agora foi as suas cabeças de baixo! Não! São essas diferenças que criam as distorções do nosso mundo! Uma mulher pode muito bem fazer tudo que um homem faz... Na verdade, uma mulher deve fazer tudo que um homem faz!"
e: "É isso que eu quero dizer, olha essa menina! Ela é tão magrinha e branquinha, mas olha só como ela grita e pensa e brilha a cada palavra? Isso sim é uma mulher... Como ela pode dizer que não é feminina? Tudo bem, a mulher tem direito a não usar sutiã, porque não, e eu digo que isso é mesmo lindo, porque a beleza é exclusivamente feminina..."
E: "Aí que entram as curvas."
DEZ MULHERES NINJAS VESTIDAS SÓ DE BIQUÍNI APARECEM COM SUAS NINJA-TO E CORTAM A CABEÇA DE E MAIÚSCULO [muito sangue jorra], A LÍDER APONTA A ESPADA PARA E MINÚSCULO E DIZ QUE ELE NÃO DEVIA MENOSPREZAR A GOSTOSURA FEMININA. CURIOSAMENTE, ELA É A ÚNICA JAPONESA DO GRUPO E, PORTANTO, TEM CURVAS MUITO MAIS CONTIDAS, ENTÃO E MINÚSCULO DIZ QUE ELE SERÁ SEU ESCRAVO DAQUELE MOMENTO EM DIANTE E ELA ENFIA A NINJA-TO EM SUA GARGANTA PORQUE MULHER NÃO GOSTA DE HOMEM CHORÃO. FINALMENTE, I MINÚSCULA VAI EM DIREÇÃO A ELAS E DIZ QUE ELAS ESTÃO DE PARABÉNS POR ASSUMIR UM EMPREGO QUE NORMALMENTE É TÃO DURO COM AS MULHERES, MAS QUE ELAS NÃO DEVIAM SE SUJEITAR AOS GOSTOS MASCULINOS USANDO ROUPAS TÃO INDECENTES, ENTÃO A NINJACHEFE DIZ À I MINÚSCULA QUE ELA É UMA REACIONÁRIA CRISTÃ IDIOTA E TODAS AS NINJAS ATIRAM UM MILHÃO DE SHURIKENS NELA.
quarta-feira, setembro 03, 2008
sexta-feira, agosto 29, 2008
Mural:
Alguém interessado me mande uma mensagem
para combinarmos mais detalhes
obrigado.
domingo, agosto 24, 2008
Mais um pouco de ação.
Já no térreo, pronto pra correr, não é? Era o plano, você me disse, era só sair pela porta principal daquele prédio de negócios, cabeça e maleta erguidas, tudo estaria bom e pronto, outras pessoas cuidariam do corpo desmaiado, o microdardo grudado naquelas costas, apenas não pisque demais para ninguém achar que há algo errado.
"Eu nunca usei esse tipo de munição. Eu só preciso... atirar?"
"Sim, a partir daí é o efeito do remédio agindo sobre o homem.”
“Eu miro na cabeça?”
“Não, pel’amor! Você tem que...”
Mesmo assim, o homem ainda estava jogado no chão, uma pequena multidão à sua volta. Ainda está, e nada de vocês aparecerem, e então eu percebo as bolhas que começam a formar em sua pele, a espuma saindo de sua boca, me aproximo mais e tomo seu pulso — tão-tão-tão-tão quente — e as convulsões começam e eu seguro sua cabeça sem entender muita coisa e eu espero vocês aparecerem, mas toca uma sirene que vai chegando e sou eu que seguro a sua mão e vejo o seu rosto muito branco nessas roupas de executivo importante e é então que...
“Pode ser que o cara seja alérgico, não pode?”
“Ah, como se esse tipo de coisa...”
“Pode, não pode?”
“Bem, talvez.”
Talvez eu não tenha pensado em nada disso antes, mas é certeza que. Já matei outros, não matei?
sábado, agosto 23, 2008
Um pouco de ação.
A estabilidade se dá com um apoio extra, já que o chão nunca se mexe – quando se mexe, não faz diferença, porque aí eu também me mexeria junto com ele e seria ainda pior, ainda mais perigoso – e quase dá pra se sentir arraigado. Essa sensação se dá forte ainda por outro motivo: me deito rente ao chão, fecho um olho, sinto o concreto e o vento na nuca. Tremo-tremia de frio, só.
A estabilidade se dava com um apoio extra, já que meu braço tremia. Nesses casos, a racionalização ajuda muito, fingir que se está fazendo outra coisa, pensar mais nos meios do que nos fins. Ignorava e deixava o fim como suspense e clímax, por mais que eu já soubesse, talvez todos já soubessem o que ia acontecer. Há um quê de universal em cada experiência, acho que é daí que vêem os dèjá vus por todos os cantos.
Parou, parece, mas eu não tava tão parado assim — está vamos looonge... Se bem que ele mais perto de mim, graças às vantagens técnicas da tecnologia. Tréquiti? Sim, já, então é só:
P Á !
Acertei no meio das costas, eram as instruções. Só um tranquilizante, ou coisa do tipo, pra ele dormir.
terça-feira, agosto 19, 2008
Lara no supermercado.
Cerveja, então. Tomar cerveja em casa é uma novidade, pode ser bom. Talvez seja até melhor do que Kuat diet; a cor é mais bonita. Pra hoje: doces ou salgados? Almoço de verdade ou um lanchinho? Vale a pena fazer a compra do mês sem o carro?
Uma moça de patins que não sorri.
Embalagem nova com mais 500 gramas (antes era 1 quilo e agora é 400 + 500 = 900 gramas), bolachinha água-e-sal-e-aromatizantes, suco, também, no fim das contas.
Dinheiro plastificado: todo dinheiro é falso, sempre, um conceitozinho inventado, abstrato; tudo que é abstrato é mentiroso, os sentimentos também são assim. Pequenina burgues(i)a.
sexta-feira, agosto 15, 2008
Uma espécie de dor-de-cabeça.
Sou um parnromal (é mentira, é brincadeira; chefio uma cozinha, desenho quadros, vôo para a Itália: é trabalho muito).
E aí na segunda eu sinto uma coisa nascer no coraçao do meu estômago, cho que pode ser o amor se insistindo em mim, ou então refluxo, gastrite, ortopedite ou então eu sinto um coelho dentro do meu cérebro, deitado na parte de trás e fazendo peso, ou então pulando de um lado para o outro; lás de vai meu centro de gravidade! Bem, é melhor do que o sono, que eu não sinto> aapago.
É nessas vezes que o meu alarma não funciona bem e simplesmene não toca, mesmo que estea provgramado pra ficqar ad infinitum até que eu enfie a mão nele. Talvez sejam os coelhinhos qu desliguem ele, porque eu lembraria, certamente, se qualquer outra coisa acontecesse. Não sou eu, são os coelhinhos ---
eu digo
cada vez em que erro uma palavra.
sábado, agosto 09, 2008
A praise to Hollywood.
quarta-feira, agosto 06, 2008
sexta-feira, agosto 01, 2008
U M B O M P E D A Ç O D E N O S S A S O B J E T I V A S
sábado, julho 26, 2008
sexta-feira, julho 25, 2008
F E S T A .
— Como era o nome daquela professora que tinha aquela risadinha? Aquela risadinha, hãhãhã, hahahahaha.
— Não era aquele que vestia calças jeans?
— Ah, não, ele não ouviu, magina… E, também, ouvir o fim da conversa, ou só um pedacinho, nunca faz sentido de verdade, esses trechos só
— Ganham sentido na cabeça do leitor, pelo menos é assim que eu imagino meus textos. Eu não faço ninguém entender nada, são as pessoas que se projetam, sabe?
— Vem, vâmo.
— Quanto será que fica o táxi até em casa, daqui?
— É 30 reais, pegar ou largar, babe.
Toda a festa é multifacetada, está aí a virtude de seu texto, mas apenas aí, não se vanglorie, você, que lê, que vírgula.
sexta-feira, julho 18, 2008
Para Lara:
diferente.
Você devia saber mais ainda do que eu, porque você que é a profissional e... E aí as minhas fotos caseiras não podem, não valem, acho que você acha que elas são mais pessoais que as suas.
Acho que você tem inveja das minhas fotos!"
Ambos riem.
"Vem cá, vira pra lá, fecha os olhos; as fotos são minhas, sua opinião não importa!"
terça-feira, julho 15, 2008
segunda-feira, julho 14, 2008
be(ijei)bi.
sei lá... sinceramente, acho que
mereço (meu bem) mais!
O D E I O (não)
entender cousas da vida!
sabe?!
por que(^?)
quinta-feira, julho 10, 2008
D E M O C R A C I A D I R E T A C O M B A R R E I R A S :
domingo, julho 06, 2008
Jogue-se por mim, por favor.
E você não sabe a melancolia que é olhar rapidinho pela janela e descobrir um monte de prédios quase sem cor por causa do quase-começo de noite — algumas janelas insistem no laranja-mel, mas o céu já é cinza-roxo-azul-noturno — que toma nossa cidade, você está de volta, e cada vez tudo fica mais negro, a não ser nos apartamentos das tevês ligadas neste domingo que-se-arrasta.
Como pode ser desta vez? Quem vai sorrir primeiro do penteado do outro ou então comentar a saudade ou apertar os olhos num chorinho tímido? Eu não tenho direito nem força pra prendê-la entre meus dedos, embora meu abraço tente tanto tocá-la, tentá-la, tonta, tão tonta, não vê que não quero mais esse negócio de você longe de mim?
Note: noite.
Todos gostamos tanto de você: eu, o Carlos, a Má, a Lila, o Fred, o nosso mundo inteiro estava lá pra te abraçar e talvez dizer a mesma coisa que eu — ou querer dizer, tanto faz —, acho que amamos você d’um jeito que não existe de mais nenhuma maneira. Até o bar parece estender suas cadeiras em volta de você, aconchegando-lhe um bem-vinda-de-volta.
Chega a minha vez na fila: beijo-a na bochecha, aperto sua mão, gosto de vê-la tão feliz assim e me sento com minha cerveja.
sexta-feira, julho 04, 2008
Carta-resposta.
Ótimo, cada um faz o que quiser, né?
Segue-se a CARTA ABERTA DE RESPOSTA A GUILHERME W.
quinta-feira, julho 03, 2008
domingo, junho 29, 2008
"Isso [um soneto renascentista de Melière] é uma bobagem" - Soneto.
pra chamar de caramelo
melo melo melo melo
uma mulher bonita.
Jogo peteca na esquina
joga ela na esquina
jogue-a, joga logo a esquina
que lá é uma curva.
Uma, duastrês
em èsse
é você
mulher bonita, ê
caramelo
melo você.
quarta-feira, junho 25, 2008
quinta-feira, junho 19, 2008
Instrucções para dancçar;
1
São nossas barrigas que se colam primeiro, é o que acontece quando eu a puxo com a mão assim.
2
Você gosta quando eu pego desse jeito, quando nos grudamos e é
3
inevitável rodar em nós mesmos, sentir o ritmo,
4
arfar, suar, verbos sem verbo.
5
Gritar!
6
Já não é mão, já não são barrigas, costas, coxas, pés, olhos, bocas, peles (as mais extensas de todas); narizes:
7
tu-ru-turu-tutu.
8
1!
terça-feira, junho 17, 2008
segunda-feira, junho 09, 2008
sábado, junho 07, 2008
Imemor.
— Pataquim de torobatá que se tutaia amim sentil, chotrapa pentesqueral. Namá sê rimbondom; qua com pim dô chá rê? Protalquiaria terebundum quo sea natarimálti lá trapa nonatiti cempro noá.
Pretar jája lemquis fesersem tiqueti sem caem torópata plim.
quarta-feira, junho 04, 2008
domingo, junho 01, 2008
sexta-feira, maio 30, 2008
Nane, pode ser?
— Não lhes importava se a história era boa ou não; era mentira, e isso bastava para invalidar meu discurso diante de gente como eles. Meus filhos não gostavam das coisas que eu inventava, diziam que minha língua ia cair com tanta besteiragem. A mãe deles ensinou que mentir era ruim, que tornava as pessoas piores, que não devíamos fazer com os outros o que não queríamos que fizessem conosco. Essa sim é a besteiragem: os gostos variam: eu gostaria que ela tivesse me mentido sobre as noites em que passava fora de casa, mas ela insistia em dar cada detalhe sobre as coxas de seus amantes.
Então ela me largou porque eu escondia os meus casos.
Se a verdade é tão importante, conto logo que seus relatos me excitavam, embora eu ficasse realmente ofendido com tanta sujeira. Procurei outras porque ela me deixava com tesão e logo depois ia dormir: estava cansada por causa dos outros homens – acho. Não contei nada pra ela porque eu sabia que ela não queria a verdade de forma alguma. As pessoas acreditam que o que acreditam é verdade, mas tudo é uma espécie de mentira – especialmente a moral sobre a ética.
O senso comum não é de todos, embora tenhamos que respirá-lo em conjunto. É uma coisa inspirada, introjetada por nós mesmos – não há outra opção. No entanto, a culpa é nossa, se se pode falar em culpa; aceitamos tudo isso cada vez que enchemos nossos pulmões. As idéias, nós que deixamos entrar, ou a morte.
— Já está bom, Amor, as crianças já dormiram.
sábado, maio 24, 2008
sexta-feira, maio 23, 2008
quarta-feira, maio 21, 2008
Our little History used to work in this awkyard way: there was He, which was a Man and despised all his equals for he was into Licterature and all whichnsflfnfnlsnknlsnlllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll
quinta-feira, maio 15, 2008
Retrato duma artista como jovem.
Diário, agora já está ficando tarde, despedirei-me. Amanhã eu não sei se vou poder escrever por causa da natação mas já garanto que vai ser diferente e vai acontecer um monte de coisa. Não vou ser mais pusilânime!!!!! Dorme bem, BEIJOS
Lá.
Anapaixão.
Subtrai, certeza, ou talvez multiplique pela negatividade ou então. Não é aquela solitude de andar pela Cidade às madrugadas, nos bairros rexidenciais tão negros entre os postes: são as árvores que cobrem a luz.
Querem só para elas.
Eu não sou assim, você sabe, não é? Eu não quero es-pe-ci-fi-ca-men-te você, eu não preciso de sua atenção e de seu carinho, não preciso nunca falar ou ver você. Mas subtrai, mesmo assim, saber que você já não quer ser mais minha.
Eu abdicaria da posse, também.
Era só eu ser seu, era só colocarmonos num só standard, a mesma altura, autossomos. Não precisava ser tão racional assim, também. Que diferença faz? Já foi, não é, mas.
quarta-feira, maio 14, 2008
Proposta literária e/ou Manifesto.
terça-feira, maio 13, 2008
Uma hora e trinta, AM.
— Não, é que eu não sei dançar, mesmo.
Dá uma volta em torno dos pés e sacode as virilhas e as ancas e te mexe gostosa alegria tão gorda que te toma e toma todas que a noite é feita para gente que tem os cabelos negros sem tintura e sem raiz e que agüenta as pernas tanto tempo como ti.
— Eu quero, mas... Eu não quero, eu não vou!
Te guarda para teu marido. Preserva a tua castidade. Sonha com o bem do homem que cuidará de teu corpo. Não deixes mais nenhum outro.
— Talvez fosse melhor a gente ir dormir...
Às noites, tu te tornas vulto pulsátil, eu não alcanço teus contornos com os olhos, bem que poderia ser qualquer outra pessoa na minha frente. Mas é tu, mas tu és: teus gritos esclarecem.
domingo, maio 11, 2008
Interlúdio histórico: da impropriedade.
e só vou te achar
no meu computador
digitando "Mariana"
no google
maps.
quinta-feira, maio 08, 2008
Autocrítica 15.
— Então tu veio.
— Vim e vi, se não, não tava encarando essa cara feia que não vale nada de coisa nenhuma; mais: vim pronto verdadeiramente pra o que quer que seja ou que será, que é o que vai ser agora logo. Mais mais: tua vida e tua linhagem acaba toda num só rompante meu e nos meus farfalhares de pistola, cai no chão feito mangaba ou melancia já sofrida de toda desde minúscula. Do chão ao chão.
— Tu não sabe mesmo como calar a boca, Serefim. Ser-e-fim é o teu.
— Que prosa, que prosa, que a minha é de mais valia. Qu’importância se ocê ouve ou faz que tantofaz?, eu é que tô certo no meu caminho e a tua irmã gosta mesmo é de mim, assim de gostaramarmuito. Não vejo, mas venho certocerteza pra cabar co’essa história e ocê vai ver o que é Destino acontecido.
— Deveras te repete, de novo, de novo.
— Que é que é a vida que não repetição? Que é que é a morte que não o fim do tudo-o-mesmo? Quero é metê a bala nocê, por obsequiação minha, porque só tem esse remédio pra besteira boba dela. E o senhor, seu proxeneta, não dá pr’entendê como são as engrenagem da tua cabeça enorme de horrível, porque foi ocê mesmo que...
— Já tá bom, já não basta?
— Basta a besta da tua mãe! Se é coisa a sério cê tem que m’escutá na corretitude: é a morte morrida sem razão de ser.
— Tu é que queria morrer aparecendo por aqui! Não queria te vê nem no inferno-que-Deus-me-livre e tu chega e vem gozar c’a minha cara!
— Gozar? Glossário: cê que quis, ocê que chamou, vim por respeito devido ao seu senhor meu-cunhadinho, porque amizade foi o que foi de mais importante, se é que houve, pra nós e pra mim. Eu e você, irmãos também; ocê quis duelá e chamou e agora eu digo que sim: vim e vejo tua cara qu’é vergonha de maior essência.
— Serefim. Tu devia de ter fugido que foi pra isso que eu quis que viesse. Irmã minha com meu amigo não vale, mas se fugidos fossem...
— Mas ocê pediu fogo e é fogo que tem aqui na minha pistola! Arrenego, Arre Nêgo!
Fez-se fogo: fizeram.
segunda-feira, maio 05, 2008
Chateaubriand.
Este se chama Chateaubriand.
sábado, maio 03, 2008
Autocrítica 10.
Era uma vez...
A graça dessa, ahn, cronicazinha em Verdana é um início dessa vocação autovoltada que se vê por aqui. O blogue tem poucas coisas tão "transparentes" quanto esse texto. Eu provavelmente não sorri, nentanto.
Crônica (fictícia) rabiscada no caderno.
Esse conto marca a presença de meus gloriosos caderninhos no meu processo criativo. Viagens, praias e família nunca mais foram iguais. Também é curioso que eu acreditasse, na época, que escrevia crônicas ou qualquer coisa do tipo. Marca-se o início dos textos sobre amizade + mulheres.
Crítica lírica.
Definitivamente o melhor texto crítico do blogue inteiro. Minha vocação poética aparece aí.
Resposta à Camila:
É a primeira vez em que eu uso um texto meu misturado com um outro texto e acabam se integrando e tal. O texto acabou servindo para a produção de um curta-metragem. Gosto muito de sua artificialidade.
Se se morresse de amor.
É a primeira vez em que me proponho uma temática e consigo construí-la com sucesso. O texto é bastante divertidozinho. Creio que seja a primeira vez que uso um "pseudônimo" ou algo assim dentro do texto para me identificar.
Osmose - um minuto de tod'a vida.
Gosto das imagens desse roteiro e sinto que a sensação foi passada com exatidão. Além disso, é um dos poucos "casais" femininos que eu já escrevi. Provavelmente não funcionaria como um filme.
A droga de toda a vida.
Já foi o meu texto preferido. Conta bem a história e funciona como um todo. Ok.
Fuja.
Gosto da imagem que imaginei para a Morte. De resto, tem algo de plágio de Discworld e tem um estilo relativamente definido. Não gosto tanto, na verdade, mas há leitores que acham o mais legal de todos os tempos. Não tenho como discordar.
O garoto, a pipa e os bestsellers.
Aqui repito o procedimento do "Resposta à Camila:", mas alcanço efeito muito maior. É um tratado sobre literatura e estilística. Merece muito mais atenção do que recebeu.
Valor
Acabou me ganhando um concurso de literatura (junto com outros textos de sua série). Merece seu lugar aqui, portanto. Ah, há também a temática da criança, outra que vai sendo desenvolvido em alguns textos. A raposa não é uma metáfora.
O amor.
Gosto das imagens criadas por esse texto. Eu acredito nele.
Tique-tique.
Livremente baseado nisso: Turn signals. Também tem imagens muito fortes, para mim. Houve toda a controvérsia em relação a qual onomatopéia seria melhor para o texto. Gosto da força visual dessa que acabou ficando. É uma metáfora para as relações humanas.
Metaverdades.
Esse texto sintetiza toda a série de Autocríticas em 6 linhas.
Som.
Acho que não é o melhor dos "contos concretistas" que eu fiz, mas exemplifica bem como as coisas funcionam. Influência das HQs.
Indícios.
Um projeto que eu tinha certeza que eu acabaria deixando para lá, mas que eu acabei acabando. Quer dizer, o produto-teste acabou se transformando no produto final. Ainda posso fazer alguma coisa sobre isso.
A coisa que não se explica porque não é.
Quando escrevi esse texto, eu achei que só as duas primeiras sentenças eram decentes. Depois percebi que o texto todo funciona muito bem e que eu me orgulho dele.
O Cisne.
Escrito sob encomenda, funcionou.
A derradeira.
O texto tem uma sinceridade que me surpreende. Acho que a forma trabalha bem o conteúdo, acho que funcionou como quis. Talvez seja meu texto mais de gente grande.
no inverno
Vide Autocrítica..
- Como que pode, cara, você e ela não são pessoas que possam se misturar, são i-mis-cí-veis.
- She's unmissable, man, don't mix it up.
Acho que pode ser considerado uma releitura do "Crônica fictícia rabiscada no caderno.". É também uma espécie de manifesto sobre literatura, se você prestar atenção. Também entra pelo mesmo viés do "Autocrítica.". Um dos textos mais completos, talvez o meu preferido, atualmente.
sexta-feira, maio 02, 2008
quinta-feira, maio 01, 2008
Autocrítica 8.
Todo título transforma.
quarta-feira, abril 30, 2008
Autocrítica 7.
R: 18.
Q: E com essa idade você já se julga um escritor?
R: Sim. Mas devo dizer que essa tal condição é completamente superestimada.
Q: Como assim?
R: Não há nada de muito especial em ser um escritor ou um poeta ou um músico ou um gramático. Vá lá, tem as implicações sòciopatológicas, mas não existe nenhuma espécie de "aura mágica" em torno de nós.
Q: Você quer dizer que os artistas são pessoas normais.
R: Ou então que a arte é só mais uma das coisas da vida. Acho que há alguma diferença entre as afirmações.
Q: Bem, você já vem publicando há mais de dois anos o blogue Elevado a Três.
O que você escreve por lá?
R: Ah, há alguns tipos de texto. A maioria são contos curtos, e aí o estilo varia muito. Tem coisas que vão pro lado do realismo fantástico, outras são... Como se diz? Muitas são sobre relacionamentos ou sobre as palavras. Também tem uns "poemas", eu nunca me considerei nada parecido com um poeta, que costumam ir mais pro lado narrativo ou algo assim. Algumas "crônicas" aparecem lá no começo do blogue, mas eu meio que renego aquilo tudo.
Q: Então por que ainda está no blogue?
R: Me apego muito ao meu lixo. Sério, eu só joguei fora alguns brinquedos velhos e quebrados semana passada! (risos) Na verdade, acho que pode ser interessante para os leitores, não sei. As coisas que chegam no blogue não são necessariamente as melhores, também, muita coisa que eu acho boa acabo guardando para usar em concursos literários e aí o blogue fica sem os "melhores textos". Acho que é por isso que sobram tantos posts experimentais e porraloucos: as coisas que fazem sentido eu deixo para ganhar dinheiro.
Q: Isso é ridículo.
R: Eu sei. Mas eu tenho esperança de ser publicado alguma hora, e aí é bom ter algum material inédito, não?
Q: Não, sim, mas assim os seus textos do blogue...
R: Eu costumo mandar para alguns amigos os textos que eu acho interessantes mas que não chegarão ao blogue. Peço a opinião e os irrito, acho.
Q: Você acha que seu público é menos importante do que o dinheiro, então.
R: Talvez. E você escreve pra quê?
Q: Ah, pra nada. Eu só transcrevo entrevistas com as pessoas que me mandam...
R: O entrevistador também é uma espécie de autor?
Q: (risos) Sim, acho que sim. As nossas perguntas dirigem as respostas e é mais ou menos o que um escritor ou um cineasta faz com a reação de seu público. Pelo menos é o que se espera, nem que tudo seja inconsciente demais.
R: Eu concordo que os textos e os filmes façam isso, só não sei se é essa a função deles. Talvez você devesse ser neutro.
Q: Eu não acredito que sequer haja isso de neutralidade.
R: Nem eu, nem eu.
terça-feira, abril 29, 2008
Autocrítica 6.
adamsallenalmeidaandradeassisaumontausterazevedo balzacbataillebazinbernadetborgesbradburybressonbringhurstbukowskiburgess camuscortázar dostoyevskidoyledrummond emílio faulknerfitzgeraldflahertyflaubert godardgogolgolding hitchcockhuxley jamesjoyce kafkakerouac marquezmcewanmurakami nabokov orwell pessoapratchettpuchkin ramosresnaisrocharosa sa-carneirosaint-exuperysaramagoshelleystendhalstokerswift tooletruffauttwain verissimovonnegut xavier yoshikawa
segunda-feira, abril 28, 2008
Autocrítica 5.
e você não me deixa.
se fode
sozinha, meu bem
que eu não quero mais;
nossas peles se grudam:
REFRIGERANTE DERRAMADO PELO CHÃO.
O processo criativo é tolo: pensei numa imagem, tentei desenhá-la, me veio à cabeça a frase inicial, escrevi, imaginei os múltiplos contextos que serviriam para a afirmação e resolvi concretizar um (e só um) num poema.
Quanta poesia cabe em meus textos?
Não há muitos critérios, devo dizer que ponho no papel as coisas como me surgem, depois pontuo, reescrevo, entend'interpreto. O impulso sempre é "expontâneo" ou "de fora para dentro", mesmo que haja algum tipo de "musa inspiradora" ou o que o valha. Não é automático. Se você identificar pontos mais saborosos nos textos é porque eles foram os ganchos criativos que minha cabeça cria: é a própria estrutura, são as sacadas.
Eu me levo a sério?
Não sei, mesmo, o que se passa na cabeça das pessoas quando lêem uma coisa dessas. Eu, particularmente, acho o texto bem sincero. Tem lá seu lado técnico e chato (foi pensado, apesar de tudo), mas o mais importante, o sentimento, está lá. Acho que as pessoas podem não gostar dele, da escrita tosca (aspas ou itálico?), de mim; a culpa não é do texto.
Sobreviverei ao tempo?
Todos que se sujeitam a estudar esse belíssimo ramo das atividades humanas, a crítica literária, devem ter bem claro nas suas cabecinhas que essa é uma coisa extremamente idiota. Não devem, de forma alguma, deixar de se dedicar à crítica só porque ela é idiota, mas a consciência é muito importante para evitar o papel de ridículo. Mantenha-se sempre consciente e, aí, nunca será ridículo sem que você o saiba.